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sábado, 4 de julho de 2020


LUTA E INCONSCIÊNCIA

Miréia Borges | Violência Psicológica
Lutar é uma atitude básica, porque isso alimenta o ego.

Quanto mais você luta, mais o seu ego se torna mais forte. Se você sair vitorioso, o ego tem grande alegria.

Você fica dando vida ao ego pelas suas vitórias. Mas, por outro lado, à medida que o ego se torna mais forte, o seu ser vai se afastando cada vez para mais longe de você.

À medida que seu ego se torna mais forte, você vai perdendo a si mesmo. Você pode estar lutando e saindo vitorioso, não sabendo absolutamente que não se trata de um ganho, mas de uma perda. Ensina-se a todas as crianças a lutarem, de diferentes maneiras. A competição é uma luta, ser o primeiro da classe é uma luta, ganhar um troféu num jogo é uma luta... Essas coisas são preparações para a sua vida. Depois luta-se numa eleição, luta-se por dinheiro luta-se por prestígio. Toda essa sociedade está baseada em lutas, competição, briga, na colocação de cada indivíduo contra o todo.

Assim, esta é quase a situação de todo mundo. E aí, você me escuta falar de entrega...

‘Entrega’ significa ‘nenhuma competição, nenhuma briga, nenhuma luta’... simplesmente relaxar com a existência, aonde quer que ela conduza. Sem tentar controlar o seu futuro, sem tentar controlar as consequências, mas permitindo-as acontecerem... sem nem pensar nelas.

A entrega está no presente; as consequências estão no amanhã. E a entrega é uma experiência tão deleitosa... um total relaxamento, uma profunda sincronicidade com a existência. (...)

A luta precisa de uma mente muito inconsciente. Se você for um pouco consciente, você não pode brigar, porque a coisa toda parece ser absurda, destrutiva, não ajuda ninguém de maneira nenhuma. E por ela você não está só destruindo o outro, você também está se destruindo e você prossegue destruindo todas as possibilidades de um relacionamento feliz, harmonioso.

É muito fácil ficar com raiva e brigar, mas é muito difícil eliminar esse veneno do sistema, porque isso cria veneno.

Esse veneno persiste.

Cada briga tem um remanescente e o remanescente irá novamente gerar a mesma situação na qual você começa a brigar novamente. Desse modo, luta gera luta; um conflito gera outro conflito. Eles são muito reprodutivos. Eles não acreditam em nenhum controle da natalidade.

Consciência, atenção, não tem filhos. Ela é bastante em si mesma. Mas a inconsciência gera muitos filhos. Assim basta lembrar mais e mais... apenas apanhe a si mesmo em flagrante. E então não se sinta embaraçado, não se sinta envergonhado. Imediatamente abandone isso aí mesmo. Mesmo que você esteja no meio de uma sentença, pare aí mesmo e dê uma boa risada.

A risada é muito medicinal. Não existe nada como a risada... ela é muito terapêutica. Se as pessoas puderem rir mais, o mundo certamente será melhor.

E se as pessoas puderem rir nas situações onde a risada não acontece facilmente, o mundo pode ser tremendamente diferente...realmente um mundo muito feliz.

O estado de inconsciência é como as raízes de uma árvore. As raízes da árvore permanecem debaixo do solo, você não as vê. Assim é nosso inconsciente, é subterrâneo. Não o vemos, mas ele afeta tudo: afeta os galhos, as folhas, as flores. Nossas raízes estão ocultas, mas são muito importantes — são a parte mais importante da árvore. E, se você não compreende suas próprias raízes, não pode realmente experimentar sua existência total.

Os galhos da árvore são como nossa assim chamada consciência: uma camada frágil, muito fina, que pode ser facilmente destruída por um acidente. Um acidente pequeno e ela é destruída. Alguém o insulta e você não é mais consciente; alguém diz algo e você esquece tudo sobre meditação, sobre sua percepção. Você fica louco! E é capaz de fazer qualquer coisa nesse estado de loucura.

Só uma fina camada de consciência circunda nosso inconsciente. É suficiente para nosso trabalho de rotina; ir ao escritório, trabalhar numa máquina de escrever, dirigir um carro, conversar com o marido ou a mulher — os mesmos clichês que você sempre diz. E você os repete sem a menor consciência.

Mas isso é o que pensamos ser a consciência; ela é mais ou menos, é só morna, não é suficiente para um voo até o desconhecido, até o supremo. É preciso usar esse pequeno fragmento de percepção como uma semente e começar a cultivá-lo, alimentá-lo, ajudá-lo de todas as formas possíveis, cooperar com ele. Coopere com ele cada vez mais, com esse pequeno fragmento de seu ser que é consciente. E coopere cada vez menos com a parte maior de seu ser que é inconsciente. Escolha sempre o consciente, evite o inconsciente. Aquilo que o deixa inconsciente é errado, e o que o ajuda a se tornar consciente é certo. Lentamente, lentamente, se você cooperar com o consciente, ele cresce; e, se parar de ajudar o inconsciente, este murcha.

O território do consciente fica cada vez maior, e o inconsciente vai murchando, desaparecendo. Por fim, todo o território inconsciente é tomado pela consciência. Esse é o momento em que você começa a florescer; pela primeira vez sua árvore floresce.

Osho

Osho adverte: 'o problema é que o inconsciente é muito mais forte, é nove vezes mais forte que a mente consciente'. Então fiquemos alerta porque podemos perder nosso 'agora' numa questão de segundos e todo trabalho de ficar consciente vai por água abaixo!

Mensagem recebida sem identificação da fonte. Só estou postando porque é muito interessante e reflexiva, claro, como tudo que procede de Osho

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