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domingo, 23 de agosto de 2015

ILUMINAÇÃO OU FRUSTRAÇÃO
Pode ser que já estejamos no caminho da espiritualidade 
há tempos. Pode ser que já tenhamos feito muitas aulas,
práticas, meditações e reflexões.
Pode ser que já tenhamos feito peregrinações,
 cursos e retiros. Pode ser que já tenhamos vivenciado 
algumas inesquecíveis experiências místicas. 
Que nos falta para assumir a felicidade que somos?

Pode ser que já tenhamos encontrado pessoas muito especiais no nosso caminho. Pode ser que tenhamos conhecido belos exemplos de vida e que tenhamos lido páginas e mais páginas das biografias dos santos homens, que nos inspiram a viveruma vida 
com mais sentido, foco e significado.

E, apesar de quiçá já tenhamos ouvido tudo 
o que precisávamos em relação ao ensinamento
 sobre nós mesmos, e apesar de talvez já conhecermos 
todas as soluções para os problemas do sofrimento humano,
 é possível que alimentemos ainda a crença de que 
não merecemos conhecer a nós mesmos como plenitude. 
Em suma, de que não merecemos aquilo que almejamos.

Pode acontecer que tenhamos a tendência a separar 
a liberdade que o Yoga nos propõe das pequenas misérias 
do cotidiano, como se fossem universos diferentes. 
Ou que alimentemos a ideia de que a plenitude 
é incompatível com algumas coisas pequenas do dia-a-dia, 
como, por exemplo, quando as coisas práticas
 não funcionam de acordo com nossos desejos ou expectativas. Assim, nos descobrimos com lamúrias na ponta da língua, carregando o nosso coração com emoções 
indesejáveis, infelizes ou frustrados.

Se esse for o nosso caso, devemos lembrar que esse tipo 
de sentimento faz parte da riqueza e variedade 
dos conteúdos que integram uma emocionalidade
saudável e funcional. O tema é que eles não devem 
durar muito, nem devem ficar tempo demais
 dando voltas na nossa mente.

Lembro que uma vez que perguntaram ao Dalai Lama: 
“O senhor não sente raiva?” A resposta dele foi brilhante,
 e esclarece o ponto que acabamos de colocar aqui: 
“É claro que sinto raiva, 
mas ela dura somente cinco minutos!”

Se nossa frustração ou desapontamento durar mais do que isso, então precisamos reagir e imediatamente, voltar à presença no agora, voltar a ter presente o ensinamento que nos mostra que já somos o que buscamos, simplificar as coisas, aceitar o nosso ego como ele é e focarmos no reconhecimento do milagre da vida acontecendo neste preciso instante.

Não precisamos esperar para nos assumir como
 o Ser Pleno que somos! Que possamos manter o foco na compreensão da felicidade essencial, 
sobre a qual acontecem todas as experiências.
 Que possamos evitar comparações desabonadoras. 
Que possamos nos desprender de julgamentos 
e atitudes autodestrutivas já mesmo.
 
Que possamos nos reconhecer como felicidade agora,
 sem mais delongas. Que reconheçamos o amor ilimitado
 e incondicional que sempre nos alimentou 
e que nos sustenta a cada momento. 
Que essa seja a nossa prece.
Que essa seja a nossa certeza. 
Que possamos nos estabelecer na visão do Ilimitado, 
agora e sempre.



Pedro Kupfer 






Focalizamos coisas negativas tempo demais e estas coisas vão se alastrando, criando um vínculo interno; tornamo-nos amargurados, solitários; aquela 'solidão cruel' que nos separa dos demais pelo medo de repeti-las e cair de novo. Esse é o problema: tempo demais cultivando a mesma coisa. Apenas cinco minutos e soltar, pular para a dimensão do "nada te perturbe". A felicidade está aqui, no agora. O que passou, passou e nada pode mudar isso. Podemos apenas recomeçar e fazer diferente. KyraKally
 

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