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sábado, 29 de agosto de 2015

AOS QUE DESPERTAM
 
Quando a energia interna consegue tocar de modo mais firme as partículas materiais dos corpos de um ser, imprimindo-lhes serena abertura, ocorrem transformações sem que para isso ele faça qualquer esforço ou se preocupe com o processo de cura em ato.

Em geral, as grandes mudanças na consciência de um ser vêm acompanhadas de situações que exigem dele aplicação do que já foi até então compreendido. Tais situações trazem-lhe alto grau de tensão interna, a ponto de parecer impossível vivê-las corretamente. Porém, se o ser se abre para receber ajudas supra-humanas, avanços inimagináveis podem ocorrer. Ao reconhecer sua incapacidade humana e ao voltar-se para o Desconhecido, de lá recebe energias salvíficas e regeneradoras, que o marcam profundamente, engrandecendo-lhe a fé e impulsionando-o no caminho tanto quanto a inteireza de sua entrega o permita.
                                                                            
Os homens, em sua maioria, não acolhem serenamente o que os faz sofrer. Porém, vale lembrar que hoje as expressões dessa maioria pouco servem de referência como padrões de conduta a serem seguidos.

O aprendizado de verdadeiros valores faz-se por meio de uma entrega tão plena que mantenha a consciência em equanimidade perante o deleite e a dor, perante a sublimidade da luz espiritual e a densidade da vida concreta. É, portanto necessário aprender a extrair de cada situação a Fonte de Vida nela ocultada, e a doar-se silenciosamente à sua mais perfeita expressão.

Um ponto a ser eliminado da consciência dos que trilham o caminho espiritual é o medo de errar. O erro é gerado por aspectos que distorcem a pureza da energia original. Porém, se existe no indivíduo uma sincera disposição para agir corretamente, o próprio erro é utilizado para romper os véus que o impedem de ver os aspectos a serem transcendidos em si mesmo. Muitas vezes, por tentar manter ocultas suas imperfeições, o indivíduo não permite que sejam removidas.

É preciso estar disposto a deixar que a luz penetre livremente na consciência, mostrando horizontes de beleza inefável, mas também tornando visíveis facetas malformadas. Que outro motivo, além do orgulho, pode fazer com que um indivíduo que se dedica a uma vida reta e justa envergonhe-se de cometer erros?

No decorrer dos processos de sublimação das energias em um ser, de lapidação e de purificação dos seus corpos e da própria matéria que os compõe, os aspectos densos são paulatinamente removidos para cederem lugar a vibrações mais sutis.

No futuro, a humanidade habitará corpos mais sutis e poderá expressar com maior perfeição a imanência do espírito. Vida e forma estarão mais próximas da imagem arquetípica e rumarão, com maior harmonia, à união profunda com a essência criadora.

Todos os que aderem ao processo evolutivo invariavelmente passam por provas que os levam a confirmar seus votos internos. Quanto mais sua consciência estiver aberta a mudanças, mais poderá usufruir a renovação trazida por esses momentos. Um período de provas é, antes de tudo, um período de ensinamentos; dinamiza intensamente as energias do ser e desperta novas áreas de sua consciência externa. Aprende-se quando se cai, aprende-se quando se consegue superar obstáculos, estando presente a intensão de persistir e de transcender estágios retrógrados. 

Muitos estão atingindo um estado de maior desligamento das coisas do mundo. No princípio a vivência desse estado traz uma espécie de vazio, que não se plenifica de imediato, mas só quando o ser permite que as energias internas assumam a regência de seus passos. Enquanto essa permissão não é dada, o vazio incomoda. Mas será depois sua própria morada, uma das expressões mais sublimes de sua entrega.

A personalidade é fruto de todo o passado do ser na superfície da Terra, desde o seu ingresso humano. Tantos são os mecanismos nela presentes, que somente a graça pode redimi-la e elevá-la, conduzindo-a à absorção em um nível superior. 

É preciso recolhimento para que um trabalho de cura possa transcorrer na sintonia correta, principalmente nas fases em que ele está se plasmando, em que se está formando nos níveis de consciência materiais. A partir de estágios evolutivos mais avançados, quando a consciência externa do ser já se fundiu plenamente em núcleos interiores, os cuidados e precauções pertinentes às primeiras fases não são mais necessários. Todavia, nas etapas iniciais, é preciso dedicação e serena persistência para construir a ligação do que está em cima com o que está embaixo.
 
 
A trajetória evolutiva exige constante renovação do estágio alcançado. É bela poe sua própria natureza renovadora, pois está em permanente atualização. É sábia por considerar toda a existência quando determina os rumos que levarão o ser a acercar-se de núcleos cada vez mais potentes. Enquanto no ser prevalecem aspectos da personalidade, eles ofuscam o fulgor da luz interna e o impedem de ter clareza. Qualquer estágio evolutivo alcançado, por melhor que seja, deve ser ultrapassado quando a vida interior preme por desbravar novas regiões de consciência. Portanto, a energia espiritual procura sempre atualizar todos os níveis de existência do ser. Realiza isso sem estimular os movimentos naturais dos seus corpos densos, sem criar neles ansiedades; transmite-lhe amor, propicia a entrega e também a determinação de avançar.  Em um planeta onde a deterioração do valores conduziu a vida externa a um estado de caos, a energia espiritual não pode ser condescendente com as vibrações dos níveis da personalidade.

Toda a existência encontra-se sintetizada no momento presente. Tudo o que pode vir a ser é nele construído. Se o indivíduo não tem condições de contatar a energia do momento presente, não está pronto para o toque da eternidade: seria fulminado por esse toque, já que a ilusão na qual se encontra o impede de acolher vibrações de frequências mais elevadas. É preciso amar intensamente a verdade para que ela encontre abertura e possa retirar os véus que encobrem o caminho espiritual. É preciso coragem para assumir um processo de contínua negação do ego, e e encontrar os núcleos internos da consciência que fazem pressão para estender suas energias até a vida material.
 
 
 
Trechos do livro
 "Aos que Despertam",  
 de Trigueirinho
 
 
 
 
Estamos despertando, estamos mais compreensivos, mais compassivos, estamos atentos as nossas criações mesmo em meio a esse caos... há no nosso espaço interno um campo fértil esperando para ser cultivado e nós sabemos disso. Sabemos de algum modo, mas não podemos explicar por meio de palavras, que é necessário mudar a nossa vibração densa para outra mais sutil. "Quem tiver ouvidos para ouvir, que ouça... Quem tiver olhos para ver, que veja" Estamos começando a ver, estamos despertando dessa letargia em que vivíamos, estamos vendo, não com os olhos físicos, porém com uma visão muito mais ampla a verdadeira mudança que está ocorrendo conosco - a grande oportunidade de seguir adiante, o salto para uma vida plena de amor e compaixão. Ele veio nos trazer isso há dois mil anos atrás. Chegou o momento de darmos as mãos, e juntos, continuar a espalhar as sementes do amor. KyraKally

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