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segunda-feira, 17 de agosto de 2020

 SILÊNCIO PELO CAMINHO

Silêncio: veja como algo tão simples pode ser tão poderoso 

Palavras de Osho sobre o silêncio

Na Índia, o silêncio tem sido uma das qualidades mais louvadas, durante séculos. O monje jaina é chamado de muni – muni quer dizer “o silencioso”. Todo o seu esforço é para ficar calado, cada vez mais calado. Mas Buda diz: “Mas não seja tolo, só o silêncio não vai adiantar”. Ele pode ajudá-lo a manter sua tolice para si mesmo, mas a tolice irá se acumulando e, mais cedo ou mais tarde, ela será excessiva. Ela acabará transbordando e é melhor deixá-la sair em pequenas doses todos os dias, em vez de acumulá-la e depois vê-la causar uma enchente.

É isso que também tenho observado. As pessoas que ficam caladas por muito tempo tornam-se muito burras, porque seu silêncio é somente na superfície. Lá no fundo, há agitação. Lá no fundo, elas são as mesmas pessoas, com ambição, ciúme, inveja, ódio, violência – inconscientes, com todas as espécies de desejos. Talvez agora elas sejam desejosas de outro mundo, ambicionem o outro mundo, pensado mais em paraíso do que neste mundo e na terra. Mas é a mesma coisa, projetada numa tela maior, projetada na eternidade. Na verdade, a ambição cresceu milhares de vezes. Primeiramente foi por pequenas coisas: dinheiro, poder, prestígio. Agora é por Deus, pelo samadhi, pelo nirvana. Ela ficou mais condensada e mais perigosa.

Então, o que é preciso fazer? Se o silêncio não pode fazer de um tolo um mestre, então o que pode fazer de uma pessoa um mestre? Consciência. E o milagre é que, se você se torna consciente, o silêncio te persegue como uma sombra. Mas, nesse caso, o silêncio não é praticado – ele vem por conta própria. E, quando o silêncio vem por conta própria, ele tem uma tremenda beleza em si. Ele é vivo, ele tem uma canção no seu âmago mais profundo. Ele é amoroso, ele é bem-aventurado. Ele não é vazio; ao contrário: é plenitude. Você fica tão cheio, que pode abençoar o mundo todo e, ainda assim, sua fontes continuam inesgotáveis; você continua dando e não será capaz de esgotar a fonte. Mas isso acontece por meio da consciência.
 
Aprenda o silêncio. E, pelo menos com os seus amigos, com seu amado, com sua família, com seus companheiros de viagem, sente-se em silêncio, às vezes. Não vá fofocar, não continue a falar. Pare de falar e não só do lado de fora – pare o diálogo interno. Seja um intervalo. Basta sentar-se, fazendo nada, apenas sendo presença para o outro. E, em breve, você vai começar a encontrar uma nova maneira de se comunicar. E esse é o caminho certo. Às vezes, comece a se comunicar através de silêncio. Segurando a mão de seu amigo, sente-se em silêncio. Basta olhar para a lua, sentir a lua, e ambos se sentem em silêncio. E veja então uma comunhão acontecendo – não só comunicação, mas uma comunhão. Seus corações começam a bater no mesmo ritmo. Você começa a sentir o mesmo espaço. Você começa a sentir a mesma alegria. Você começa a sincronizar um com o outro. Isso é comunhão. Você disse sem dizer nada, e não haverá nenhum mal-entendido.
 
Aproveite o silêncio. Sinta, prove, saboreie. Logo você verá que ele tem a sua própria comunicação. O testemunhar é a única coisa que pode torná-lo mais consciente do imenso nada que o circunda. E esse imenso nada… não é vazio, lembre-se.. Esse nada não é vazio, ele é cheio da sua presença, cheio do seu testemunhar, cheio da luz de sua testemunha.Nesse nada, você se torna quase um sol, e os raios do sol movem-se dentro do nada em direção ao infinito.

O seu centro de ser é o centro de um ciclone. Aconteça o que acontecer em torno dele não será afetado;. É eterno silêncio. Dias vêm e vão, anos vêm e vão, as idades vêm e passam, vidas que vêm e vão, mas o eterno silêncio do seu ser permanece exatamente o mesmo – música sem som, a mesma fragrância de piedade, a mesma transcendência de tudo que é mortal, de tudo o que é momentâneo. Não é algo em sua posse; você está possuído por ele, e isso é a grandeza dele.
 
O silêncio que eu tenho a falar é o silêncio do coração. É uma canção em si mesmo, sem palavras e sem sons. É só por esse silêncio que as flores do amor crescem. É esse silêncio que se torna o jardim do Éden. Meditação, e só a meditação, é a chave para abrir as portas do seu próprio ser.
 
A meditação é apenas uma coragem de ficar em silêncio e sozinho. Devagar, devagar, você começa a sentir uma nova qualidade para si mesmo, uma nova vitalidade, uma nova beleza, não é emprestada de alguém, é uma inteligência nova, que está crescendo dentro de você . Ela tem raízes em sua existência .
 
E quando a mente está em silêncio, você vai saber. A própria consciência, o fogo da consciência, queima a questão. (…) Você, sem dúvida, é a resposta. Penetre profundamente na questão. Quanto mais fundo você for sobre a questão, mais você a encontrará se derretendo, ela está desaparecendo.
 
O autoconhecimento acontece a uma mente lúcida e clara, liberta de palavras, e não a uma mente carregada de juízos de valores e de conceitos. O autoconhecimento acontece a uma mente silenciosa. Portanto, não faça nada. Na verdade não se mova com uma certa expectativa. Mova-se com esperança. Mova-se com oração. Mova-se com confiança. Mas nunca se mova com qualquer expectativa. Então, muita coisa vai acontecer .
 
(…) Se você estiver demasiado inquieto e demasiado ativo, você não chegará… ao meu silêncio. Seja passivo como quando você se senta à margem de um rio, enquanto ele flui; simplesmente observe. Não há aflição, não há urgência, não há emergência. Ninguém está lhe forçando. Mesmo que você deixe passar, nada estará perdido. Você, simplesmente, observa, apenas olha. Mesmo a palavra observa não é boa, porque traz, em si, um elemento de atividade. Você, simplesmente, olha e nada tem a fazer. Sente-se, simplesmente, à margem do rio, olhe enquanto o rio flui. Ou olhe para o céu enquanto as nuvens flutuam; olhe passivamente. É muito, mas muito essencial que essa passividade seja compreendida, porque a sua obsessão pela atividade pode tornar-se inquietação, pode fazer-se uma espera ativa e, então, pode colocar tudo a perder. A atividade pode tornar a entrar pela porta dos fundos. Seja um observador passivo.

A passividade esvaziará automaticamente sua mente. Ondulações de atividade, ondulações de energia mental se aquietarão, aos poucos, e toda a superfície da sua consciência ficará sem ondas, sem qualquer ondulação. Tornar-se-á um espelho silencioso.

O Silêncio geralmente é compreendido como sendo algo negativo. Algo vazio, algo como uma ausência de som, de ruídos.  Esse mal entendido prevalece, porque bem poucos experimentaram o silêncio. Tudo o que eles experienciaram em nome do silêncio é a ausência de ruído. Mas o silêncio é um fenômeno totalmente diferente. Ele é inteiramente positivo. É existencial. Ele não é vazio, é transbordante com uma música que você jamais ouviu antes. E com uma fragrância pouco familiar para você, e com uma luz que só pode ser vista com o olho interior. Isso não é algo fictício, é uma realidade, e uma realidade que já está presente em cada um.Simplesmente nunca olhamos para dentro.
 
Lembre-se de uma coisa: com exceção do silêncio, tudo mais é sua imaginação – por mais bonito que seja. Somente seu silêncio posso dizer que tem meu apoio, pois só em seu silêncio você está junto do próprio centro da existência. Em silêncio absoluto, você mesmo torna-se o próprio centro.
 
NOTA: Mensagem recebida sem identificação da fonte. Postei porque é muito reflexiva.
 

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