Translate

quinta-feira, 13 de agosto de 2020

O INÍCIO DO DESDOBRAR DA CONSCIÊNCIA

O que é a consciência? O mistério do nosso cérebro “quase” resolvido 

Por favor, ouçam. Façam isso, enquanto eu falo. Não pensem apenas em fazê-lo. Ou seja, tomem ciência das árvores, da palmeira, do céu; ouçam os corvos crocitar; vejam a luz nas folhas, a cor do sari, o rosto das pessoas, e em seguida concentrem-se em seu interior. As coisas exteriores vocês podem observar, podem dar-se conta delas sem fazer escolhas. É muito fácil. Mas concentrar-se em seu interior e tomar ciência sem condenação, sem justificativas, sem condenações, é mais difícil. Limitem-se a inteirar-se do que se passa dentro de vocês — de suas crenças, de seus medos, de seus dogmas, de suas esperanças, de suas frustrações, de suas ambições e de todo o resto. Tem início então o desdobrar da consciência e do inconsciente. Você não precisa fazer absolutamente nada.
 
Perceba apenas; isto é tudo o que precisa fazer: sem condenar, sem forçar, sem tentar mudar aquilo que percebe. Você verá então que isso é como uma maré subindo. Você é incapaz de impedir: pode construir um muro ou fazer o que quiser, e a maré, ainda assim, subirá com tremenda energia. Da mesma forma, se você percebe sem fazer escolhas, todo o campo da consciência começa a se desenrolar. E, à medida que ele se desenrola, você precisa acompanhar, e este acompanhar torna-se extremamente difícil — acompanhar no sentido de acompanhar o movimento de cada pensamento, de cada sentimento, de cada desejo secreto. Torna-se difícil a partir do momento em que você diz: "Isto é feio", "Isto é bom", "Isto eu manterei", "Isto eu não guardarei".
 
Assim, você começa com o exterior e move-se para o interior. E a seguir descobrirá, quando se mover para o interior, que o interior e o exterior não são diferentes, que a percepção do exterior não é diferente da percepção interior, e que ambas são uma só. Então verá que está vivendo no passado; não há nunca um momento de viver real, no qual o passado nem o futuro existem — este seria o momento real. Descobrirá que está sempre vivendo no passado — o que você sentiu; o que você foi; se foi esperto, bom ou mau — e que está vivendo nas recordações. Isso é memória. Portanto, você precisa compreender a memória, não negá-la, suprimi-la, não fugir dela. Se um homem fez o voto de celibato e se apega a essa recordação, quando não obedece a essa recordação ele se sente culpado; e isso asfixia sua vida.
 
Então você passa a estar atento a tudo e, assim, torna-se muito sensível. Portanto, ao escutar — ao reparar não apenas no mundo exterior, no gesto exterior, mas ao escutar também a mente interior que olha e, portanto, sente — quando você toma ciência assim, sem escolhas, não existe esforço. É muito importante compreender isso.

Jiddu Krishnamurti
http://pensarcompulsivo.blogspot.com


As Três Chaves

Na minha visão, a primeira coisa que precisa ser entendida é que todas as qualidades da sua personalidade, do seu coração, devem desenvolver-se corretamente.

Qual é o segundo ponto? O segundo ponto é que deve existir consciência, mas nenhuma repressão. Quanto mais você reprime os sentimentos, mais eles tornam-se inconscientes.

Você é uma coletânea de energias desconhecidas. Você é o centro de energias bem desconhecidas, com as quais você não tem nenhuma familiaridade, nenhuma consciência.

O conhecer faz de você um mestre. Dentro de você, muitas energias, mais fortes do que a eletricidade, estão acesas, faiscando. A raiva, o ódio, o amor soltam faíscas dentro de você.

Transforme a sua vida num laboratório do interior e comece a conhecer todas essas energias dentro de você - observe-as, reconheça-as. Nunca as reprima, nem mesmo casualmente. Nunca as tema, nem por engano, mas tente conhecer o que quer que exista dentro de você. Se a raiva vem, sinta-se afortunado e agradeça à pessoa que lhe fez sentir raiva; ela lhe deu uma oportunidade - alguma energia surgiu dentro de você e agora você pode observá-la. Olhe-a silenciosamente, isolada; pesquise para ver o que ela é.

Quanto mais cresce o seu saber, mais profunda torna-se a sua compreensão. Quanto mais você torna-se mestre da sua raiva, mais perceberá que ela está sob o seu domínio. No dia em que você se tornar o mestre da sua raiva, será o dia em que você poderá transformá-la.

Você somente pode transformar aquilo do qual você é mestre; você não pode mudar aquilo do qual você não é mestre. E lembre-se, você nunca pode ser mestre de algo com o qual você briga, porque é impossível tornar-se mestre de um inimigo; só se pode ser mestre de um amigo. Se você se torna inimigo das suas energias interiores, então, nunca poderá tornar-se mestre das mesmas. Você não pode vencer sem amor e amizade.

Não tema, nem condene os infinitos tesouros de energias dentro de você. Comece conhecendo o que se encontra escondido no seu interior.
 
Esta é a segunda chave: você não deve reprimir nenhuma de suas energias: você deve conhecê-las, reconhecê-las, observá-las e vê-las. A observação terá dois resultados: primeiro, o conhecimento de suas próprias energias se ampliará, e conhecê-las fará de você um mestre; e segundo, a força do grilhão que essas energias têm sobre você diminuirá.

Bem lentamente, você descobrirá que primeiro a raiva vem e você observa; então, gradualmente, depois de algum tempo, você descobrirá que quando a raiva vier, o observador virá ao mesmo tempo. E finalmente, você descobrirá que quando a raiva se preparar para aparecer, o observador já estará lá. A partir do dia em que o observador chega antes da raiva, não há mais nenhuma possibilidade da raiva surgir.
 
A terceira chave é a transformação. Cada qualidade pode ser transformada. Tudo tem muitas formas; tudo pode mudar para a forma oposta. Não há qualidade ou energia que não possa ser convertida para o bem, para a bênção. E lembre-se, aquilo que pode tornar-se ruim, sempre pode tornar-se bom; aquilo que pode tornar-se prejudicial, sempre pode tornar-se útil. Útil e prejudicial, bom e ruim são direções. É uma questão simples de transformar mudando a direção e as coisas se tornarão diferentes.

A forma que você está se movendo agora é errada. Qual é a prova que algo está errado? A prova que algo está errado é que quanto mais você se move, mais você se torna vazio; quanto mais você se move, mais você se torna triste; quanto mais você se move, mais você se torna impaciente; quanto mais você se move, mais você é preenchido com escuridão. Se for esta a situação, então certamente você está se movendo erradamente.

Bem-aventurança é o único critério para a vida. Se sua vida não é bem aventurada, então saiba que você está se movendo erradamente. Sofrimento é o critério de estar errado, e bem-aventurança é o critério de estar certo - não há outro critério. Não há necessidade de perguntar a mais ninguém. Você pode usar esse critério todo dia, na sua vida cotidiana. O critério é a bem-aventurança. É o mesmo critério de testar ouro esfregando-o em uma pedra: o ourives jogará fora o que quer que não seja puro e colocará o que é puro na sua loja. Continue checando, cada dia, utilizando o critério da bem-aventurança; veja o que é certo e o que é errado.

O que quer que esteja errado pode ser jogado fora, e o que quer que esteja certo começará a se acumular lentamente como um tesouro.

Osho, The Inner Journey
http://conscienciaeusou.blogspot.com

Nenhum comentário:

Postar um comentário