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domingo, 16 de agosto de 2020

ESCRAVIZADO PELA LIBERDADE 

Oração de Libertação - Vida Financeira | Livres de todo mal 

Cansado de longos anos de obediência,
Emancipei-me da molesta autoridade
E proclamei a minha independência,
A irrestrita liberdade do meu querido ego...
E senti-me feliz, nessa grande conquista
Assim pensava eu...
Assim me dizia a altaneira sapiência
Da minha profunda insipiência...
 

Hoje, estou mais cansado da minha liberdade
Do que, outrora, da minha obediência.
Verifiquei que a liberdade gera insegurança,
Dolorosa insegurança,
Nos invisíveis caminhos do Além
E quem pode viver feliz na insegurança?...
 

Anseio por uma segurança, profunda e sólida,
Esse alfa e ômega de toda felicidade...
Privou-me a liberdade desse elemento vital
Nos invisíveis caminhos do Além,
Elemento que a obediência me dera...
Lançou-me ao caótico ziguezague
De caprichos e veleidades sem conta...
Por isto, comecei a suspirar pela querida escravidão
Dos tempos da minha obediência de antanho,
Por uma autoridade austera de ditador
Que me comprimisse entre muralhas de granito,
Inexoravelmente,
E me impedisse de ziguezaguear,
Incerto,
Para a direita, para a esquerda,
Qual trêfega borboleta sobre canteiros em flor,
Qual estonteado vagalume pelas trevas noturnas...
Apelei para as minhas teologias de tempos idos

Mas ai!...
Elas se calaram, como esfinges do deserto...
Eu já não podia crer, de olhos fechados,
Como naqueles tempos remotos
Da minha obediência automática,
Já não podia encampar dogmas de fora,
Sem a minha experiência de dentro,
Não podia obedecer a autoridades heterônomas
Que não fossem a voz da minha autonomia,
Da suprema autoridade do meu Eu crístico,
Do meu divino Emanuel...
Revelou-se-me, então, o grande segredo
De ser inexoravelmente escravo
E integralmente livre,
O fascinante segredo de ser

Livremente escravo
E escravizadamente livre...
Fiz-me livremente escravo
Da Verdade Libertadora,
De uma Autoridade Suprema, em mim...
E senti em mim a inefável segurança,
Que a liberdade me prometera
E nunca me dera...
Submeti o meu pequeno ego humano
Ao império do meu grande Eu divino...
Percebi dentro de mim uma voz que dizia:
“Tu deves!”
E respondi: “Que queres, Senhor, que eu faça?”
E meu grande Além-de-dentro,
Ecoando a mensagem do grande Além-de-fora,
Arvorou-se em soberano absoluto,
Em supremo tribunal,
Da minha vida
E desde então eu me sinto seguro,
Seguramente feliz,
Porque livremente obediente
E obedientemente livre...
Servo do Absoluto,
Do Eterno,
Do Infinito,
Que em mim habita...
Fiz-me voluntário prisioneiro da Verdade.

E toda a minha velha insegurança
Foi tragada pela nova segurança,
Que nasceu da austera liberdade,
Que o império da Verdade me deu...
Deveras! não há maior liberdade
Do que a espontânea obediência
À inefável tirania
Da Verdade!...

 

Huberto Rohden - Escalando o Himalaia
Colóquios com Deus e Silóquios com a Minha Alma
UNIVERSALISMO 

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