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quinta-feira, 13 de agosto de 2020

 O MAIOR CASO DE AMOR DO MUNDOMulher se abraçando com corações. ame a si mesmo. ame o seu ...

Bhagwan, como eu posso ser eu mesmo?

ISSO DEVERIA SER a coisa mais fácil do mundo, mas não é. Para sermos nós mesmos, não precisaríamos fazer nada; já somos. Como pode ser problema; ele surge porque a sociedade corrompe todo mundo. Até agora a sociedade tem sido uma grande corrupção. Ela corrompe a mente, o ser. Força coisas sobre você, que o faz perder contato consigo mesmo. Tenta fazer de você algo diferente daquilo que você deveria ser, e deixa-o fora de seu centro, arrastando-o para longe de você mesmo. Ensina-o a ser como Cristo, a ser como Buda, como isto ou como aquilo; nunca lhe diz para ser você mesmo, nunca lhe permite a liberdade de ser, e sempre está forçando em sua mente imagens que lhe são estranhas.

É assim que surge o problema. O máximo que você pode fazer é fingir, mas isso nunca irá satisfazê-lo. Você sempre está querendo ser você mesmo – é natural – e a sociedade não permite; ela quer que você seja outra pessoa, que seja falso. Não quer que você seja real, porque isso é perigoso; as pessoas reais são rebeldes. Elas não podem ser controladas tão facilmente, não podem ser arregimentadas. Essas pessoas vivem suas realidades à maneira delas, sem se importarem com outras coisas. Não se pode sacrificá-las, nem mesmo em nome da religião, ou do governo, da nação, da raça. É impossível convencê-las a fazer qualquer sacrifício. As pessoas reais sempre pensam em sua própria felicidade, que para elas é o supremo; não sacrificam isso por nada. Esse é o problema.

A sociedade confunde e perturba a criança, ensinando-a a ser outra pessoa e, assim, aos poucos, essa criança aprende os caminhos da falsidade e da hipocrisia. E um dia, ironicamente, a sociedade começa a questionar você: O que aconteceu com você? Por que não é feliz? Por que está tão miserável e triste? Então, vêm os padres. Primeiro, eles o corrompem, desviam-no do caminho da felicidade – pois só há felicidade possível, que é ser você mesmo -, e então eles vêm perguntar por que você é infeliz, e ensinam-lhe maneiras de ser feliz. Primeiro eles o tornam doente, e depois vendem os remédios. É uma grande conspiração.

Ouvi contar…
 
Uma pequena senhora judia sentou-se em seu lugar num avião, ao lado de um norueguês alto e forte. Ela não tirava os olhos dele, até que, finalmente, perguntou-lhe: “Você é judeu?”

Ele respondeu: “Não”.

Passados alguns minutos, ela olhou novamente para o homem e disse: “Diga-me a verdade – você é judeu, não é?”

E ele respondeu: “Não sou”.

Mas a senhora continuou a observar o homem e disse novamente: “Eu diria que você é judeu”.

Para que ela parasse de incomodá-lo, ele disse: “Está bem, sou judeu”.

Ela olhou novamente para ele, balançou a cabeça e disse: “Você não parece judeu”.


É assim que são as coisas. Você me pergunta como você pode ser você mesmo. Simplesmente abandone as pretensões, abandone a ânsia de ser outra pessoa, abandone o desejo de ser como Cristo, Buda, Mahavir, Krishna, ou como o seu vizinho. Abandone a competição, a comparação, e seja você mesmo. A comparação é o veneno. Você sempre está pensando em termos do que o outro está fazendo. Ele tem uma casa e um carro e você é miserável. Ele tem uma bela mulher, e você não. Ele está em ascenção social, econômica e política, e você vive miseravelmente. Ao comparar, você começará a imitar. Se você se comparar com as pessoas ricas, começará a correr na mesma direção. Se se comparar com as pessoas cultas, começará a acumular conhecimentos. Se se comparar com os santos, começará a acumular virtudes, e você será apenas imitativo. Imitar é perder totalmente a oportunidade de ser você mesmo.

Abandone a comparação. Você é único. Ninguém é como você, nunca foi e nunca será como você. Você é simplesmente único; e, quando digo isso, não estou dizendo que você é melhor do que os outros, mas que eles também são únicos. Ser único é uma qualidade comum a todos os seres. Ser único não é uma comparação, é tão natural quanto respirar. Todos respiram e todos são únicos. Enquanto você está vivo, é único. Somente cadáveres são iguais; pessoas vivas são únicas. Elas nunca são semelhantes; não podem ser. A vida nunca segue uma linha repetitiva. Deus nunca se repete; ele está sempre cantando uma nova canção, está sempre pintando um novo quadro, a cada dia.

Respeite a sua imparidade e abandone a comparação; ela é a culpada. Se você compara, cai na armadilha. Não se compare com ninguém; ele não é você, você não é ele. Deixe-o ser ele, e se relaxe em seu próprio ser. Comece a gostar do que você é. Desfrute dos momentos disponíveis para você. A comparação traz o futuro, traz a ambição e a violência. Você começa a lutar, a brigar e torna-se hostil.

A vida não é como uma mercadoria. A felicidade não é uma mercadoria que os outros têm e você, não. Você pode tê-la o quanto quiser. Depende simplesmente de você. Não há ninguém com quem você tenha que competir. Da mesma forma que você pode apreciar um belo jardim, qualquer pessoa pode apreciá-lo também. Não é por causa disso que essa pessoa estará sendo um obstáculo para você, ou estará explorando você. O jardim não é menos bonito porque o outro o aprecia ou está encantado com sua beleza. Na verdade, o jardim fica ainda mais bonito, pois ele foi apreciado, ganhando assim uma nova dimensão.

As pessoas felizes estão acrescentando uma nova qualidade à existêcncia; estão criando ondas, vibrações de felicidade. Você poderá apreciar cada vez mais esse mundo, se mais e mais pessoas forem felizes. Não pense em termos de competição; se eles são felizes, como você pode ser feliz? Terá que competir, arrancar a felicidade alheia – não, nada diso. Se as pessoas forem infelizes será muito difícil você ser feliz. A felicidade está disponível para todos; a quem quer que abre o seu coração, a felicidade está sempre disponível. Essa felicidade eu chamo de eus.

Isso não é como um cargo político que alguém alcança, como por exemplo, presidente de um país, e então ninguém mais pode ter o mesmo cargo. Se uma pessoa se torna iluminada, não impede ninguém de tornar-se também; ao contrário, até ajuda. Por causa de Buda ter-se iluminado, tornou-se mais fácil para você iluminar-se. Alguém já trilhou o caminho, já deixou pegadas e indicações sutis; você pode ir com mais facilidade e confiança, e menos hesitação. A terra inteira pode tornar-se iluminada, cada ser pode iluminar-se. Mas não são todos que podem tornar-se presidente. Este país tem seiscentos milhões de pessoas e só uma pode tornar-se presidente; é claro que isso é competitivo. Mas todas as seiscentas milhões podem tornar-se iluminadas; não há nenhum problema.

Tudo o que é divino não é competitivo, e seu ser é divino. Separe bem as coisas. A sociedade confundiu sua cabeça, ensinando-lhe uma maneira competitiva de viver. A religião é uma maneira não-competitiva de viver. A sociedade é ambiciosa, a religião, não. E só quando você não é ambicioso é que pode ser você mesmo. É muito simples.
 
Nesta manhã você é o sol nascendo em meu coração, é os passarinhos cantando em minha alma, é as folhas que sussurram em meu sangue, é os corpos quentes à minha volta. Você é o silêncio e é o som. Você é, você não é… eu sou, eu não sou… nós somos.

Obrigado por sua melhor canção. Por que não posso ouvi-la todos os dias?

A canção é sempre a melhor. A canção é sempre a mais perfeita. Tudo o que digo é sempre a verdade absoluta. Às vezes você ouve, às vezes você perde; depende de você. Às vezes está em sintonia comigo, às vezes está fora. Às vezes você tem coragem e vem comigo, às vezes hesita e se atrasa. Às vezes você fica para trás, às vezes me acompanha. Depende de você. A canção em si é sempre a melhor.

Ouvi contar: 
 
Um monge Zen, Rinzai, estava passando por um mercado e, quando estava perto de um açougue, ouviu um freguês dizendo ao vendedor: “Dê-me a melhor carne que você tiver”. O açougueiro respondeu: “Imagine só eu vender alguma coisa que não seja a melhor! Aqui tudo é o melhor”. Conta-se que, ao ouvir isso, Rinzai iluminou-se. No momento que ele ouviu: “Aqui tudo é melhor”, algo quebrou-se em sua mente. Foi uma ruptura, uma percepção aguda – tudo é o melhor?… e ele compreendeu algo. Assim é toda a existência: nunca menos do que o melhor. E ele dançou de alegria. Quando voltou ao mosteiro, seu mestre abraçou-o dizendo: “Então, finalmente aconteceu! Conte-me tudo, como foi”. Rinzai disse: “É absurdo. Aconteceu quando ouvi o açougueiro dizer alguma coisa a um freguês”. Em qualquer lugar, mesmo num mercado, e através de qualquer pessoa, mesmo um açougueiro! Algo caiu e quebrou-se.

Cada momento é o melhor, e cada rosa é a melhor. Sim, eu gostaria de lhes dizer o mesmo que o açougueiro disse ao freguês: aqui tudo é melhor. Não lido com nada menos do que isso. Se digo alguma coisa, isso deve ser o melhor, senão eu não diria. Às vezes você capta, às vezes, perde; depende de você. Isso tem que ficar bem claro.

Primeiro: quando você me ouve, sua mente não está vazia, não é como um espelho. Enquanto está me ouvindo, você está repleto de sua tagarelice interna. Isso causa um distúrbio. Você ouve uma coisa e eu estou dizendo outra. Às vezes, você ouve sem muita atenção: uma palavra aqui, outra ali, e faz suas próprias ligações, terminando com uma bela mistura, uma confusão. Assim, você nunca será capaz de compreender nada.

Você tem que me ouvir tão silenciosamente que nem uma única palavra fique perdida. Não estou dizendo para você me ouvir profundamente concentrado, não. Estou dizendo para me ouvir com atenção, com consciência, porque a concentração nunca pode ser perfeita; há sempre a possibilidade de distração. Se eu estou falando e um passarinho começa a cantar, o que você fará? O som do pássaro chegará a você e será uma distração. A concentração implica na distração, por isso não sou a favor da concentração. Ouça-me profundamente consciente.

Consciência significa que você me ouve, ao mesmo tempo que ouve o passarinho, o vento passando nas árvores e tudo o que está acontecendo nesse momento. Não me ouça com uma mente estreita, fechada para todo o resto e só aberta para mim. Assim, você não será capaz de me ouvir, pois o que estou dizendo ficará diminuído se não tiver incluído o som do pássaro. Tudo o que estou dizendo não será verdadeiro, se não tiver incluído tudo o que está acontecendo nesse momento. Não me ouça exclusivamente. Ouça tudo, inclusivamente: tudo deve ser incluído; você deve ser apenas um espelho silencioso refletindo tudo o que acontece em volta. Nada é um distúrbio. Nesses momentos, límpidos e claros, você estará sempre ouvindo a melhor canção. Do contrário, você ouvirá uma coisa, perderá outra; uma palavra aqui, outra ali. O resultado disso não será o que eu disse, mas o que você ouviu.
 
Osho
https://bibliotecaoshobrasil.wordpress.com

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