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sexta-feira, 21 de agosto de 2020

 PERGUNTAS HUMANAS; RESPOSTAS SÁBIAS

Diálogo entre Mestre e Discípulo   

Pergunta: Qual o objetivo mais elevado da experiência espiritual?

Maharshi: A compreensão do "eu superior".
 
Pergunta: A solidão é necessária ao buscador?
 
Maharshi: A solidão está na mente do homem. É possível estar em plena vida mundana, mantendo-se, contudo, uma serenidade perfeita da mente; tal pessoa está sempre em solidão. Outra pessoa pode permanecer na floresta e, ainda assim ser incapaz de controlar sua mente. Não se pode dizer que esteja em solidão. A solidão é uma atitude da mente; o homem apegado às coisas da vida não pode alcançar a solidão, onde quer que esteja. Um homem desapegado está sempre em solidão.

Pergunta: O que é mouna (silêncio mental)?
 
Maharshi: É o estado que transcende a linguagem e o pensamento, é a meditação sem atividade mental. A subjugação da mente é meditação; a meditação profunda é a linguagem eterna. O silêncio é a linguagem eterna; é o fluxo perene da “linguagem” eterna(...) Existe um estado em que cessam as palavras e prevalece o silêncio.

Pergunta: Como se pode pode obter o estado de bem-aventurança eterna, em que não há sofrimento?
 
Maharshi: Além da afirmativa dos Vedas de que onde quer que haja um corpo existe sofrimento, essa é também a experiência direta de todas as pessoas; portanto, o buscador deve investigar a sua verdadeira natureza que é sempre destituída de corpo, e deve permanecer nela. Esse é o meio de alcançar aquele estado.

Pergunta: O que significa dizer que o buscador deve investigar a sua verdadeira natureza e compreendê-la?
 
Maharshi – Experiências como “eu fui, eu vim, eu estava, eu fiz" vêm naturalmente a todos. A partir dessas experiências, não parece que a consciência "eu" é a autora daqueles vários atos? A investigação da verdadeira natureza daquela consciências enquanto se preserva a consciência de si mesmo, é o meio de compreender a verdadeira natureza do buscador.
 
Pergunta: Como se deve investigar "quem sou eu"?
 
Maharshi: Ações como "indo" e "vindo" pertencem apenas ao corpo. Assim, quando alguém diz "eu fui, eu vim, isso significa dizer que o "eu" é o corpo. Mas será possivel dizer que a consciência do corpo é o "eu" já que o corpo não existia antes do meu nascimento? (...), não existe no estado de sono profundo e se torna um cadáver quando morto? Será que esse corpo que está inerte como um tronco de árvore pode ser considerado brilhante como um "eu"? A consciência chamada "eu" que surge em primeira fuga em relação corpo é descrita de várias maneiras como auto-ilusão, egocentrismo, ignorância; maya, impureza e alma individual. Será que podemos deixar de lado a investigação sobre isso? Não será para nosso bem que todas as escrituras afirmam que eliminar a auto-ilusão produz a libertação? Desse modo, deixando que o corpo-cadáver permaneça como corpo, e nem esboçando sequer a palavra "eu", devemos investigar intensamente o seguinte: "O que é que se apresenta como um 'eu'?" Então brilhará no coração uma espécie de revelação sem palavras do verdadeiro eu. Isto é, surgirá por si mesma a pura consciência que é una e ilimitada, porque desapareceram os pensamentos diversos e limitados. Se permanecermos quietos e sem abandonar essa experiência, o egocentrismo, o sentido individual, a sensação "eu sou o corpo" serão totalmente destruídos, e no final a sensação de "eu" também será apagada (...). Os grandes sábios e as escrituras dizem que só isso é libertação.
 
Pergunta: Dos meios de controle da mente, qual é o mais importante?
 
Maharshi: O controle da respiração é o meio de controlar a mente.
 
Pergunta:Embora a prática da retenção da respiração seja perigosa e deva ser evitada, a respiração profunda e outros exercícios respiratórios moderados trazem serenidade e são, de fato, um meio central de controle da mente. O senhor pode dizer mais sobre isso?
 
Maharshi: Não há dúvida de que o controle da respiração é o meio de controlar a mente, porque a mente, como a respiração, participa da natureza do ar; porque a natureza da mobilidade é comum a ambos; porque o lugar de origem de ambos é o mesmo e porque quando um deles é controlado, o outro também é controlado.
 
Pergunta: Qual a importância da dieta do aprendiz?
 
Maharshi: O alimento afeta a mente e a torna mais sátvica (vital, vibrante, rítmica) para a prática de qualquer ioga. Vegetarianismo é absolutamente necessário.
 
Pergunta: A aparição de visões ou o escutar de sons místicos durante a meditação ocorrem antes que a mente concentrada esteja imóvel e vazia ou depois?
 
Maharshi: Podem ocorrer tanto antes quanto depois. O importante é ignorá-los e continuar prestando atenção apenas ao eu, ao ser.
 
Pergunta: Sou digno de ser um aprendiz?
 
Maharshi: Todos podem ser aprendizes. O alimento espiritual é comum a todos e nunca é negado a ninguém. 
 
Pergunta: Que significa renúncia?
 
Maharshi: Deixar o ego.
 
Pergunta: Qual a melhor postura do corpo para o exercício espiritual?
 
Maharshi: Qualquer uma. Contudo, a postura para o Caminho é imaterial. Postura realmente significa firmeza, estabilidade, imperturbabilidade, posição característica do Ser. Essa é a postura. Encontre o Ser, permaneça n'Ele, e não dê importância a posturas.
 
Pergunta: Não consigo chegar bastante fundo dentro de mim.
 
Maharshi: É errado dizer isso. Onde você está agora, senão no Ser? Aonde você quer ir? Tudo o que de fato é necessário é crer firmemente que você é o Ser.
 
Pergunta: Como o Senhor pode dizer estar o coração do lado direito, enquanto os anatomistas afirmam estar ele do lado esquerdo do peito?
 
Maharshi: Que o coração físico esteja do lado esquerdo, é indiscutível. Porém, o coração de que falo fica do lado direito. É a minha experiência. O cosmos inteiros está ligado a um pontinho no coração.
 
Pergunta: Como pode o Todo Imanente, Deus, residir no coração?
 
Maharshi: O coração não é um lugar. Olhe para dentro. O coração não é físico. É o ponto central de onde surgem todas as coisas. No coração podemos encontrar nosso laço indestrutível com o universo cósmico. E, uma vez que sentimos nele esse universo como presença viva, nossa consciência se eleva muito acima do egoísmo. Advém-nos uma satisfação interna que é completa em si mesma e que nada tem a ver com as circunstâncias externas da vida. Quanto mais interiorizamos a atenção, mais nos deixamos atrair e guiar por essa imensa e misteriosa presença espiritual que reside no coração. 
 
Durante vários anos, Ramana manteve silêncio completo. Quando sua mãe foi até seu retiro implorar que voltasse para casa, ele escreveu em um pedaço de papel: "0 destino da alma é determinado por seu carma maduro, prarabda-carma. 0 que não deve acontecer, não acontecerá, não importa o quanto você deseje. 0 que deve acontecer, acontecerá, não importa tudo o que você faça para evitar. Quanto a isso, não resta dúvida. "Portanto, o melhor caminho é permanecer em silêncio."

http://conscienciaeusou.blogspot.com

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