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quinta-feira, 27 de agosto de 2020

O ENTENDIMENTO

Praticar o entendimento - ac24horas.com - Notícias do Acre

 
Jamais uso a palavra renuncia. O que digo é: goza da vida, do amor, da meditação, das belezas do mundo, do êxtase da existência... goza de tudo! Transforma o mundano em sagrado. Transforma esta arremata na outra borda, transforma a terra no paraíso.

Entretanto, indiretamente, isso começa a produzir uma certa renúncia. Mas é uma coisa que você não faz, simplesmente acontece. Não é algo criado, ocorre naturalmente. Você começa a renunciar as suas tolices, começa a renunciar às relações insensatas, começa a renunciar a trabalhos que não satisfazem seu ser, começa a renunciar a lugares em que não é possível o crescimento. Mas a isso não chamo renúncia. Chamo entendimento, consciência.

Se levar pedras nas mãos acreditando que são diamantes, eu não lhe direi que renuncie a essas pedras; limitar-me-ei a dizer-lhe: «Mantém alerta e joga outro olhar.» Se você mesmo compreender que não são diamantes, que necessidade tem de renunciar a elas? Cairão de suas mãos por si mesmos. E  se quiser seguir carregando-as terá que fazer um grande esforço, terá que aplicar muita vontade. Mas não poderá levá-las por muito tempo; chegará uma ocasião em que verá que são inúteis, que não valem nada e terá vontades de atirá-las fora. E quando suas mãos ficam vazias, poderá procurar autênticos tesouros. E os tesouros autênticos não estão no futuro. Os autênticos tesouros estão aqui mesmo, agora.

Vivemos sem prestar nenhuma atenção ao que ocorre em nosso redor. Sim, chegamos a ser muito eficientes no que se refere a fazer coisas. Fazemos tão eficientemente que não necessitamos nenhuma consciência para isso, converteu-se em algo mecânico, automático. Funcionamos como robôs.

Ainda não somos homens, somos máquinas. Isso era o que George Gurdjieff dizia uma e outra vez, que o homem, tal como existe, é uma máquina. Ofendeu a muita gente, porque ninguém gosta que lhe chamem máquina. As máquinas gostam que as chamem deuses; então se sentem muito felizes, enchem-se de satisfação. Gurdjieff dizia que as pessoas eram máquinas e tinha razão. Se contemplar a si mesmo verá o quão mecânico é  o seu comportamento.

O psicólogo russo Pavlov e o psicólogo norte-americano Skinner acertam em 99,9 por cento quando dizem que o homem é uma maravilhosa máquina e nada mais. Não há alma nele. Hei dito que acertam em 99,9 por cento; só falham por uma pequena margem e nessa pequena margem estão os budas, aqueles que entenderam e acordaram. Mas pode-se perdoá-los porque Pavlov nunca se encontrou com um buda; só deparou-se com milhões de pessoas como você.

Skinner estudou os homens e aos ratos e não encontrou diferença. Os ratos são seres mais simples, isso é tudo; o homem é um pouco mais complicado. O homem é uma máquina extremamente sofisticada, os ratos são máquinas simples. É mais fácil, estudar aos ratos; por isso os psicólogos seguem estudando aos ratos. Estudam os ratos e chegam a conclusões a respeito dos homens... e suas conclusões são quase corretas. Digo «quase», note bem, porque essa décima parte de um por cento é o fenômeno mais importante que aconteceu. Um Buda, um Jesus, um Mahoma... essas poucas pessoas acordadas são os autênticos homens. Mas onde pode B. F. Skinner encontrar um buda? Certamente, não nos Estados Unidos.

Onde B. F. Skinner vai encontrar um Buda? E se encontrasse um buda, seus prejuízos, suas ideias preconcebidas, não lhe permitiriam vê-lo. Seguiria vendo seus ratos. É incapaz de compreender algo que os ratos não possam fazer. Bem, os ratos não meditam, os ratos não alcançam a iluminação. E seu conceito do homem não é mais que uma imagem magnificada de um rato. E mesmo assim sigo dizendo que tem razão quanto a grande maioria das pessoas; suas conclusões não estão equivocadas, e os budas estarão de acordo com ele no que se refere à chamada humanidade normal. A humanidade normal está completamente adormecida; nem os animais estão tão dormentes.

Já observou um cervo no bosque? Tão alerta, tão centrado, a cautela com que se move. Já viu  um pássaro pousado em uma árvore? Inteligentemente vigia tudo o que ocorre ao seu redor. Se você aproximar-se do pássaro, este o permitirá até certa distância. Mais à frente, um só passo a mais, ele levantará voo. Tem uma clara consciência de seu território. Se alguém penetrar nesse espaço, é perigoso.

Se você observar as atitudes de uma pessoa ‘normal’, surpreender-se-á: O homem parece ser o animal mais adormecido da terra. O homem encontra-se em um estado muito decaído. De fato, esse é o significado da parábola cristã da queda do Adão e sua expulsão do Éden. Por que foram expulsos Adão e Eva do paraíso? Foram expulsos porque tinham comido o fruto da árvore do conhecimento. Foram expulsos porque se converteram em mentes e tinham perdido sua consciência, assim, o que terá de ser feito é recuperar a consciência e perder a mente. Tem que expulsar de seu sistema tudo o que foi reunindo em forma de conhecimento. É o conhecimento que o mantém entregue ao sono, portanto, quanto mais conhecimento tem uma pessoa, mais entorpecido está.

Os aldeãos estão muito mais alerta e acordados do que os professores das universidades e os pundits ou sábios dos templos. Os pundits não são mais que louros; os acadêmicos das universidades estão repletos de caca de vaca sagrada, cheios de ruído desprovido de significado... são mentes sem nada de consciência. Ao passo que as pessoas que trabalham com a natureza - agricultores, jardineiros, lenhadores, carpinteiros, pintores -  estão muito mais alertas do que aqueles que trabalham nas universidades como decanos, diretores e reitores. Porque quando se trabalha com a natureza compreende-se que a natureza está alerta. As árvores estão alerta; certamente sua maneira de estar alerta é diferente, mas estão muito alerta. Agora existem provas científicas de seu estado de alerta. O homem parece ser o mais adormecido...

OSHO - CONSCIÊNCIA - A Chave para Viver em Equilíbrio

Arquivo em pdf baixado pelo https://oshoemportugues.files.wordpress.com

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