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quarta-feira, 12 de junho de 2019

TESOUROS DO MESTRE 


Parte V

"Sementes, caroços, tudo aquilo que se semeia ou planta acaba por crescer e dar frutos. E acontece o mesmo com os nossos pensamentos, os nossos sentimentos, os nossos desejos… O Mestre Peter Deunov, na Bulgária, pedia-nos que não jogássemos fora os caroços dos frutos que comíamos, mas que os plantássemos. E eu aconselho-vos a mesma coisa. Se não tiverdes um terreno onde fazer isso, enterrai-os onde puderdes; o essencial é que tomeis consciência de que um caroço é uma criatura que necessita de fazer nascer o germe vivo que traz nela. O objetivo principal deste exercício é fazer-vos tomar consciência de que tendes interiormente outros caroços para plantar: ideias, pensamentos, sentimentos. Quando eles produzirem frutos, vós vivereis na abundância e podereis alimentar imensas criaturas."

"Em que é que devemos alicerçar a nossa esperança? Na certeza de que o futuro pode sempre ser melhor. Mesmo que o presente não seja famoso, os poderes da vida e do bem são tais que podem sempre vencer o mal, desde que decidais associar-vos a eles. Alguém dirá: «Mas que esperança posso eu ter? Todas as minhas iniciativas falham, não tenho qualquer futuro!» Evidentemente, isso depende daquilo a que chamais o vosso futuro. Se só perspectivais esse futuro como sucesso material, social, ou como um romance de amor digno dos contos de fadas, talvez o vosso futuro esteja realmente tapado. Mas o vosso verdadeiro futuro, o vosso futuro de filhos e filhas de Deus, está escancarado diante de vós. Os dias são diferentes uns dos outros. Hoje não vistes o sol? Amanhã ele voltará a brilhar. Nada está definitivamente fechado para aqueles que sabem onde alicerçar a sua esperança."

"Conta-se que, um dia, Moisés passeava pela montanha e encontrou um pastor que lhe mostrou a refeição que tinha preparado. Ele convidara o Senhor para partilhar aquela refeição com ele e tinha a certeza de que Ele viria. «Como é que podes acreditar numa coisa dessas?», perguntou-lhe Moisés. «Jamais alguém viu Deus e tu imaginas que Ele virá partilhar a tua refeição?» Depois, satisfeito por ter mostrado a sua grande sabedoria, continuou o seu caminho, deixando o pobre do pastor muito infeliz. De repente, sentiu uma mão invisível bater-lhe na cara. Era Deus que lhe dava uma bofetada: «Insensato! – disse-lhe Ele. Por que é que introduziste a dúvida no coração daquele homem? Ele acreditava que eu iria comer com ele e eu dispunha-me a fazê-lo. Que isto te sirva de lição.» Assim como o pastor acreditava que Deus viria partilhar da sua refeição, se nós acreditarmos que podemos convidar o sol a tomar o pequeno almoço conosco, ele virá, e acompanhar-nos-á durante o dia inteiro. Vós direis que isto são histórias para crianças… É possível. Mas há uma verdade a aprender com as crianças: aquilo em que nós acreditamos torna-se realidade, de uma forma ou de outra."

"Não vos faltam ocasiões, todos os dias, para ficardes irritados com o comportamento de alguém que vos rodeia. Nesses momentos, deveis questionar-vos se vale a pena fixardes-vos nessa contrariedade. Se fordes honestos, muitas vezes sereis obrigados a responder: «Não!». E assim dispersareis essa matéria pesada e obscura que ameaçava esmagar-vos. Analisai-vos, observai como as coisas se passam geralmente quando vos deixais ir atrás da irritação por causa daquilo que alguém disse ou fez: automaticamente, esse estado atrai a recordação de todas as outras experiências negativas, começais a lembrar-vos de todas as outras vezes em que o comportamento da mesma pessoa vos pareceu insuportável. E, muitas vezes, até nem ficais por aí: começais a pensar em todas as outras pessoas que sentis como desagradáveis, antipáticas ou mesmo odiosas, e acabais por ter a sensação de estar afogados, asfixiados, ao ponto de já não conseguirdes respirar. Dizei-me: isso é inteligente? "

"Vós fizestes mal a alguém e pedis-lhe desculpa. Isso está muito bem, mas só ficareis com a situação reparada depois de também reparardes os estragos. Dizer à pessoa que lesastes: «Lamento imenso, desculpe-me…» não é suficiente e a lei divina perseguir-vos-á até terdes reparado o mal. Vós direis: «E se a pessoa que eu lesei me perdoar?» Não, a questão não fica regularizada assim tão facilmente, pois a lei é uma coisa e a pessoa é outra. A pessoa pode ter-vos perdoado, mas a lei não vos perdoa, persegue-vos até terdes reparado o que fizestes. Evidentemente, quem perdoa mostra nobreza, generosidade, não fica preso aos rancores, aos tormentos que o teriam mantido nas regiões inferiores do plano astral. Se Jesus nos pede que perdoemos aos nossos inimigos é para que consigamos libertar-nos dos pensamentos e sentimentos negativos que nos desagregam. Mas o perdão não resolve a questão: o perdão liberta as vítimas, aqueles que foram maltratados, lesados, mas não liberta os culpados, aqueles que cometeram as faltas. Para se libertar, o culpado tem de reparar."

"Há pessoas que, quando encontram alguém, só sabem falar do seu cansaço. É simples: tudo as cansa. Elas não se apercebem de que estão a sugestionar-se e de que acabarão, um dia, completamente extenuadas. Ora, aqueles que se queixam de cansaço são muito raramente aqueles que trabalham mais. O seu cansaço advém, muito simplesmente, do fato de eles ruminarem pensamentos e sentimentos que os esgotam. Não se pode negar que eles estão cansados, não se trata de um cansaço imaginário, não, ele é bem real, tão real que é contagioso, e, quando encontramos essas pessoas, após alguns minutos com elas nós próprios ficamos cansados. Um dos métodos mais eficazes para alguém se ver livre dessa fadiga psíquica é uma boa fadiga física; ela é que lhes trará descanso e os curará da sua fadiga psíquica. Os humanos têm recursos de que não fazem ideia e que devem aprender a explorar por um esforço da vontade. Quantos não há que estão cansados porque se deixam arrastar para uma vida de estagnação!"

"Nós não viemos à terra para ver os acontecimentos desenrolarem-se conforme os nossos desejos (sobretudo porque os desejos de uns raramente estão em sintonia com os desejos dos outros!), mas para aprender a tirar lições de tudo, a raciocinar, a analisar e a descobrir as leis que regem a criação e as criaturas. Devemos aceitar sentar-nos nos bancos desta universidade que a vida é e que nos oferece todas as possibilidades: bibliotecas, laboratórios, jardins botânicos e zoológicos, e tudo aquilo de que necessitamos para nos instruir, se quisermos observar bem, tomar notas… E, regularmente, é também a vida que nos faz passar por exames para verificarmos em que ponto estamos. Todos são chamados a passar por provas nas escolas celestes, como acontece nas escolas humanas, e por isso não se deve descurar nenhum exercício. Mesmo as preocupações, os desgostos, as decepções… são uma matéria sobre a qual se deve trabalhar para se ser forte e poderoso."

"Quando ides contemplar o nascer do sol, deixai-vos impregnar pela pureza da atmosfera, por aquela claridade que aparece pouco a pouco no horizonte, anunciando a vinda de um novo dia. Na verdade, a vida na terra são perpétuos recomeços. «Não há nada de novo sob o sol», dizia Salomão no Eclesiastes, e esse eterno recomeço parecia-lhe fastidioso. Ele tinha conhecido tudo, experimentado tudo, possuído tudo, e acabara por concluir que isso não passava de «vaidade e corrida atrás do vento.» Sim, talvez não haja nada de novo sob o sol, mas por que se há de ficar sob o sol? Se subirmos até ao sol, se entrarmos em sintonia com o seu coração, tudo nos parecerá novo em cada dia."
 
"Como se manifesta a graça divina? Por que é que parece que ela só vai para alguns? Ela é injusta? Não, ela funciona segundo uma outra justiça, que escapa à compreensão vulgar. Suponhamos que iniciastes a construção de uma casa. Passado algum tempo, apercebeis-vos de que vos falta dinheiro para a terminar. Pedis um crédito a um banco e este (que não é estúpido) informa-se para saber se tereis possibilidade de reembolsar o dinheiro que estais a pedir emprestado. Se as informações forem boas, o banco entrega-vos a soma necessária. Pois bem, é desta forma que age a graça divina. Ela desce a vós depois de se ter informado: ela viu que, noutras encarnações, vós trabalhastes para o bem. Momentaneamente, estais limitados, num impasse, mas, tendo em consideração as vossas encarnações passadas, ela concede-vos crédito, empresta-vos capital. A graça não é injusta nem cega como muitos imaginam: para se poder recebê-la um dia, é preciso ter trabalhado durante muito tempo para a merecer."

"A meditação pode ser comparada à mastigação dos alimentos. Quando pomos alimentos na boca e os mastigamos, as glândulas salivares atuam e nós absorvemos pela língua as energias mais sutis. A meditação é também uma espécie de mastigação, uma mastigação dos pensamentos, pela qual absorvemos as quintessências do mundo espiritual para fazer delas nosso alimento. Então, meditai sobre a sabedoria, sobre a luz, a luz que vos protege, vos conduz e vos abre o caminho para o mundo divino… Meditai no amor como fonte da alegria, da riqueza e da beleza para todos… Meditai na verdade que nos conduz à liberdade…"
 
Omrram Mikhael Aivanhov 
 http://aumagic.blogspot.com
 

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