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segunda-feira, 10 de junho de 2019

TESOUROS DO MESTRE 


Parte III

"O silêncio é a expressão da paz, da harmonia, da perfeição, e proporciona as melhores condições para a atividade psíquica e espiritual. «Aprendei a fazer o silêncio em vós», dizem-nos os sábios. Mas o silêncio só por si não traz grande coisa; na vida espiritual, ele não pode ser um fim em si mesmo, a sua verdadeira função é permitir a expressão do pensamento, da imaginação criadora. Sempre que vos é dado viver momentos de verdadeiro silêncio, em vós ou na natureza, esforçai-vos por criar, pelo pensamento, algo puro, caloroso, luminoso, poderoso. No dia em que conseguirdes fazer vibrar a atmosfera em torno de vós, todos os que vierem visitar-vos ou que passarem por esses lugares receberão um impulso para o bem. Limitar-se a ficar imóvel não serve para nada. É preciso aprender a ser vivo e criador, mesmo na imobilidade e no silêncio."

"O Senhor convida-nos todos os dias para a sua mesa, onde faz banquetes em companhia dos arcanjos. Mas, como na parábola evangélica do banquete de núpcias, só somos aceitos se estivermos vestidos com a roupa de festa. Essa roupa, evidentemente é simbólica, é a aura, uma aura pura e luminosa, como são simbólicas as joias – colares, braceletes, diademas, etc. – mencionadas na Bíblia e em todos os Livros sagrados. As pedras preciosas e as pérolas com que elas são feitas têm a função de representar as virtudes divinas. E, se isso vos agradar, fazei vós mesmos colares. O número de pérolas também pode ser simbólico: 22, 24, 36, 108, 144, etc., mas não é isso o mais importante. O essencial é compreender que fazer um colar é um ato pleno de sentido: o fio é o pensamento que deve ligar entre si as poderosas entidades representadas pelas pérolas; a agulha é a vontade que impele o pensamento. E quando usais um colar, quer ele tenha sido feito por vós, quer não, tende consciência de que trazeis convosco um objeto cheio de significado espiritual."

"Alguém diz: «Eu sou sincero, digo o que penso, sobretudo aos meus amigos», e o que se vê é que ele destrói tudo à sua passagem! A sinceridade é certamente uma qualidade, mas não há razões para se ficar muito orgulhoso de si próprio com este tipo de sinceridade. Terá essa pessoa, ao menos, colocado a si própria a questão: «Será que a minha opinião é justa?» Não, por que é que ela havia de fazer isso? Ela dir-vos-á que é livre de pensar o que lhe apetece: a liberdade de pensamento é uma grande conquista da humanidade. De acordo, a liberdade de pensamento é uma coisa preciosa. Mas na condição de se saber realmente o que é o pensamento. Quantas pessoas chamam “pensar” a uma qualquer agitação do seu intelecto a propósito de tudo o que lhes convém ou lhes desagrada! É um erro: o verdadeiro pensamento não está ligado ao prazer ou ao desprazer, nem sequer começa com o plano mental, com o intelecto, mas com o plano causal, isto é, ele supõe o conhecimento das grandes leis cósmicas. A primeira opinião que surge não é um pensamento. Muitos afirmam que dizem o que pensam, mas se pensassem verdadeiramente, calar-se-iam. Ou só falariam depois de se terem questionado sobre o que vale a sua opinião e quais serão as consequências de eles exprimirem essa opinião."

"Consoante os casos, o orgulho e a humildade são considerados como qualidades ou defeitos. Mas, do ponto de vista espiritual, pode-se dizer que o orgulho empobrece os humanos, ao passo que a humildade os enriquece. Observai a atitude do orgulhoso: ele fica inchado, cheio de si próprio, ao passo que o homem humilde é vazio. Sim, mas é este vazio que atrai a plenitude, a plenitude espiritual, pois, assim que surge um vazio algures na natureza, há uma força que se apressa a ir preenchê-lo. É preciso ser humilde para atrair o Senhor, pois Ele não pode encontrar lugar onde os recipientes já estão cheios: é preciso ter feito o vazio em si próprio para Ele poder entrar. Se disserdes: «Meu Deus, eu sou insensato e Tu és a sabedoria, eu sou pobre e Tu és a riqueza, eu sou fraco e Tu és a força…», estareis a criar o vazio em vós e então a Divindade apressar-se-á a vir preencher-vos. Ao passo que, se vos vangloriardes das vossas virtudes e das vossas capacidades, o senhor dirá: «Como estás tão contente contigo próprio, continua assim, não necessitas de Mim.» "

"Quando meditais, esforçai-vos por elevar-vos muito alto em vós mesmos e, depois, por manter-vos o máximo de tempo possível nessas alturas. Elevar-se e permanecer nas alturas significa nunca deixar de ser nobre, justo, generoso, o que supõe saber também “descer” para ajudar os seus irmãos humanos. Embora vivendo e trabalhando na terra entre os humanos é interiormente, que é preciso evitar descer, isto é, ir atrás das suas tendências inferiores ou participar em ações egoístas, desonestas. Permanecer nas alturas não é imitar as pessoas altivas, inacessíveis e duras que pensam que se rebaixariam se estendessem a mão aos que são mais fracos, menos dotados, menos instruídos ou de uma condição social inferior. Pelo contrário, e também neste caso, nós devemos seguir o exemplo do sol. O sol desce até nós, por intermédio dos seus raios ele aquece-nos, ilumina-nos, transmite-nos a sua vida, envia-nos as suas mensagens, mas permanece eternamente nas alturas."

"Aquele que compreende o significado e o objetivo da sua existência terrestre deixa a vida com a sensação de ter cumprido a tarefa para a qual veio e sabe que continuará o seu trabalho no outro mundo. É por isso que a morte não o assusta: ele sente, sabe, que vai continuar a viver e a trabalhar algures. A luz e o conhecimento suprimem o medo. As pessoas têm medo da morte porque não a conhecem. É necessário, pois, familiarizarem-se com a ideia desta passagem que é, na realidade, a continuação da vida sob uma outra forma. Em todo o universo, só existe a vida, a vida sem limites. Por isso, não deveis orar para ser salvos da morte, mas para viver. Não digais que ides morrer, mas que ides continuar a viver. Introduzi no vosso espírito o pensamento de não prolongar esta vida na terra, mas sim o de entrar numa vida nova."

"Judeus, cristãos, muçulmanos, etc., há imensos crentes que se limitam a glorificar o fundador da sua religião: Moisés, Jesus, Maomé… e a proclamar por toda a parte a sua superioridade sobre todos os outros! Mas Moisés é Moisés, Jesus é Jesus, Maomé é Maomé… e eles, os crentes, o que são? Muitas vezes, ignorantes, preguiçosos, que nada fazem para os imitar. E há tantos discípulos que se comportam do mesmo modo em relação ao seu Mestre! Eles dizem: «Ah, o nosso Mestre é único!» Põem a sua fotografia por toda a parte e iriam até ao ponto de lutar para defender a ideia de que têm o melhor Mestre, o maior, o mais poderoso. Mas não pensam em aceitar a sua filosofia e em imitá-lo no seu comportamento: um Mestre é feito para ser glorificado, não para ser imitado! Pois bem, ficai a saber que um Mestre não fica nada satisfeito por ter esse tipo de discípulos, pois não precisa ser glorificado. Ele prefere que os seus discípulos levem as suas ideias a sério e decidam pô-las em prática. Seria muito melhor para eles… e também para o Mestre."

"Se quereis ser visitados pelas entidades que descem das regiões celestes, preparai-lhes condições. Essas entidades estão sempre prontas a visitar-vos, a ajudar-vos, mas é preciso que elas sintam que há no vosso coração, na vossa alma, um lugar onde elas poderão instalar-se, trabalhar e colocar as suas riquezas. A única coisa que pode afastar essas entidades é a negligência dos humanos, o pouco caso que eles fazem da sua presença e da sua ajuda. Elas já sabem que eles são imperfeitos, fracos, pueris, e até os desculpam, não se focam nisso. Pelo contrário, elas dizem: «Oh, em que estado eles estão, coitados! É preciso socorrê-los!» Mas, se veem que eles não apreciam o que elas lhes trazem, abandonam-vos. Não é que essas entidades tenham necessidade da consideração ou do reconhecimento dos humanos, mas elas sabem que a negligência e a ingratidão os impedirão de se beneficiarem do seu apoio."

Omrram Mikhael Aivanhov 
 http://aumagic.blogspot.com 
  

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