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quinta-feira, 20 de junho de 2019

A ARTE DE NAVEGAR


A Consciência da Alma Vive
Em Um Oceano de Pensamentos

Como um barco movido por sua própria dinâmica, a mente de cada indivíduo avança através de um vasto mar astral cuja “água” é feita de todo tipo de pensamentos, sentimentos, sonhos, lembranças e intenções.

Nesse oceano, navegar é preciso, e viver também é preciso. O mar oferece perigos. Perder o rumo não é difícil. De que modo se pode manter a consciência individual navegando a caminho da sabedoria, em meio a tantas distrações, tantos ventos laterais, e tamanhas correntes marinhas que a cada momento de desatenção podem desviar o barco para longe do rumo escolhido?

Estamos na cabine de comando das nossas consciências. Talvez estejamos adormecidos, mas isso não diminui nossa responsabilidade. Deixar-se arrastar pela correnteza é uma opção soberana – e ela é exercida todos os dias pelos mais desinformados.

O Oceano da Consciência tem águas superficiais e profundas, conscientes e inconscientes. Ele tem marés, tempestades e bonanças. A vigilância e a determinação de quem está no comando de cada barco de autoconsciência devem ser constantes e regulares, para que se mantenha o rumo correto e o foco da consciência não naufrague na ilusão.

O leme do barco – e do carma – é o pensamento. O seu comando é possível através do livre arbítrio. Um bom uso do leme consiste em concentrar a mente em pensamentos, ações e sentimentos que têm pelo menos três características.

Eles devem ser:

* fundamentalmente construtivos;
* fundamentalmente altruístas; e sobretudo,
* fundamentalmente verdadeiros.


Os pontos dois e três são decisivos porque nenhuma construção é possível sem altruísmo ou sem sinceridade. Criando hábitos corretos no mundo emocional, no mundo mental e no mundo físico, o barco da autoconsciência ganha força e resistência, e isso é extremamente útil quando surgem as inevitáveis tempestades.

Para que o barco responda facilmente ao leme, é preciso que não esteja sobrecarregado. Uma mente entulhada de coisas é difícil de dirigir. A carga de preocupações excessivas pode afundar um navio até mesmo em um mar tranquilo. É necessário esvaziar a consciência para que ela se encha naturalmente de Intenção Espiritual e para que possamos confiar plenamente no Oceano da Vida.

Uma consciência leve, desapegada, é fácil de comandar. Quando reduzimos a bagagem pessoal, podemos pensar com nitidez no rumo da viagem, e erguemos facilmente o olhar para o mundo celeste. Isso tem sua importância, porque é do céu que vem o sentido de orientação. É pela luz das estrelas que o bom navegador sabe o seu Norte.

Como Estabilizar a Consciência

Sustentando a mente, sustentamos as emoções, e criamos uma plataforma de estabilidade que nos levará a ações duráveis num rumo correto.

O primeiro passo, se quisermos viver de modo consistente, é examinar, perante nossa própria consciência, qual é de fato a nossa meta. Será “tocar a vida para a frente”? Ou será buscar efetivamente um objetivo? E neste caso qual é ele? A nossa meta será o auto aperfeiçoamento através de uma visão de vida que transcende o eu inferior e os temas de curto prazo?

Uma vez que tenhamos a meta clara, saberemos para onde queremos ir. Isso, porém, não nos dará inicialmente nem a força de vontade nem o discernimento necessários para um avanço eficaz.

Será recomendável então apostar no ciclo virtuoso da tentativa, seguida de graus variáveis de erro ou acerto. O ciclo continua com a identificação e a correção dos erros, seguida de nova tentativa, e assim sucessivamente. Este é o processo da experimentação no caminho do auto aperfeiçoamento, e nele, para que o aprendizado seja efetivo, é essencial haver paciência.

O esforço intenso a serviço de uma intenção nobre – acompanhado de desapego e capacidade de esperar -, constitui o segredo de uma chave-mestra que abre a seu devido tempo as portas aparentemente trancadas que o Caminho coloca diante de nós.

“Bate à porta e a porta se abrirá”, diz a tradição esotérica. Bater à porta significa TENTAR.

“Nada como um dia depois do outro”, diz o ditado popular.

O esforço contínuo desenvolve o discernimento e ensina a navegar com segurança pelo oceano do tempo eterno e da vida infinita.

Carlos Cardoso Aveline
 https://www.filosofiaesoterica.com

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