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quarta-feira, 12 de junho de 2019

CRIAÇÃO DO EGO


Todos nós nascemos sem um ego. Quando uma criança nasce, ela é apenas consciência: flutuando, fluindo, lúcida, inocente, virgem, sem ego. Aos poucos o ego é criado pelos outros.
 
O ego é o efeito acumulado das opiniões dos outros sobre você.
 
Um vizinho chega e diz: “Que criança bonita!”, e olha para a criança com um olhar de apreciação. Então o ego começa a funcionar.
 
Alguém sorri, uma outra pessoa não sorri. Algumas vezes a mãe é muito carinhosa, outras vezes está muito zangada.
 
E a criança vai aprendendo que não é aceita como ela é. Seu ser não é aceito de forma incondicional: há condições a serem satisfeitas. Se ela grita e chora e há visitas na casa, sua mãe se zanga. Se ela grita e chora, mas não há visitas na casa, sua mãe não se importa.
 
Se ela não grita, nem chora, sua mãe a recompensa sempre com beijos amorosos e com carinho. Quando há visitas, se a criança sabe ficar quieta, em silêncio, sua mãe fica muito feliz e a recompensa.
 
A criança vai aprendendo as opiniões dos outros sobre si mesma olhando no espelho dos relacionamentos.
 
Você não pode ver a sua face diretamente. Você tem que olhar em um espelho, e no espelho você pode reconhecer sua face.
 
Esse reflexo se torna sua ideia de sua face, e há milhares de espelhos a seu redor, todos eles refletindo algo - alguém o ama, alguém o odeia, alguém é indiferente.
 
E então, aos poucos, a criança cresce e continua acumulando as opiniões de outras pessoas. A essência total dessas opiniões dos outros constitui o ego. A pessoa começa a olhar para si mesma da forma como os outros a veem. Começa a se olhar de fora: isso é o ego.
 
Se as pessoas gostam dela e a aplaudem, ela pensa ser bela, estar sendo aceita. Se as pessoas não a aplaudem e não gostam dela, rejeitando-a, ela se sente condenada. Ela está continuamente procurando formas e meios para ser apreciada, para ser repetidamente assegurada de que possui valor, que possui um mérito, um sentido e um significado.
Então a pessoa passa a ter medo de ser ela mesma. É preciso encaixar-se na opinião dos outros.
 
Se você deixar de lado o ego, subitamente se tornará novamente uma criança. Você não estará mais preocupado com o que os outros pensam sobre você, não prestará mais atenção àquilo que os outros dizem de você.

Nesse momento, terá deixado cair o espelho. Ele não tem mais sentido: a face é sua, então por que perguntar ao espelho?


Osho
http://blogdoosho.blogspot.com
 

O que é o ego?
 
A busca por poder, posição, autoridade, ambição, e todo o resto são formas do ego em todos os seus diferentes meios. Mas o importante é compreender o ego e estou certo que vocês e eu estamos convencidos disto. Se me permitem acrescentar aqui, vamos ser sérios a respeito deste assunto; porque sinto que se vocês e eu como indivíduos, não como um grupo de pessoas pertencentes a certas classes, certas sociedades, certas divisões climáticas, pudermos compreender isto e agir a partir daí, então penso que haverá uma revolução verdadeira. No momento que isto se torna universal e melhor organizado, o ego se abriga aí; por outro lado, se você e eu como indivíduos podemos amar, podemos levar isto, de fato, para a vida cotidiana, então a revolução que é tão essencial acontecerá.

Vocês sabem o que quero dizer com ego? Com isso, quero dizer a ideia, a memória, a conclusão, a experiência, as várias formas de intenções nomeáveis e não nomeáveis, o esforço consciente para ser ou não ser, a memória acumulada do inconsciente, o racial, o grupo, o individual, o clã, e tudo isto, seja projetado externamente em ação, ou projetado internamente como virtude; a luta atrás de tudo isto é o ego. Nele está incluída a competição, o desejo de ser. A totalidade desse processo é o ego; e nós sabemos de fato, quando estamos frente a ele, que ele é uma coisa maligna. Estou usando a palavra maligna intencionalmente, porque o ego divide; o ego está fechado nele mesmo; suas atividades, conquanto nobres, são separadas e isoladas. Sabemos tudo isto. Também sabemos como são extraordinários os momentos em que o ego não está, em que não há sentido de esforço, de empenho, e que acontecem quando existe amor. 
 
J. Krishnamurti, The Book of Life
http://legacy.jkrishnamurti.org 


 
Ego e Sofrimento

Uma pessoa dominada pelo ego, não reconhece o sofrimento como sofrimento - ela o considera a única resposta adequada em qualquer tipo de situação.

O ego, na sua cegueira, é incapaz de ver a dor que inflige a si mesmo e aos outros.

A infelicidade é uma doença 'mental-emocional' que atingiu proporções epidêmicas. É o equivalente subjetivo da poluição ambiental do planeta.

Estados como raiva, ansiedade, rancor, ressentimento, descontentamento, inveja e ciúme, entre outros, não costumam ser vistos como o que são, e sim como condições totalmente justificadas.

Além disso, há uma compreensão errônea de que eles não são criados pela própria pessoa, mas por alguém ou por um fator externo.

'Eu o considero responsável pela minha dor.' Isso é o que o ego deixa subentendido.

O ego não consegue distinguir entre uma situação e a sua interpretação a respeito dela, sua reação a ela.

Podemos dizer 'Que dia horrível!', sem atentarmos para o fato de que o frio, o vento e a chuva ou qualquer elemento ao qual estejamos reagindo não são horríveis. Eles são como são.

O que é horrível é a nossa reação, a resistência subjetiva a eles e a emoção que é criada por essa resistência...

Mais do que isso, o ego sempre interpreta mal o sofrimento porque, até determinado ponto, ele se fortalece por meio desse estado negativo.

 
Eckhart Tolle em O Despertar de uma nova consciência.
http://ventosdepaz.blogspot.com
 

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