Translate

domingo, 23 de junho de 2019

A CANÇÃO DA ALMA



Não sou ego, nem razão; não sou mente, nem pensamento,
Não posso ser ouvido, nem posto em palavras, 
nem posso ser captado pelo olfato ou pela visão;
Não sou encontrado na luz ou no vento, 
na terra ou no céu –
Sou a consciência e a felicidade encarnadas, 
o Êxtase do Bem aventurado.

Não tenho nome, não tenho vida, 
não respiro o sopro vital,
Nenhum elemento me moldou, 
nenhum envelope carnal é meu refúgio.
Não tenho fala, mãos ou pés, nem meios de evolução
Sou consciência e felicidade, o Êxtase na dissolução.

Descartei o ódio e a paixão e venci a ilusão e a cobiça;
Nenhum traço de orgulho me toca, 
assim a inveja nunca se cria;
Além de todas as crenças, além da influência da fortuna,
além da liberdade, além do desejo,
Sou consciência e felicidade, 
e a Bem aventurança é minha veste.

Virtude e vício, prazer e dor não são minha herança,
Nem textos sagrados, nem oferendas, 
nem preces, nem peregrinações;
Não sou o alimento, nem o comer, 
nem sequer aquele que come
Sou a consciência e a felicidade encarnadas, 
o Êxtase do Bem-aventurado.

Não receio a morte, nem sou dividido por diferenças raciais;
Nenhum pai jamais me chamou de filho, 
nenhum laço de nascença jamais me atou,
Não sou nem discípulo, nem mestre; 
não tenho família, nem amigos 
Sou consciência e felicidade, 
e imergir na Bem aventurança é meu fim.

Não sou nem conhecível, nem conhecimento, nem conhecedor. 
A ausência de forma é minha forma,
Habito em meio aos sentidos, mas eles não são minha casa;
Sempre serenamente equilibrado, não estou livre nem preso 
Sou consciência e felicidade, 
e na Bem aventurança é onde me encontro.


De Shankacharya, extraída da Introdução de Light on Yoga
https://www.facebook.com
 

Nenhum comentário:

Postar um comentário