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sexta-feira, 21 de junho de 2019

A MÚSICA, O CANTO E A DANÇA

A música cria tal harmonia que até mesmo Deus começa a inclinar a cabeça dizendo sim para você. A música é numinosa... de repente, o céu começa a tocá-lo, você é assoberbado pelo além. E quando o além está mais perto de você, quando os passos do além são ouvidos, algo dentro de você aceita o desafio: torna-se silencioso, mais quieto, mais calmo, tranquilo e recolhido.
 
Uma das maiores experiências da vida é quando a música o envolve, inunda-o, transborda em você e a meditação começa a crescer em seu interior. Quando a meditação e a música se encontram, Deus e o mundo se encontram, matéria e consciência se encontram. É a unio mystica – união mística.
 
Cantar é divino, uma das atividades mais divinas. Sua única competidora é a dança, é a única que a antecede. E por que cantar e dançar são atividades divinas? – Porque são as atividades nas quais você pode se perder totalmente. Você pode naufragar no canto, a ponto do cantor desaparecer, permanecendo apenas a canção. Ou o dançarino desaparecer, permanecendo apenas a dança. Este é o momento da metamorfose, da transfiguração: quando o cantor não está mais e existe apenas a canção. Quando a sua totalidade transformou-se numa canção ou numa dança, isto é oração.


Osho - Trecho do Livro Orange
http://www.marcelodalla.com

 
 
EU SOU TU

Sou as partículas de pó à luz do sol,
sou o círculo solar.
Ao pó digo: "não te movas",
e ao sol: "segue girando".

Sou a névoa da manhã
e a brisa da tarde.
Sou o vento da copa das árvores
e as ondas contra o penhasco.

Sou o mastro, o leme, o timoneiro e a quilha
e o recife de coral em que naufragam as embarcações.
Sou a árvore em cujo galho tagarela o papagaio,
sou silêncio e pensamento, e também todas as vozes.

Sou o ar pleno que faz surgir a música da flauta,
a centelha da pedra, o brilho do metal.
Sou a vela acesa e a mariposa
girando louca ao seu redor.
Sou a rosa e o rouxinol
perdido em sua fragrância.

Sou todas as ordens de seres,
a galáxia girante,
a inteligência imutável,
o ímpeto e a deserção.
Sou o que é
e o que não é.

Tu, que conheces Jalal-ud-Din
Tu, o Um em tudo,
diz quem sou.
Diz: eu sou
Tu.
 
http://www.revistazunai.com
 
 
 
Para Rumi a vida é uma dança frenética, interminável, eterna; é uma constante entrega absoluta, completa e total; é um movimento de amor puro, inocente, que sem cessar, segue rodopiando nesse ímpeto de amor em torno do Grande Sol. Somos todos conduzidos por essa força, essa energia Divina e nem percebemos, porque não estamos atentos. Cada vez mais essa 'inteligência imutável' nos atrai, nos transforma e conduz. Quer estejamos conscientes ou não, esse é o nosso grande destino: tornarmo-nos luz! 
 
"Tu, o Um em tudo,
diz quem sou.
Diz: eu sou
Tu."
 

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