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segunda-feira, 9 de outubro de 2017

SUA MAIOR TRISTEZA ESTÁ 
EM NÃO SABER O QUE É O CORAÇÃO


O coração é a coisa mais perigosa do mundo.

Toda cultura, toda civilização e toda pretensa religião separam a criança do seu coração. Ele é uma coisa muito perigosa. Tudo que é perigoso vem do coração. A mente é mais segura, e com a mente você sabe onde está. Com o coração ninguém sabe onde está. Com a mente tudo é calculado, mapeado, medido. E você pode sentir a multidão sempre com você, à sua frente e atrás de você. Muitos estão se movendo nela; é uma autoestrada — concreta, sólida e que lhe dá uma sensação de segurança. Com o coração você está só, ninguém está com você. O medo o pega, o possui, toma conta de você. Para onde você está indo? Agora você não sabe mais, porque quando você se move numa estrada com a multidão, sabe onde vai porque pensa que a multidão sabe.

E todos estão na mesma posição; todos pensam: "Tanta gente andando, deve estar indo a algum lugar; de outro modo, porque tanta gente, milhões de pessoas se movendo? Devem estar indo a algum lugar". Todos pensam assim. Na verdade, a multidão não vai a lugar algum. Jamais uma multidão chegou a meta alguma; a multidão continua a caminhar. Você nasce e se torna parte dela, e a multidão já estava caminhando antes de você nascer. E chega um dia em que você acaba, você morre, e a multidão continua a caminhar, porque sempre há gente nova nascendo. A multidão nunca chega a lugar algum — mas ela dá uma sensação de conforto. Você se sente aconchegado, rodeado de tantas pessoas mais sábias, mais velhas e mais experientes que você; elas devem saber para onde estão caminhando — e você se sente seguro.

No momento em que você começa a cair para o coração... e é uma queda como cair num abismo. Eis por que quando uma pessoa está apaixonada, dizemos que ficou caída de amor. É uma queda — a cabeça a vê como uma queda —, alguém se desviou, caiu. Quando você começa a cair em direção do coração, você fica só; agora ninguém pode estar ali com você. Você, na sua solidão total, ficará temeroso e assustado. Agora não saberá para onde está indo, porque ninguém está ali e não há marcos de referência. Na verdade, não há um caminho sólido, concreto. O coração não está mapeado, medido, cartografado. Então, só haverá um tremendo medo.

Todo meu esforço é para ajudá-lo a não ter medo, porque somente através do coração é que você renascerá. Mas antes de renascer, terá que morrer. Ninguém pode renascer antes de morrer... Não estou ensinando aqui outra coisa senão isto: como correr.

Se você morre, fica disponível para as fontes infinitas da vida. Na verdade, você morre na sua forma presente; ela ficou estreita demais. Nela você apenas sobrevive — você não vive. A tremenda possibilidade da vida está completamente fechada, e você se sente confinado, preso. Você sente, em todas as partes, uma limitação, uma prisão. Uma parede, um paredão de pedra, surge em cada lugar para onde você se dirige — uma parede.

Todo o meu esforço é de como quebrar estas paredes de pedra. E elas não são feitas de pedras, mas de pensamentos. E nada é mais rochoso do que um pensamento; eles são feitos de dogmas, de escrituras. Eles o cercam e onde quer que você vá,  os carrega junto. Você carrega sua prisão; ela está sempre pendurada à sua volta. Como rompê-la?

A quebra das paredes parecerá uma morte para você. E é, de certo modo, porque sua identidade atual será perdida. Seja você quem for sua identidade será perdida; você não será mais. Subitamente, uma outra coisa... Ela estava escondida dentro de você, mas você não estava alerta. De repente, uma descontinuidade. O velho já não é mais, e algo completamente novo entrou. Não se trata de uma continuidade com o seu passado, eis por que a chamamos de morte (...) O velho desaparece completamente. Eis por que chamamos isto de morte. Um fenômenos absolutamente novo passa a existir, e lembre-se da palavra "absolutamente". Não é uma forma modificada do velho, não tem conexão alguma com o velho; trata-se de uma ressurreição. Mas a ressurreição só é possível quando você é capaz de morrer.

(...) Morra como você está, para poder se tornar o que realmente é. Morrer para o ego, para que o Divino possa nascer em você. Morra para o passado, para que possa se tornar aberto para o futuro. Morra para o conhecido, para que o conhecido possa penetrá-lo. Morra para a mente, para que o coração comece a pulsar outra vez e você possa redescobrir seu próprio coração que você perdeu completamente.

Você não sabe o que é o coração! O pulsar que você ouve não é o coração verdadeiro; é apenas a parte física do coração. Existe uma parte-alma nele, escondida por trás desta. Estas batidas são da parte física do coração. Nestas batidas, ou entre estas batidas, nos intervalos, está a batida verdadeira do coração verdadeiro — a parte-alma. Esta é a parte principal. Você perdeu completamente o contato com a parte divina do seu coração e vive uma vida sem amor, sem coração. Você é como uma rocha dura. Mesmo as rochas não são tão duras, elas podem ser quebradas — e digo isto baseado numa vasta e longa experiência. Quando tento quebrar sua rocha, é muito difícil, porque sua rocha tenta se proteger de todas as formas.

Você tenta proteger suas doenças, suas enfermidades, sua neurose, sua loucura — porque é com isso que você está identificado. Você pensa que é isso, mas você não é.


Antes que você morra, jamais saberá quem você é.

 
 
OSHO
Fonte:pensarcompulsivo

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