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segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

LIVRE ARBÍTRIO 
OU PREDESTINAÇÃO ?



Os materialistas pintam o universo como uma vasta prisão onde a sorte, os pensamentos e os atos do homem são completamente determinados por seu meio físico. Os fanáticos se consideram prisioneiros de uma predestinação divina.

Mas o karma refuta ambas as concepções e atribui ao homem bastante liberdade, como também moldar-se a seu meio. Pelo seu próprio desenvolvimento, ele diminui ou enriquece este, ajuda ou entrava a Natureza, e o inverso é igualmente verdadeiro.

O karma não ensina que devemos esperar como mendigos à porta do destino. Nosso livre arbítrio do passado é a fonte de nossa sorte atual, como o do presente será a fonte de nossa sorte futura. O mais poderoso dos dois fatores é, pois, nossa vontade.

Não há lugar para o fatalismo brumoso, nem para uma confiança exagerada em si mesmo. Ninguém pode escapar a suas responsabilidades no que concerne à maneira pela qual forma sua perspectiva interior e tudo que o cerca.

Cada homem deve estudar as faltas cometidas na ação e procurar nele mesmo as fontes culpadas. Que admita francamente ao menos uma responsabilidade parcial e faça o que puder para corrigir-se. Sei que isso é penoso, mas valerá mais do que nutrir ilusões capazes de abatê-lo posteriormente.

Um pensamento que não alcança um certo grau de força e desenvolvimento não produz consequências kármicas. Vê-se assim a importância que há, no começo, em afogar as ideias más logo quando surgem. A única maneira de dominar uma tendência má é fazê-la parar no estágio inicial antes de haver tomado força viva.

O estudante deve compreender que, se ele deve ferozmente resistir às vezes aos decretos do karma, é igualmente justo que se incline com resignação diante deles em outros momentos. Não deve revoltar-se cegamente contra esses decretos; cabe-lhe apenas agir com energia calma e tomar decisões.

Nenhum livro pode ensinar o que deve fazer; deve entregar-se à sua intuição, corrigida ou examinada pela razão, ou à sua razão iluminada por sua intuição. É preciso compreender a diferença com a pseudo intuição, que é um simples eco de seus complexos emotivos, dos seus preconceitos ou desejos.


Paul Brunton
Fonte: yogaensinamentos



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