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quarta-feira, 2 de novembro de 2016

FELICIDADE É ESCOLHA


Parte I


Se você teimar em ser triste, ninguém no mundo o fará feliz. Mas se preparar a mente para ser feliz, nada nem ninguém no mundo lhe roubará essa felicidade.

Se você já perdeu a esperança de ser feliz, anime-se. Não se desespere. Sua alma, reflexo do Espírito eternamente jubiloso, é a própria felicidade. Se mantiver fechados os olhos da concentração, não conseguirá ver o sol da bem-aventurança fulgurando em seu íntimo. Todavia, por mais que cerre os olhos da atenção, os raios da felicidade continuam tentando forçar a porta fechada da sua mente. Abra a porta da serenidade e avistará, dentro de si mesmo, o sol da alegria.
 
Os raios jubilosos da alma podem ser percebidos quando você interioriza sua atenção. Não procure a felicidade unicamente em roupas bonitas, pratos deliciosos e outras amenidades. Eles aprisionarão sua alegria por trás das grades da exterioridade. Se você preparou sua mente para encontrar a alegria dentro de si mesmo, cedo ou tarde a encontrará. Busque-a todos os dias, praticando a meditação profunda, e sem dúvida achará a felicidade duradoura. Esforce-se para mergulhar dentro de si mesmo, pois ali está a maior das alegrias.

A felicidade vem não por ser desejada, mas por ser sonhada, pensada e vivida em todas as circunstâncias. Não importa o que você esteja fazendo, mantenha a corrente subterrânea da felicidade, o rio secreto da alegria fluindo por sob as areias dos seus pensamentos e o solo rochoso de seus anseios.
 
Algumas pessoas sorriem quase o tempo todo, embora tenham o peito corroído pela tristeza. Elas aos poucos vão definhando por trás das sombras desses sorrisos vazios. Outras apenas sorriem de vez em quando, mas alimentam por baixo da superfície incontáveis fontes de paz jovial. Aprenda a ser alegre em seu coração, a despeito do que quer que aconteça, e diga a si mesmo:  “A felicidade é o maior dos direitos divinos de nascença – o tesouro escondido de minha alma. Descobri ser secretamente mais rico do que o possam sonhar os reis”.

Pessoas de caráter forte são em geral as mais felizes. Não culpam os semelhantes por problemas que se devem a seus próprios atos e falta de compreensão. Sabem que ninguém tem o poder de aumentar ou diminuir sua felicidade, exceto quando elas próprias permitem que os pensamentos negativos ou as más ações dos outros as afetem.
 
A firme determinação de ser feliz ajudará você. Não espere que sua situação mude, julgando que nisso reside o problema. Tente ser feliz em todas as circunstâncias. Se às vezes a felicidade parecer dependente de certas condições, altere-as para ser feliz o tempo todo.
 
Não se deixe prender por regras, pois não há regra sem exceção. Talvez você diga: “Se isto ou aquilo acontecer, ficarei bem contente”. Não espere. Agarre o maior prêmio da felicidade que esteja agora ao seu alcance, pois o fogo-fátuo do anseio de felicidade, e portanto seu adiamento, só lhe reserva decepções.
 
A felicidade cresce graças àquilo que a alimenta. Aprenda a ser feliz sendo feliz o tempo todo. João disse: “Se eu tiver dinheiro, serei feliz”. Depois de ficar rico, afirmou: “Serei feliz se puder me livrar da minha indigestão aguda”. A doença foi curada, mais ele pensou: “Se me casar, serei feliz”. O primeiro casamento só lhe trouxe desgraça; o segundo foi pior. Achou que seria mais feliz caso se divorciasse também da segunda esposa, e o fez. Hoje, com setenta anos de idade, imagina: “Só serei feliz se voltar a ser jovem”. 

E assim as pessoas vão tentando atingir a meta da felicidade, sem jamais o conseguir.
 
Condicione a mente a ser feliz na riqueza ou na pobreza, na saúde ou na doença, no bom ou no mau casamento, na juventude ou na velhice, no riso ou no pranto. Não espere mudanças em si próprio, em sua família ou em seu ambiente para ser feliz no íntimo. Disponha-se a sê-lo agora mesmo, quem quer que você seja ou onde quer que se encontre.

O homem moderno orgulha-se de abordar cientificamente a realidade. Pois faço-lhe a seguinte proposta: analise a vida num laboratório, por exemplo. As pessoas gostam de fazer pesquisas; portanto, que tal você pesquisar a si próprio, suas atitudes perante o mundo, suas ideias e comportamento?
 
Descubra o que é a vida humana e como fazer para melhorá-la. Determine o que as pessoas mais desejam e qual a maneira correta, para elas, de satisfazer esse desejo. Determine também o que mais se esforçam por evitar e como poderão, no futuro, esquivar-se a esse “convidado” insuportável.
 
Em física e química, quando uma pessoa quer uma resposta exata, deve fazer a pergunta certa. O mesmo se aplica à vida. Procure descobrir por que tantas pessoas são infelizes. Depois, munido dessa compreensão, encontre o melhor caminho para a felicidade duradoura.

Conseguirá você fazer com que a roseira meio morta de sua vida refloresça?
 
Em geral, nascemos ricos de sorrisos, juventude, força, beleza, saúde, aspirações místicas e doces esperanças. À medida que crescemos, vamos perdendo essas riquezas, e as rosas que há em nós vão murchando. Por quê? Porque as rosas só florescem para morrer. Será então o caso que nossa felicidade só apareça para sumir?
 
Queremos florescer com boas ações, emanar alegria e conservar para sempre a lembrança daqueles que nos amam. Não precisamos morrer de pobreza, doença ou tristeza.
 
Para preservar nossa roseira, devemos cuidar dela adequadamente com bastante água e nutrientes, protegendo-a das pragas e do frio. A roseira da nossa felicidade só pode crescer no solo fértil da nossa paz. Não crescerá no chão duro e insensível da mentalidade humana. Devemos revolver continuamente a paz com a pá das boas ações. Devemos manter a planta da nossa felicidade bem regada com nosso espírito de amor e serviço. Só somos felizes quando fazemos felizes os nossos semelhantes.
 
O verdadeiro adubo para a árvore da felicidade é fornecido unicamente pela meditação e o contato autêntico com Deus na vida cotidiana. Sem o contato com a fonte Infinita, de onde brotam todas as faculdades e inspirações humanas, jamais cresceremos completa e perfeitamente.
 
As piores pragas que atacam a planta da felicidade são a indiferença ao progresso, a acomodação e o ceticismo. O frio da inércia, ou ausência de esforço definido e constante para conhecer a Verdade, é o maior dos males de que sofre nossa planta da felicidade.


Paramhansa Yogananda, 
Como ser Feliz o Tempo Todo
 

 

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