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sábado, 5 de novembro de 2016

CITAÇÕES DE OSHO SOBRE A AIDS


 
Última Parte

 

O homem chegou num ponto onde descobre que o caminho acaba. Voltar é sem sentido porque tudo que ele tem visto, vivido, lhe mostra que naquilo não havia nada; tudo se provou sem sentido. Voltar não tem sentido; para seguir em frente, não existe estrada: encarando-o está o abismo. Nesta situação, se ele perde o desejo, a vontade de viver, isso não é imprevisto.
 
Tem sido provado experimentalmente que se uma criança não é criada por pessoas amorosas – a mãe, o pai, as outras crianças pequenas na família – se a criança não é criada por pessoas amorosas, você pode lhe dar toda nutrição mas de alguma maneira seu corpo vai encolhendo. Você está dando tudo que é necessário – necessidades médicas são satisfeitas, muito cuidado está sendo tomado – mas a criança segue encolhendo. É uma doença? Sim, para a mente médica tudo é uma doença; algo deve estar errado. Eles continuarão pesquisando os fatos, por que está acontecendo. Mas isso não é uma doença.
 
A vontade de viver da criança ainda nem surgiu. Ela precisa de calor amoroso, rostos alegres, crianças dançantes, o calor do corpo da mãe – um certo meio social que lhe faça sentir que a vida tem tremendos tesouros a serem explorados, que há tanta alegria, dança, diversão; que a vida não é apenas um deserto, que há imensas possibilidades. Ela deveria ser capaz de ver essas possibilidades nos olhos que a circundam, nos corpos que a circundam. Só então a vontade de viver brota – é quase como uma fonte. Caso contrário, ela encolherá e morrerá – não de alguma doença física, ela simplesmente encolherá e morrerá.
 
Estive em orfanatos... Um de meus amigos, Rekhchand Parekh, em Chanda, Maharashtra, geria um orfanato – havia cerca de cem a cento e dez crianças lá. E vinham órfãos, de dois, três anos; as pessoas simplesmente deixavam-nas em frente ao orfanato. Ele queria que eu fosse ver o orfanato. Eu disse: "Em alguma outra hora eu vou vê-lo, porque você sabe, seja lá o que for que haja lá me fará desnecessariamente triste." Mas ele insistia, então uma vez eu fui, e o que eu vi... Eles estavam tomando todo cuidado, ele estava derramando seu dinheiro nessas crianças, mas elas estavam todas prontas para morrer a qualquer momento. Havia médicos, havia enfermeiras, havia instalações médicas, havia comida, havia de tudo lá. Ele havia dado seu próprio lindo bangalô – ele mudou-se para um bangalô menor – um lindo jardim e tudo havia lá; mas a vontade de viver não estava lá. Eu lhe falei: "Estas crianças morrerão lentamente."
 
Ele disse: "Você está falando isso para mim? Tenho estado tocando este orfanato por doze anos; centenas morreram. Temos tentado toda forma possível de mantê-los vivos, mas nada parece funcionar. Eles continuam encolhendo e um dia simplesmente não estão mais lá." Se houvesse uma doença que o médico pudesse ajudar, mas não havia doença; simplesmente a criança não tinha desejo de viver. Quando eu lhe disse isso, ficou claro para ele. Ele imediatamente, naquele mesmo dia, doou o orfanato para o governo e disse: "Tenho tentado ajudar estas crianças por doze anos; agora sei que isso não é possível. O que elas precisam eu não posso dar, então é melhor que o governo assuma."  Ele disse para mim: "Eu cheguei a este ponto muitas vezes, mas não sou um homem articulado então eu não pude calcular o que era. Mas de uma maneira vaga eu estava sentindo que algo estava faltando e isso continua matando-as."
 
A AIDS é o mesmo fenômeno na outra ponta. A criança órfã encolhe e morre porque sua vontade de viver nunca brota, nunca cresce, nunca se torna uma corrente fluida. A AIDS está na outra ponta: Você repentinamente sente que você é um órfão existencial. Este sentimento existencial de ser um órfão causa o desaparecimento da sua vontade de viver. E quando a vontade de viver desaparece, o sexo será a primeira coisa a ser afetada porque sua vida começa com o sexo; ela é um sub-produto do sexo.
 
Então enquanto você está vivo, latejante, esperançoso, ambicioso, e o amanhã permanece a utopia – de forma que você possa esquecer todos os ontens que foram sem sentido, você pode esquecer o hoje que também é sem sentido... mas amanhã quando o sol nascer e tudo for diferente... Todas as religiões lhe têm dado essa esperança.
 
Essas religiões fracassaram. Embora você siga mantendo o rótulo – Cristão, Judeu, Hindu – isso é só um rótulo. Por dentro, você perdeu a esperança, a esperança desapareceu. As religiões não puderam ajudar; elas eram pseudo. Os políticos não puderam ajudar. Eles nunca pretenderam ajudar; era só uma estratégia para explorar você. Mas até quando esta falsa utopia – política ou religiosa – pode ajudar você? Mais cedo ou mais tarde, um dia o homem se tornará maduro; e é isso que está acontecendo. O homem está se tornando maduro, consciente que tem sido enganado pelos padres, pelos pais, pelos políticos, pelos pedagogos. Ele tem sido simplesmente enganado por todo mundo, e eles o tem alimentado com falsas esperanças. No dia em que ele amadurece e percebe isso, o desejo de viver desmorona. E a primeira coisa ferida por isso será sua sexualidade. Para mim, isso é AIDS.
 

Fonte: http://www.osho.com

 

 

 
 

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