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terça-feira, 27 de setembro de 2016

O QUE É SANIDADE ?
E INSANIDADE ?


O que é sanidade? E insanidade? Quem é lúcido e quem é louco? Seriam os políticos lúcidos? E os religiosos, seriam eles insanos? E os que estão comprometidos com ideologias, seriam eles lúcidos? Somos controlados, moldados e conduzidos por pessoas nessas posições e será que somos lúcidos e sadios? 

E o que é sanidade? Ser inteiro, sem fragmentação na ação, na vida e em todos os relacionamentos - essa é a própria essência da sanidade. Sanidade significa ser íntegro, saudável e sagrado. Ser insano, neurótico, psicótico, desequilibrado, esquizofrênico, não importa o termo que se queira usar, é ser fragmentado e disperso na ação e no movimento de se relacionar com a própria existência. Cultivar antagonismo e divisões, que são os objetos de troca dos políticos que representam os cidadãos, é cultivar e sustentar a insanidade por intermédio dos ditadores ou dos que assumem o poder em nome da paz ou de alguma ideologia. E o sacerdote: olhemos para o mundo do sacerdócio. O sacerdote se interpõe entre você e aquilo que ele e você consideram como sendo a verdade, a salvação, Deus, o céu, o inferno. Ele é o intérprete e o representante disso tudo; carrega consigo as chaves do céu; condiciona o ser humano por intermédio da crença, do dogma e do ritual; ele é o verdadeiro propagandista. E ele consegue condicioná-lo, porque você quer o conforto, a segurança e morre de medo do amanhã. E os artistas, os intelectuais, os cientistas tão admirados e bajulados - seriam eles lúcidos e sadios? Ou será que vivem em dois mundos diferentes - o mundo das ideias e o da imaginação com suas expressões compulsivas, totalmente separados da sua vida diária de prazer e dor? 

O mundo que o circunda é fragmentado e sua expressão é o conflito, a confusão e a miséria: você é o mundo e o mundo é você. Sanidade é vida vivida na ação sem conflito. Ação e ideia são coisas contraditórias. O ato de ver já é o fazer e não a ideia de primeiro pensar em algo para depois programar a ação a partir de uma conclusão. Isso gera conflito. O analisador é o analisado. Quando o analisador se separa e se considera algo diferente do que está sendo analisado, ele cria o conflito que produz o desequilíbrio. O observador é o observado e nisso reside a sanidade e a totalidade sagrada que é o amor.

 
Krishnamurti
 
 
 
Aqui está uma clocação de Osho muito expressiva sobre este assunto: 


Pergunta: "Osho, eu gostaria de saber como as pessoas que o seguem, os saniassins, funcionam neste mundo neurótico, agora que estão praticando algo que se destina tirá-los de suas neuroses internas?"
 
"Se você é mentalmente sadio, então, não há nenhum problema. Você pode andar neste mundo neurótico muito facilmente - se você for mentalmente sadio. Se você é insano, então, é um problema.
 
Comumente, pode parecer muito difícil ser não-neurótico num mundo neurótico. Se você começar a brigar com os homens insanos e começar a brigar com tudo o que eles criaram, será difícil. Mas você pode brigar somente se ainda for insano. Caso contrário, você rirá: não há nenhuma necessidade de brigar. Não há nenhuma necessidade de brigar! Você rirá!
 
Então, você atuará. Um sábio é um ator: ele não é sério porque não há nenhuma necessidade de ser sério. Você sabe que todos ao seu redor são loucos; assim, não há nenhuma necessidade de levá-los a sério. Você pode atuar e, somente se você atuar, você pode ajudá-los.
 
Há uma proposta de R. D. Laing de que os médicos nos asilos de loucos não deviam estar lá como médicos, mas como loucos. Isso significa que eles deveriam atuar. Então, eles seriam de mais ajuda, porque haverá mais afinidade: como médicos, eles são contra o louco. Eles deveriam ficar no asilo como loucos. Ninguém deveria saber que eles são médicos; então, eles poderiam ajudar mais. Essa proposta é absolutamente digna de ser tentada. Eu já estou trabalhando desse modo!
 
Gurdjieff costumava dizer que um sábio deve ser matreiro. Ele deve atuar: caso contrário, não pode ajudar. Ele não deve ser muito sério. Essa seriedade dá desnecessária tristeza a você. E então, vem a raiva, porque uma pessoa séria tem raiva contra todo mundo. Não há nenhuma necessidade. Se você já sabe que alguém é insano, não há nenhuma necessidade. Assim, ajude-os. Você pode, mas seja um louco entre eles. Não brigue com eles. Este é o caminho do sábio.
 
Depois que tudo o que não é essencial for eliminado, o essencial será como uma chama — vivo em sua glória total... Samadhi Sadhana Shibir, este campo de meditação, nada mais é do que persuadi-lo a seguir na direção do sem forma. 

Sem forma significa sem ego... o seu centro está em toda parte ou em parte alguma. Isso é possível, isso que parece quase impossível é possível.

Você pertence ao sem forma, você pertence ao total, ao todo.

Assim, seja qual for a forma que você pensa que tem, você está louco. Você é sem forma. Você não pertence a nenhuma forma, e você não pertence a nenhum organismo, você não pertence a nenhuma casta, religião, credo; você não pertence a nenhum nome. 

E, a menos que você se torne sem forma, sem nome, você nunca será saudável.
 
Todo mundo é louco, a menos que chegue a compreender que não está identificado com nenhuma forma — só então vem a sanidade.

Sanidade significa chegar ao que é natural, chegar ao que é perfeito em você, ao que está escondido atrás de você.

Depois que tudo o que não é essencial for eliminado, o essencial será como uma chama — vivo em sua glória total.

Essa é a sua natureza. Esse é o Tao. 

Assim é o homem perfeito - Seu BARCO está VAZIO...."
 
 
 

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