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quarta-feira, 2 de setembro de 2015

SÓ AS PESSOAS DOENTES
 SÃO DESTRUTIVAS
 
Depois que a doença desaparece todo mundo vira criador. Isso deve ficar bem claro: só as pessoas doentes são destrutivas. As pessoas saudáveis são criativas. A criatividade é um tipo de fragrância da verdadeira saúde. Quando uma pessoa é realmente saudável, a criatividade vem naturalmente, a urgência de criar aparece.

Quando você não compara, quando não compete, quando não é ambicioso, quando não quer ser alguém que não é, acumula muita energia  — porque toda essa energia que estava sendo gasta na competição e no conflito não é mais desperdiçada. Você passa a ser um reservatório. Dessa energia vem a criatividade. 

A criatividade não tem nada a ver com competição, ela tem a ver com energia transbordante. William Blake está certo ao dizer: "Energia é a eterna alegria". Quando você transborda de energia, fica incandescente e chamejante de tanta energia, a própria energia vira criatividade. Você começa a crescer, mas agora esse crescimento tem uma conotação completamente diferente. Ela não tem objetivo algum — tem uma fonte, mas não um objetivo. Agora você não está pensando em quem vai ser, não está perseguindo um certo objetivo, um certo plano. Você é como um grande rio que, por meio de sua força impetuosa, chega ao oceano. Nenhum rio está em busca do oceano, mas os rios chegam ao oceano. E nenhum rio compete com os outros, mas todos chegam ao oceano. Os rios chegam ao oceano graças à água transbordante. Essa mesma energia é suficiente para levá-lo ao oceano. 

Você pode tornar-se um oceano de criatividade se estiver satisfeito. Assim, a criatividade brota em você, cresce em você — não por um ideal, mas só porque você tem mais do que o suficiente e precisa compartilhá-la. Precisa cantar uma canção, porque o coração está tão repleto e transbordante que você tem que vertê-lo em canções. Não pode conter a energia, por isso o transbordamento acontece. Esse transbordamento é a criatividade. 

 
Osho
 
 
 
CRIATIVIDADE NÃO É UM ATRIBUTO 
DA PERSONALIDADE


Vazio é criatividade: não há separação entre ambas as coisas. Não é como se alguém primeiro tivesse de entrar em Vazio, e então evocar a condição de criatividade, mas é a submersão no Vazio que leva a pessoa, ipso facto, a se tornar uma com a criatividade. E se esta última é um estado de graça — uma dádiva do Céu, por assim dizer — e, portanto, para além da "Vontade", então isso é exatamente o que se poderia esperar. Também podemos dizê-lo da seguinte forma: as preocupações, os problemas psicológicos, os conflitos, em resumo, o "ruído" constante da mente, que a impedem de entrar no estado de Vazio, são o obstáculo — o único obstáculo — para o estado de criatividade.

Como o Vazio, a criatividade não é um atributo da personalidade, apesar de expressar-se através da personalidade. A criatividade transcende o ego e, na verdade, só chega a existir através da transcendência da individualidade. Ao contrário, podemos dizer que o ego é que obscurece a criatividade que não pertence a você nem a mim, nem a outra pessoa qualquer. Portanto, é bastante tolo e denota presunção alguém orgulhar-se da sua criatividade, ou de qualquer realização que venha daí. A criatividade pertence ao mundo integral da inteligência: na verdade, ela é a própria Inteligência, sempre que se possa manifestar — seja no homem, seja no animal, sobre a terra ou no mai longínquo ponto do espaço. 
 
Como disse o Mestre Zen Hakuin: "Sem saber quanto a Verdade está próxima, as pessoas procuram-na longe... é uma pena!" Isso porque a criatividade que elas estão procurando e não podem encontrar é, antes de mais nada, a criatividade manifestada através da consciência, esta última compreendendo tanto o exterior como o interior, ou, respectivamente, o universo e a criatura, individualmente.

Seríamos poupados, de confusão, nesses assuntos, se estivéssemos cientes da forma pela qual são usados os termos "interior" e "exterior", com significado relativo ou absoluto. Se absoluto, eles não existem, mas seu uso se justifica quando o sentido relativista ou empírico é claramente entendido. Um bom exemplo deste último uso está na palavra "inspiração", que pode ser tida como resumo da criatividade. Inspiração significa, literalmente, retirar algo do exterior e, assim, implica uma fonte externa da verdade, isto é, "externa" para o ego. De onde, pensa o leitor, essa extraordinária energia vital poderia vir, a não ser do eu? O indivíduo "inspirado" representa um paradoxo, apenas para o dualista, não para o não-dualista, para o qual o "indivíduo" isolado do resto da existência representa uma completa miragem. Se, na verdade, não existe exterior nem interior, quando observamos o indivíduo "inspirado" estaremos observando a criatividade em ação. Esqueça o canal por onde veio essa criatividade, porque ele, de fato, não existe. 
 
Robert Powell

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