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sexta-feira, 4 de setembro de 2015

O NOVO HOMEM 
VAI SER O SAL DA TERRA

O antigo homem, que existiu até agora, está em seu leito de morte. Ele tem sofrido muito: ele precisa de toda a nossa compaixão. Ele tem sido condicionado para viver em miséria, em sofrimento, em auto-tortura. A ele foram dadas promessas: notas promissórias de grandes recompensas para depois da morte — quanto mais ele sofre, tortura a si mesmo, é masoquista, destrói sua dignidade, mais ele será recompensado.

Esse era um conceito muito conveniente para o sistema, porque o homem que está pronto para sofrer pode ser facilmente escravizado. O homem que está pronto para sacrificar o hoje por um amanhã desconhecido, já declarou sua inclinação para ser escravizado. O futuro se torna sua escravidão. E por milhares de anos, o homem tem vivido somente em esperanças, em imaginações, em sonhos, em utopias, mas não em realidade. E não existe outra vida do que a vida real, do que a vida que existe neste momento.

O novo homem é uma rebelião, uma revolta, uma revolução contra todos os condicionamentos que podem escravizá-lo, oprimi-lo, explorá-lo — apenas dando a ele esperanças de um céu fictício, assustando-o, chantageando-o com outro fenômeno fictício: o inferno. Todos velhos meios de vida estavam estranhamente em concordância em um ponto: que o homem é um animal de sacrifício aos pés de um Deus fictício.
 
Houve um tempo em que os homens eram realmente sacrificados vivos, abatidos diante de estátuas de pedra. Embora ninguém ouse fazer tal coisa hoje em dia, psicologicamente a situação não mudou. O homem ainda é sacrificado seja em nome do comunismo, em nome do capitalismo, ou em nome da raça ariana, em nome do islamismo, em nome do cristianismo, ou em nome do hinduísmo. Em lugar de deuses de pedra, agora existem apenas palavras falsas, sem sentido; mas o homem tem aceito viver assim pela simples razão de que toda criança descobre-se nascida numa multidão que já está condicionada. Os professores estão condicionados, os pais estão condicionados, os vizinhos estão condicionados; e as crianças são desamparadas — elas não podem conceber nenhuma outra alternativa a não ser fazer parte da multidão.

O velho homem era uma multidão, um dente da engrenagem; o velho homem não tinha individualidade. O sistema tomou todo o cuidado de destruir o auto-respeito, a dignidade, a alegria e a sua gratidão por ser um ser humano, por você ser a mais elevada criação no longo, longo caminho da evolução — de que você é a glória coroada.

Essas ideias eram perigosas. Se um homem tem algum respeito por si mesmo, você não pode  reduzi-lo à escravidão; você não pode destruir a sua alma e fazê-lo um robô. Até agora, o homem somente tem fingido viver — a sua vida tem sido somente hipotética.

O novo homem é uma revolta contra todo o passado e uma declaração de que iremos criar uma nova forma de vida, novos valores de vida, que estamos destinados a novos objetivos... longínquas estrelas são os nossos alvos. E não iremos permitir que ninguém nos sacrifique por nenhum nome bonito. Nós iremos viver as nossas vidas, não de acordo com ideais, mas de acordo com os nossos próprios desejos, nossas próprias apaixonadas intuições. E vamos viver momento a momento; não seremos mais enganados pelo amanhã e pelas promessas do amanhã.
 
O novo homem contém todo o futuro da humanidade. O velho homem é obrigado a morrer. Ele tem preparado sua própria sepultura — ele a está escavando a cada momento — mais e mais funda. Armas nucleares e todas as medidas de destruição são uma preparação para o suicídio global. O velho homem decidiu morrer. Depende das pessoas inteligentes do mundo desconectar-se do velho homem, antes que ele destrua também a vocês — desconectar-se das velhas tradições, das velhas religiões, das velhas nações, das velhas ideologias.

Pela primeira vez, o velho não é mais valioso. O velho é o cadáver apodrecido de um passado repugnante. É uma grande responsabilidade para a nova geração, para os jovens, renunciar ao passado. No passado, as religiões costumavam ensinar as pessoas a renunciar ao mundo. Eu ensino vocês a amar o mundo, de tal modo que ele possa ser salvo. Renunciar ao passado totalmente e irrevogavelmente é interrompê-lo.

O novo homem não é um aperfeiçoamento do velho; ele não é um fenômeno contínuo, um refinamento. O novo homem é a declaração da morte do velho e o nascimento de um homem absolutamente novo — sem condicionamentos, sem nenhuma nação, sem nenhuma religião, sem nenhum discriminação entre homens e mulheres, pretos e brancos, Este ou Oeste, Norte ou Sul.

O novo homem é um manifesto de uma só humanidade; é a maior revolução que o mundo já viu.

Você já ouviu a respeito do milagre de Moisés separando o mar em duas partes. Aquele milagre não é nada. Eu quero separar a humanidade, todo o oceano da humanidade, dividindo-a em duas partes: a velha e a nova.

O novo amará esta vida, este mundo. O novo aprenderá a arte de viver, de amar e morrer. O novo homem não se importará com o céu e o inferno, o pecado e a virtude. O novo homem se importará em aumentar as alegrias da vida, os prazeres da vida — mais flores, mais beleza, mais humanidade, mais compaixão. E nós temos a capacidade e o potencial de fazer deste planeta um paraíso, e fazer deste momento o maior êxtase de nossas vidas.
 
Deixe o velho morrer. Deixe o velho ser liderado por pessoas como Ronald Reagan. Deixe os cegos seguirem o cego. Mas todos aqueles que tiverem um espírito mais jovem, e quando eu digo "um espírito mais jovem", isso inclui mesmo aquelas pessoas velhas de idade mas que não são velhas em espírito; e isto não inclui mesmos os jovens de idade mas que são velhos em espírito. A espiritualidade jovem vai constituir o novo homem.

 
O novo homem não é apenas uma esperança. 
Você já está grávido dele.

 
Meu trabalho é exatamente fazer você consciente de que o novo homem já chegou. Meu trabalho é ajudar você a reconhecê-lo e a respeitá-lo...
 
O novo homem não é alguém vindo de outro planeta. O novo homem é você em seu frescor, nos silêncios do seu coração, nas profundezas da sua meditação, nos seus lindos espaços amorosos, nas suas canções de alegria, nas suas danças de êxtase, no seu amor por esta terra. Nenhuma religião ensina você a amar esta Terra — e esta Terra é a sua mãe, e essas árvores são seus irmãos, e essas estrelas são seus amigos.

A medida em que você vê o homem antido movendo-se mais e mais em direção ao cemitério, tornar-se-á mais fácil para você renunciar a ele e a seu modo de vida, às suas igrejas, às suas sinagogas, aos seus templos, aos seus deuses, às suas sagradas escrituras. A sua sagrada escritura é toda a sua vida e ninguém mais pode escrevê-la. — você mesmo tem que escreve-la. Você vem como um livro vazio e depende de você o que faz dele. Só nascimento não é vida; é apenas uma oportunidade dada a você de criar a vida — para criar uma vida tão linda, tão gloriosa, tão amorosa quanto você possa imaginar, quanto você possa sonhar.

Os sonhos do novo homem e sua realidade serão uma só, porque seus sonhos estão enraizados aqui na Terra. Eles trarão flores e frutos. Eles não serão somente sonhos — eles farão do mundo uma terra de sonho.

Veja a realidade: o homem nunca se defrontou com uma responsabilidade maior antes; a responsabilidade de renunciar a todo o passado, de apagá-lo do seu ser.

Seja Adão e Eva novamente e deixe que esta Terra seja o Jardim do Éden; e então veremos quem é Deus, quem tem coragem de expulsar o homem para fora do Jardim do Éden! Esse será o nosso jardim e, se Deus quiser estar em nosso jardim, Ele terá que bater em nossas portas.

Esta Terra pode ser um esplendor, uma mágica, um milagre. Nossas mãos têm este toque — só que nunca tentamos isto. O homem nunca deu chance a seu próprio potencial de crescer, de florescer, de lhe trazer preenchimento, contentamento, para inundar a Terra de flores, de encher toda a Terra com fragrância. Para mim, essa fragrância é devoção.

O novo homem não adorará a Deus como o criador do mundo; o novo homem criará Deus como uma fragrância, como beleza, como amor, como verdade. Até agora, Deus tem sido o criador; para o novo homem, o homem será o criador e Deus vai ser aquele que é criado. Nós podemos criar divindade — isto está em nossas mãos.
 
É por isso que eu digo que o novo homem é a maior revolução que já aconteceu no mundo. E não há jeito de evitar isso, porque o velho homem está determinado a morrer, determinado a cometer suicídio. Deixe que ele morra. Todos aqueles que têm um espírito rebelde deveriam apenas se desconectar, e eles serão os salvadores, eles criarão uma nova Arca de Noé, eles serão o início de um novo mundo. E por termos conhecido o velho mundo e as suas misérias, poderemos evitar todas essas misérias; poderemos evitar todos esses ciúmes, todas essas raivas, todas essas guerras, todas essas tendências destrutivas.

Nós poderemos passar através de uma total transformação: nós poderemos criar pessoas inocentes, pessoas amorosas, pessoas que respiram em liberdade, pessoas que ajudam umas às outras a serem livres.

Nós poderemos dar condições para todos de serem dignificados, serem respeitados — não de acordo com alguns ideais ou valores, mas de acordo com o que eles são.
O novo homem vai ser o sal da terra.

 
Osho

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