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quinta-feira, 25 de junho de 2015

QUEM É LOUCO ?

O que é um louco? É aquele que nunca vem para a realidade, que sempre divaga em seu próprio mundo de palavras – e ele foi tão longe em sua divagação que você não pode trazê-lo de volta. Ele não está com a realidade, mas você está com a realidade?

Você também não está – você vive sonhando, desejando, vive se distraindo com seus pensamentos... Nunca está habitando o momento presente. Estou errado? Então podemos dizer que a diferença é apenas de grau. Um louco divagou para muito longe, você nunca divagou para tão longe – apenas na vizinhança – e você sempre volta e novamente toca a realidade e vai novamente.

Você apenas toca a realidade, mas essa raiz é muito frágil e a qualquer momento ela pode ser quebrada – a mulher morre, o marido a abandona, você vai a falência – e aquela raiz frágil se quebra. Então você passa a divagar e divagar; então não há volta, então você nunca toca a realidade realmente. Esse é o estado do louco, e o homem normal é diferente apenas em grau.

E qual é o estado de um buda, de um iluminado, de um homem desperto, de entendimento, de consciência? Ele está profundamente enraizado na realidade, ele nunca se afasta dela ao divagar – exatamente o oposto de um louco.

Então perceba... Você está no meio. A partir desse meio, ou você pode mover-se na direção de ser um louco – movendo-se continuamente para o passado ou futuro –, ou você pode mover-se na direção de ser um buda – permanecendo presente, no momento presente. Depende de você.
 
Não dê muita energia aos pensamentos, isso é suicida; você está envenenando a si mesmo. Sempre que os pensamentos começam, se forem desnecessários – e noventa e nove por cento deles são desnecessários – imediatamente volte a realidade. E qualquer coisa vai ajudar: até mesmo o toque na cadeira onde você está sentado, ou o toque na cama onde você está deitado. Sinta o toque – porque é mais real do que os seus pensamentos a respeito de Deus, porque o toque é uma coisa real.

Toque aquilo, sinta o toque, seja o toque, fique no aqui e agora. Você está comendo? Saboreie bem a comida, o sabor. Cheire-a bem, mastigue-a bem – você está mastigando a realidade! Não fique perdido em pensamentos. Você está tomando banho? Divirta-se! A água está caindo em você? Sinta-a! Torne-se mais e mais um centro de sentimentos em vez de um centro de pensamentos.

E sim, o caminho está bem diante dos seus olhos. Mas o sentimento não é muito permitido. A sociedade vê você como um ser que pensa e não como um ser que sente, porque o sentimento é imprevisível, ninguém sabe aonde ele vai levar, e a sociedade não pode deixar você por conta própria. Ela lhe dá todos os pensamentos: todas as escolas, colégios e universidades existem como centros para treiná-lo para o pensamento, a verbalizar mais. 
 
E quanto mais palavras você tem, mais talentoso você é considerado; quanto mais articulado você é com as palavras, mais educado você é considerado. E não vou lhe enganar... Será difícil, porque trinta, quarenta, cinquenta, sessenta anos de treinamento... Mas quanto mais cedo você iniciar, melhor.

Então... Volte para a realidade.

 
 
Osho
 
 
 
 
Existe uma chamada 'loucura santa' que acontece quando, pela primeira vez, sentimos Deus agindo em nós. É uma sensação diferente e profundamente estranha, pois estamos acostumados a perceber as expressões exteriores de nossos sentidos, porém o fluir dessa energia divina é indescritivelmente bela e quando digo 'estranha' é porque as nossas faculdades sensitivas não a reconhecem como algo comum e sim, algo extraordinário. Suponho que seja essa realidade a qual Osho se refere. "...é o estado de um Buda, de um iluminado, de um homem desperto..." Deus é tão misericordioso que às vezes nos permite viver esses momentos de "loucura santa". KyraKally
 
 
 
 

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