O BUDA REBELDE
- Parte II -
Quando Buda ensinou
sobre essa natureza impermanente
e composta (ou agrupada) da mente
relativa,
ele o fez com o objetivo de apresentar a seus discípulos
a
natureza última da mente: a consciência imutável,
pura e não fabricada.
Aqui, o budismo se
separa radicalmente de conceitos teológicos, como pecado original, que
veem a humanidade
como espiritualmente maculada por alguma
violação
herdada da lei divina.
A visão budista afirma
que a natureza de todos os seres
é primordialmente pura e plena de
qualidades positivas.
Quando acordamos o suficiente ao ponto de ver
além
de nossa confusão, percebemos que mesmo
os nossos pensamentos e emoções
problemáticos são,
no fundo, parte dessa consciência pura.
Reconhecer isso nos leva naturalmente a uma experiência
Reconhecer isso nos leva naturalmente a uma experiência
de relaxamento, alegria e
humor. Já que tudo
o que vivenciamos no nível relativo é ilusório,
não
precisamos levar nada tão a sério.
Do ponto de vista do estado último, é
como
um sonho lúcido, a vívida brincadeira da própria mente.
Quando
estamos despertos em meio a um sonho,
não levamos nada do que ocorre no
sonho muito a sério.
É como dar uma volta nas atrações do Disney World.
Um brinquedo nos leva
até o céu noturno,
onde nos vemos rodeados de estrelas, com as luzes
de
uma cidade lá embaixo. É muito bonito
e nos cativa demais, mas nunca
tomamos como sendo real.
E, quando entramos na casa assombrada,
fantasmas, esqueletos e monstros podem nos surpreender
por um instante
ou um por um pouco mais de tempo,
mas eles também são engraçados, porque
sabemos
que nada disso é de verdade.
Da mesma forma, quando
descobrimos
a verdadeira natureza da nossa mente,
somos liberados de uma
ansiedade fundamental,
uma sensação básica de medo e preocupação
sobre
aparências e experiências da vida.
A verdadeira natureza da mente diz:
“Por que se estressar? Relaxe e se sinta bem
consigo mesmo.” A escolha é
nossa, a não ser que
tenhamos uma tendência extraordinariamente forte
de lutar o tempo todo. Desse modo, até mesmo
o Disney World se torna um
local horrível.
E isso também é escolha nossa. Nosso mundo moderno
é
cheio de opções: onde quer que estejamos,
podemos escolher uma forma ou
outra.
Muitas pessoas perguntam
Muitas pessoas perguntam
como é esse tipo de consciência.
Seria a experiência dessa natureza verdadeira
Seria a experiência dessa natureza verdadeira
semelhante à de se tornar um
vegetal,
entrar em coma ou sofrer de Alzheimer?
Não. De fato, não é nada
disso. Nossa mente relativa
passa a funcionar melhor. Quando damos uma
folga
para o nosso hábito constante de rotular,
para o nosso hábito constante de rotular,
o mundo se torna
límpido. Ficamos livres para ver
com clareza; pensar com clareza e
sentir a qualidade viva
e desperta de nossas emoções. A abertura, a
amplidão
e o frescor da experiência fazem com que este seja um local
muito bonito de se viver. Imagine-se no pico
de uma montanha olhando
para o mundo
em todas as direções, sem obstruções.
É a isso que chamamos
de experiência da natureza da mente.
Dzongchen Ponlop
Lutamos o tempo todo com a vida, queremos moldá-la a nosso modo, não permitimos que ela flua levando-nos às experiências que são necessárias para crescermos. Apegamo-nos as pessoas, aos fatos, aos objetos, ao 'falso' poder que supomos ter... Desejamos parar o tempo e reviver sempre aquelas experiências que nos deixaram 'felizes'... a vida não para, é como um rio que segue seu curso sem se importar com os obstáculos que possam surgir pelo caminho... vai moldando seu próprio leito. Não temos capacidade para deter a vida, então, por que não seguimos com ela, observando o que ela tem para nos ensinar? Somos aprendizes quer queiramos ou não. Não coloquemos obstáculos no curso da nossa vida, só servirão para nos atrasar, aborrecer, estressar... ela nos conduzirá não importa quanto tempo levaremos para nos entregar... seu poder é maior. "A escolha é
nossa, a não ser que tenhamos uma tendência extraordinariamente forte de lutar o tempo todo". KyraKally
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