VIVENDO PARA DEUS
Não conseguimos observar a natureza real das coisas sem pré-julgamentos e nem preconceitos. A partir daí nasce o sentimento de separatividade, de diferença entre nós, os outros e as coisas que nos rodeiam. Esse é o mundo da mente-ego, gerador da ilusão que nos aprisiona na roda viva do Carma.
Viver para
Deus não significa se retirar do mundo.
Ao contrário, significa ser devolvido ao mundo,
Ao contrário, significa ser devolvido ao mundo,
com um novo olhar, uma nova percepção.
Viver
para Deus é descobrir novas luzes em tudo que fazemos,
por meio da satisfação
da consciência plena.
O maior
milagre é sentar-se em silêncio consigo mesmo
e simplesmente perceber que as coisas
são como elas são,
como realmente são. Isso faz a vida ser suficiente.
Talvez
tenha sido o que o inspirado apóstolo
Paulo de Tarso quisesse nos dizer quando
afirmou:
"Aprendi
a contentar-me com o que tenho".
Se não
conseguimos descobrir o sentido da vida num
simples ato da nossa rotina
diária, como por exemplo,
lavar pratos, certamente este sentido
não será descoberto
em lugar algum, pois aquilo que é aparentemente
finito-comum está cheio do infinito-divino.
Vivemos sob a
égide de opostos aparentemente antagônicos:
falso-verdadeiro, finito-infinto,
aceitação-rejeição, vida-morte, ódio-amor, etc. E não nos damos contade que essa
aparente polarização ou dualidade é apenas uma faceta da unidade.
Uma unidade
que permeia tudo e todos
e torna os opostos complementares.
Neste sentido,
a experiência direta - do tipo
"faça você mesmo" - pode conciliar em
nós a aparente contrariedade dos opostos que a vida nos apresenta.
Para isso é
preciso viver a plenitude
de cada momento sem expectativas.
Viver cada minuto, cada hora, cada dia,
como se fosse
o último: esse é o segredo do viver para Deus.
E isso ocorre
quando compreendemos
que o tempo é meramente uma ilusão.
A preocupação
com a noção de tempo (hoje, amanhã, ontem)
dá início a uma prática egoísta.
Passamos a viver
das experiências acumuladas na memória por meio
de
comparações, expectativas e ansiedades.
Não conseguimos observar a natureza real das coisas sem pré-julgamentos e nem preconceitos. A partir daí nasce o sentimento de separatividade, de diferença entre nós, os outros e as coisas que nos rodeiam. Esse é o mundo da mente-ego, gerador da ilusão que nos aprisiona na roda viva do Carma.
Quando nos
libertamos dos grilhões dessa falsa percepção
do tempo e passamos a viver o
momento presente – aqui
e agora – surge então o reto agir fluindo sem
obstáculos,
levando-nos sempre adiante e transformando
nossas vidas em
instantes de beleza e bem-aventurança.
Esse é o
estado da mente de principiante, a mente em sua pureza original, livre dos
reflexos e hábitos milenares do ego.
Somente assim,
saboreando intensamente a beleza
presente em cada instante nos tornamos nós
mesmos.
Certamente não é uma prática fácil, devido aos
condicionamentos
milenares herdados do ego.
É preciso um grande esforço.
No entanto se
formos perseverantes e disciplinados,
sem desejos a alcançar e sem renúncias a
fazer,
dia virá em que essa percepção se estenderá
a todos os momentos da nossa
vida e não apenas
durante momentos de reflexão ou meditação.
O ego se esvai
à medida que a consciência
se torna plena no agora.
Observar continuamente a atuação ( agitação )
do ego no palco do dia a
dia é um grande antídoto contra
a ilusão e uma grande
prática para viver com Deus.
Quem está com
raiva? Quem está angustiado?
Quem está feliz? Quem deseja isso?
Quem se alegra com esse elogio? Quem sou eu?
Quem se alegra com esse elogio? Quem sou eu?
A observação de sentimentos e pensamentos leva ao
enfraquecimento da ação do ego sobre nossas vidas,
na medida em
que já não agimos mais de forma inconsciente, ao sabor das ondas do impulso e
do desejo.
Tomar consciência da existência do ego significa
o início da sua
absorção pelo Ser, já que em todas essas situações
a testemunha ou observador é o próprio Ser.
Uma das formas
mais básicas utilizadas pelo ego
é a identificação do ser humano com seu corpo.
Portanto, o hábito de sentar e observar a energia vital fluindo em todas as
partes do corpo (pernas, braços, abdômen, tórax, etc.), curiosamente, de forma
paradoxal, faz com que a pessoa, pouco a pouco, deixe de se identificar com a
forma (corpo
e mente) e comece a perceber que sua essência
transcende o mundo da mente-ego.
À medida que
isso ocorre, insights diários, provocados pela dimensão divina, que sempre
esteve presente em nós,
vão dissipando as brumas da ilusão do ego, guiando-nos
em direção à plenitude do vazio, ao sem forma, ao Ser, à essência divina que
realmente somos. Tomar consciência do corpo durante a meditação e também ao
longo do dia, não apenas
nos ancora no momento presente, como também
é
uma passagem para fora da prisão do ego.
"Mantendo a
harmonia em meio as atribulações...
Vivendo no
mundo sem pertencer ao mundo...
Isso é viver
para Deus"!
Texto extraído do
site “Aos que buscam”
Ao ler esta postagem um grande amigo disse para ele mesmo, olhando-se no espelho: "Você quer prestar ? Então preste de verdade porque indicações não faltam. Ou você espera que outros façam o caminho e as mudanças para si" ? Já esperamos bastante tempo. Já perdemos muitas oportunidades. Os profetas já nos instruíram, os enviados já nos contaram suas experiências. E nós sentados à beira do caminho olhando a vida passar... KyraKally
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