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sexta-feira, 29 de maio de 2015

Semana dedicada à respiração - parte 6

RESPIRAR, MEDITAR E OBSERVAR

A respiração é um indicador do estado mental. Quando a mente está agitada, a respiração também estará; se a mente acalma, a respiração também acalmará. A respiração pode nos levar do campo conhecido para o desconhecido; ela é a ligação entre a verdade revelada e a não revelada. Quando observamos nossa respiração, descobrimos que a nossa mente e o nosso corpo estão num contínuo estado de agitação e desconforto.


A mente, por estar condicionada aos padrões dos velhos hábitos, continua a ligar-se aos pensamentos irreais do passado ou do futuro, gerando enorme quantidade de desejos, aversões e ilusões. Com o simples ato de observar a respiração (de se esforçar para o momento presente da respiração deixando a agitação da mente) podemos sentir a diminuição da intensidade das causas dos nossos sofrimentos.


A prática desse contato com a respiração por si só elimina as impurezas da mente. Assim, cada vez mais vamos sentindo um alívio e nossas preocupações deixam de existir. A esse respeito, quando aprofundamos na investigação da verdade, verificamos que essa agitação e esse desconforto estão presentes nos níveis mais sutis.


A observação da respiração é uma meditação universal.

A meditação baseia-se na descoberta desta verdade. A verdade de cada momento tal como ele é realmente. Através da meditação é possível maior compreensão e entendimento da erradicação das causas do sofrimento que estão profundamente enraizadas no subconsciente, gerando dores e doenças. A prática da meditação é uma arte de viver pacífica e harmoniosamente, em primeiro lugar individualmente e depois, com os outros.


Cada pessoa deve substituir a fé cega, a ilusão e a imaginação pela simples observação da verdade de cada momento, tal como ela é, trabalhando, assim, sua evolução, tornando-se consciente de todas as causas e consequentemente de todos os defeitos. As reações cegas ocorrem por estarmos tremendamente apegados a nossa imagem e ao nosso ego.

 
Continuamente tentamos estabelecer nossa imagem na mente dos outros. Nossa imagem, nossos sonhos e o apego por eles é que geram o sofrimento. Através do esforço constante na meditação poderemos finalmente chegar a raiz de nossos problemas, libertando-nos deles. A observação da causa leva-nos a sua erradicação.


Ao meditar, procure observar sem reação; deixe a manifestação espontânea desenvolver o equilíbrio mental, cessando o sofrimento. Se você for dominado por alguma emoção muito forte ou sentir dores no corpo, tente apenas observá-las, Permita a manifestação de acordo com as leis da natureza, assim como surgiram elas desaparecer]ao como as tempestades; apenas observe com paciência e serenidade. O que existe é um fluxo constante de fenômeno impessoal.



Ao compreendermos profundamente dentro de nós mesmos como o sofrimento é gerado, compreenderemos também como podemos eliminá-lo, através da sabedoria e da observação, sem criar reatividade, apenas observar, observar, observar...



Exercício: sente, sinta-se confortável, feche os olhos e tente observar sua respiração, vá relaxando as partes do corpo que estiverem tensas, apenas observando a respiração, quando vierem os pensamentos e você esquecer a respiração; não se preocupe ela é instintiva e não vai morrer, apenas volte a observar a respiração calma e serenamente.




Vilma Ruho

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