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quarta-feira, 20 de maio de 2015

ALEGRIA DESCONDICIONADA


Em alguns momentos, a sós conosco mesmos, 
experimentamos uma imensa carência interior.

É a motivação-mãe que gera as demais. 
A necessidade de preencher esta carência, 
de apagar esta sede, nos leva a pensar, a agir.
 Sem sequer interrogá-la, fugimos de nossa insuficiência, tratamos de preenchê-la às vezes com um objeto, 
às vezes com um projeto, e logo, decepcionados, 
corremos de uma compensação à seguinte, 
indo de fracasso em fracasso, de sofrimento em sofrimento, 
de guerra em guerra.

Este é o destino do homem comum, 
de todos os que aceitam com resignação esta ordem de coisas que julgam inerente à condição humana.


Observemos de mais perto.


Enganados pela satisfação que nos proporcionam os objetos, chegamos a constatar que causam saciedade e, até mesmo, indiferença: nos preenchem num momento, nos levam à não carência, nos devolvem a nós mesmos e logo nos cansam; perderam sua magia evocadora.


Portanto, a plenitude que experimentamos não se encontra neles, está em nós; durante um momento o objeto tem a faculdade de suscitá-la e tiramos a conclusão equivocada de que ele foi o artesão desta paz. O erro consiste em considerar este objeto como uma condição ‘sine qua non’ da dita plenitude.


Durante estes períodos de alegria, esta existe em si mesma, 
não há nada mais. Logo, referindo-nos a essa felicidade, 
a superpomos a um objeto que, segundo acreditamos, 
foi o que a ocasionou.


Portanto, objetivamos a alegria 
(transformamos a alegria em um objeto).


Se constatarmos que esta perspectiva na qual nos situamos só pode dar uma felicidade efêmera, incapaz de nos proporcionar aquela paz duradoura que está dentro de nós mesmos, compreendemos, por fim, que, no momento em que alcançamos o equilíbrio, nenhum objeto o causou; a última satisfação, alegria inefável, inalterável, sem motivo, está sempre presente em nós; o que ocorre é que estava velada para nossos olhos.





Jean Klein




A verdadeira alegria parte de dentro para fora. Quando nos sentimos em união com tudo e com todos, então estamos realmente sob a vibração da alegria, que é uma energia curativa e harmoniosa. Não há necessidade de rir ou gargalhar; o simples olhar para uma rosa, um céu azul e tantos outros aspectos da natureza traz um sentimento de profundidade, uma paz imperturbável; isso é alegria, e como ela é espontânea e simplesmente brota do interior daqueles que conseguem ver o milagre numa simples flor - pois "todas as coisas complexas estão condenadas à decadência" (Buda). Sejamos, pois, alegres e felizes, não custa nada, pelo contrário nos dá saúde e ótima convivência com os outros. KyraKally

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