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terça-feira, 19 de maio de 2015

O QUE O CORAÇÃO QUER
A MENTE SÓ FAZ MOSTRAR

Até agora diziam os iluminados, os meditadores e os sábios; agora a ciência também afirma: são nossos pensamentos que continuamente criam nosso mundo. “Hoje sabemos que a autoconfiança,o entusiasmo e a emoção têm a capacidade de promover as funções superiores do cérebro. A zona pre frontal do cérebro é o lugar onde se origina o pensamento mais avançado, onde moldamos o nosso futuro, onde valorizamos alternativas e estratégias para solucionar os problemas e tomar decisões, é tremendamente influenciada pelo sistema límbico, que é o nosso cérebro emocional. Então, o que o coração quer sentir, a mente só vai mostrar ". Temos que treinar essa mente.

A psiconeuroinmunobiologia é a ciência que estuda a relação que existe entre o pensamento, a palavra, a mentalidade e a fisiologia do ser humano. Uma conexão que desafia o paradigma tradicional. O pensamento e a palavra são uma forma de energia vital que tem a capacidade (e tem sido mostrado de forma sustentável) de interagir com o  organismo e produzir mudanças físicas muito profundas. Posso afirmar que uma pessoa animada, comprometida e que confia em si mesma pode ir muito além do que seria esperado da sua trajetória de vida.

Foi demonstrado em diversos estudos que um minuto entretido em um pensamento negativo deixa o sistema imunológico numa  situação delicada durante seis horas. Esse "stress", essa sensação de agonia permanente produz mudanças muito surpreendentes no funcionamento do cérebro e na constelação hormonal, podendo lesionar neurônios da memória e da aprendizagem localizados no hipocampo, afetando nossa capacidade intelectual porque deixa sem irrigação sanguínea aquelas zonas do cérebro mais necessárias para tomar decisões adequadas.

Um valioso recurso contra a preocupação é focar a atenção na respiração abdominal que tem por si só a capacidade de produzir mudanças no cérebro. Favorece a secreção de hormônios como a serotonina e a endorfina e melhora a sintonia de ritmos cerebrais entre os dois hemisférios.

Há que mudar o foco de atenção dos pensamentos que estão nos alterando, provocando desânimo, ira ou preocupação, e que fazem que nossas decisões partam de um ponto de vista inadequado. É mais inteligente, não mais razoável, levar o foco de atenção à respiração que tem a capacidade de serenar nosso estado mental..

Sempre encontraremos razões para justificar nosso mau humor, estresse ou tristeza,e essa é uma linha determinada de pensamento. Porém quando nos baseamos em como queremos viver, por exemplo sem tristeza, aparece outra linha. São mais importantes o que e o porque  do que o como. O que o coração quer sentir, a mente o acaba mostrando.

Quando nosso cérebro dá um significado a algo, nós o vivemos como a absoluta realidade, sem ser conscientes de que é só uma interpretação da realidade.

A palavra é uma forma de energia vital. Foi possível fotografar com tomografia de emissão de positrons como as pessoas que decidiram falar a si mesmas de uma maneira mais positiva, especificamente pessoas com transtornos psiquiatricos, conseguiram remodelar fisicamente sua estrutura cerebral, precisamente os circuitos que geravam essas enfermidades.

- Podemos mudar nosso cérebro com boas palavras?

-Santiago Ramón y Cajal, premio Nobel de Medicina em 1906, disse uma frase tremendamente potente que naquele momento pensamos que era metafórica. Agora sabemos que é literal: "Todo ser humano se se propuser pode ser escultor de seu próprio cérebro".

-Não está exagerando?

-Não. O modo como falamos a nós mesmos molda nossas emoções que mudam nossas percepções. A transformação do observador(nós) altera o processo observado. Não vemos o mundo, vemos o mundo que somos.

- Falamos de filosofia ou de ciência?

-As palavras por si só ativam os núcleos amigdalinos. podem ativar por exemplo, os núcleos do medo que transformam os hormônios e os processos mentais. Cientistas de Harward demonstraram que quando a pessoa consegue reduzir essa cacofonia interior e entrar em silêncio, as enxaquecas e a dor anginosa podem reduzir-se em 80%. 
 
- Qual é o efeito das palavras não ditas?
 
-Costumamos confundir nossos pontos de vista com a verdade, e isso se transmite: a percepção vai mais além da razão. Segundo estudos de Albert Merhabian, da Universidade de Califórnia (UCLA), 93% do impacto de uma comunicação se faz por via subconsciente.
 
- Por que é tão difícil mudarmos? 

-O medo nos impede de sair da zona de conforto, tendemos a segurança do conhecido e essa atitude nos impede de realizar-nos. Para crescer há que sair dessa zona.
 
A maior parte dos atos de nossa vida se regem pelo inconsciente.  Reagimos segundo automatismos que fomos incorporando. Pensamos que a espontaneidade é um valor; porém para que haja espontaneidade tem que haver preparação, senão só há automatismos. Cada vez mais estou convencido do poder do treinamento mental.

Mude hábitos de pensamento e treine sua integridade honrando sua própria palavra. Quando dizemos "vou fazer isto" e não o fazemos, alteramos fisicamente nosso cérebro. O maior potencial é a consciência.

Se nos aceitarmos pelo que somos e pelo que não somos, podemos mudar. Ao que se resiste persiste. A aceitação é o núcleo da transformação. Sem fé em si próprio há temor, o temor produz violência, a violência produz destruição, por isso a fé interna supera a destruição.



Esta é uma parte da entrevista (traduzida por Glaci Loureiro) que
 A Vanguardia Digital (Jornal espanhol) realizou com o  Dr. Mario Alonso Puig que é médico especializado em cirurgia geral e do aparelho digestivo no Hospital de Madri, e Psiconeuroimunobiólogo, na qual fala dessa sua outra especialidade.
 
 
  





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