Translate

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2024

 EXERCÍCIOS DA VIDA - I

 
A vontade da alma

As escolhas mais decisivas para o curso da vida partem do centro do ser, da nossa alma. Mas, embora seja ela que determine os rumos básicos que temos de seguir, a personalidade, o nosso eu externo, também possui certo poder de decisão.

Como personalidade, usamos o livre-arbítrio e, por meio dele, aprendemos a escolher. É pelo exercício de inumeráveis escolhas que vamos aprendendo a abandonar o que prejudica a evolução, até o momento em que começamos a perceber a voz da alma e a sermos atraídos por ele.

A capacidade de decisão da personalidade varia, portanto, segundo os graus evolutivos que vamos atingindo; varia de acordo com nossa abertura para o mundo da alma. 

Essa capacidade de decisão é bastante forte e dominante enquanto nos deixamos conduzir pelos aspectos materiais de nosso ser: o físico, o emocional e o mental. Redimensiona-se gradualmente, todavia, à medida que optamos pela evolução superior. A partir dessa opção, a vontade da alma vai prevalecendo em nossas escolhas. Passamos a aceitar razoavelmente a orientação interior, a permitir que nos conduza os atos.

Quando transferimos nossas decisões para a alma, dela começam a vir provas para purificar-nos e oportunidade para evoluirmos. A personalidade vai, então, tornando-se mais flexível e obediente e, por fim, compreendemos qual é a nossa tarefa como alma a encarnada.

Para cumprir essa tarefa, necessitamos de indicações internas, provindas da alma, que conhece as leis evolutivas e o nosso destino. Assim, quando entregamo-nos à vontade da alma, quando ela nos guia os atos, consuma-se o que está previsto para a nossa vida sobre a Terra.

O caminho à frente

Um período de purificações e ajustes antecede a vida regida pela vontade da alma. Desse período pode fazer o que se costuma chamar de "fase do arrependimento".

No sentido espiritual, arrependimento é a predisposição para reconhecer erros e imediatamente agir de modo a equilibrá-los. Não é apenas lamentação, e não deve ser confundido com  com a tendência de chorar pela dor que causamos; ou de pedir desculpas sem que nada se transforme em nós. A lamentação por si só não tem valor evolutivo; só deprime e perturba nosso equilíbrio e nada resolvemos com ela.

O arrependimento verdadeiro é um impulso para sanar as desarmonias que causamos no passado. Se nos arrependermos dessa maneira, isto é, se passarmos a agir equilibradamente, preparamo-nos de fato para novas etapas do caminho.

Como evoluímos por ciclos, há prazos estabelecidos internamente para darmos certos passos. Cada ciclo oferece-nos uma série de oportunidades que, pela lei do carma, ficam disponíveis. Se não as acolhermos, teremos dificuldades de, ao final do ciclo, passar para o seguinte.

Em outras palavras: o curso correto da evolução seria cumprirmos os ciclos, não deixando para depois o que podemos fazer agora. Contudo, se não conseguirmos dar os passos previstos, teremos outras oportunidades de evolução, pois vivemos num universo regido pela lei do amor. Assim, se temos que repetir um ciclo, podemos aplicar o que já aprendemos. Se deixarmo-nos levar pelo aspecto negativo de nosso 'fracasso', nada mais seremos que instrumentos de provas para os que estão cumprindo etapa semelhante. Mas, se adotarmos atitudes positivas, poderemos ser um estímulo ao avanço de todos, que usufruirão nossa experiência anterior de queda.

Com base em palestra de Trigueirinho, realizada em dezembro de 1989, publicada pela Editora Irdin.

Nenhum comentário:

Postar um comentário