EXERCÍCIOS DA VIDA - I
As escolhas mais decisivas para o curso da vida partem do centro do ser, da nossa alma. Mas, embora seja ela que determine os rumos básicos que temos de seguir, a personalidade, o nosso eu externo, também possui certo poder de decisão.
Como personalidade, usamos o livre-arbítrio e, por meio dele, aprendemos a escolher. É pelo exercício de inumeráveis escolhas que vamos aprendendo a abandonar o que prejudica a evolução, até o momento em que começamos a perceber a voz da alma e a sermos atraídos por ele.
A capacidade de decisão da personalidade varia, portanto, segundo os graus evolutivos que vamos atingindo; varia de acordo com nossa abertura para o mundo da alma.
Essa capacidade de decisão é bastante forte e dominante enquanto nos deixamos conduzir pelos aspectos materiais de nosso ser: o físico, o emocional e o mental. Redimensiona-se gradualmente, todavia, à medida que optamos pela evolução superior. A partir dessa opção, a vontade da alma vai prevalecendo em nossas escolhas. Passamos a aceitar razoavelmente a orientação interior, a permitir que nos conduza os atos.
Quando transferimos nossas decisões para a alma, dela começam a vir provas para purificar-nos e oportunidade para evoluirmos. A personalidade vai, então, tornando-se mais flexível e obediente e, por fim, compreendemos qual é a nossa tarefa como alma a encarnada.
Para cumprir essa tarefa, necessitamos de indicações internas, provindas da alma, que conhece as leis evolutivas e o nosso destino. Assim, quando entregamo-nos à vontade da alma, quando ela nos guia os atos, consuma-se o que está previsto para a nossa vida sobre a Terra.
O caminho à frente
Um período de purificações e ajustes antecede a vida regida pela vontade da alma. Desse período pode fazer o que se costuma chamar de "fase do arrependimento".
No sentido espiritual, arrependimento é a predisposição para reconhecer erros e imediatamente agir de modo a equilibrá-los. Não é apenas lamentação, e não deve ser confundido com com a tendência de chorar pela dor que causamos; ou de pedir desculpas sem que nada se transforme em nós. A lamentação por si só não tem valor evolutivo; só deprime e perturba nosso equilíbrio e nada resolvemos com ela.
O arrependimento verdadeiro é um impulso para sanar as desarmonias que causamos no passado. Se nos arrependermos dessa maneira, isto é, se passarmos a agir equilibradamente, preparamo-nos de fato para novas etapas do caminho.
Como evoluímos por ciclos, há prazos estabelecidos internamente para darmos certos passos. Cada ciclo oferece-nos uma série de oportunidades que, pela lei do carma, ficam disponíveis. Se não as acolhermos, teremos dificuldades de, ao final do ciclo, passar para o seguinte.
Com base em palestra de Trigueirinho, realizada em dezembro de 1989, publicada pela Editora Irdin.
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