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domingo, 4 de fevereiro de 2024

DESAPEGANDO-SE COM AMOR E GRATIDÃO

O planta encontra-se numa fase muito especial de sua evolução e passa por profunda mudança. O desapego é fundamental para os que a estão acompanhando, pois sem desprendimento pelo que já é conhecido não seria possível ingressar livremente no que está para vir.
 
O desapego deve deixar de ser um mero conceito para os que procuram vivê-lo. Não deve ser apenas uma palavra acolhida com boa vontade, mas  a superação efetiva dos laços terrenos e do conhecimento atual.
 
O desapego é sempre necessário para ampliarmos a compreensão, para contatarmos o que ainda não foi desvelado. Assim, tudo o que captamos, descobrimos, compreendemos e vemos deveríamos soltar tão logo tenha cumprido o seu papel de nos ensinar alguma coisa. 
 
Mas, deveríamos desapegar-nos com amor e gratidão, cientes de que o objeto de nossa renúncia pode ser útil para os que estão em outros pontos evolutivos, ou até voltar a ser útil para nós mesmos em uma posterior etapa da vida.
 
O desapego ajuda-nos a ir além do nível dos fenômenos e coloca-nos em contato como essencial, com o que não é efêmero e cujas raízes se encontram em planos mais profundos. Se persistirmos na intenção de nos desapegar, as provas do dia a dia nos mostrar-nos quão desprendidos estamos da existência material e daquilo que ainda devemos nos despojar.
 
À medida que nos desapegamos, o que ocorre em nossa vida física não nos afeta tanto e já não aplicamos tempo nem energia na análise fenômenos. Aproveitamos, isso sim, todas as provas que ela nos traz como oportunidades de nos transformarmos.
 
O desapego é o principal fator na busca de uma vida mais avançada. Mesmo que haja organização, dedicação, pontualidade, obediência e autocontrole, mesmo que muitas virtudes já se façam notar em nosso ser, sem o desapego, tudo isso pouco vale para a compreensão da realidade nos planos internos.
 
Se não damos excessiva importância as coisas fenomênicas e externas, elas deixam de ser um obstáculo para penetrarmos os níveis profundos da consciência e podem até ajudar-nos a fazê-lo. 
 
Com a prática do desapego percebemos que a maior parte do nosso ser e do universo não está nos níveis em que normalmente somos conscientes. Só um pequenos reflexo da nossa essência se encontra  no que pensamos, sentimos ou fazemos. O que há de mais significativo na existência, vive em nosso interior, além das dimensões onde há fenômenos e efeitos visíveis.
 
Se com frequência dirigimos a atenção aos níveis internos e superiores do nosso ser, podemos passar pelas provas mais dolorosas do físico, do emocional e do mental, sem nos envolvermos com o sofrimento. E, cada ser humano que consiga agir, sentir e pensar com amor e desapego, ajuda a libertar os semelhantes ainda condicionados às impressões próprias dos planos materiais.  Tais impressões que são secundárias perante as verdadeiras causas dos acontecimentos, perante o que nos move, e o que dá vida ao nosso ser externo. Embora tenhamos tarefas no mundo concreto, devemos sempre saber que, de um ponto de vista superior, não pertencemos a ele.
 
     Em nome da Clareza, com base em palestra de José Trigueirinho  Netto, realizada em agosto de 1989 - Editora Irdin

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