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sexta-feira, 11 de março de 2022

REFLETINDO COM MIKHAËL AÏVANHOV 


O círculo com o seu ponto central é um símbolo muito vasto e de uma grande profundidade. Quaisquer que sejam as dimensões da circunferência, o centro do círculo está sempre limitado a um ponto. Por quê?
 
Porque a circunferência é a expressão da matéria que retém, que absorve os seres e as coisas, ao passo que o centro representa o espírito que irradia, que projeta.
 
O espírito não acumula nada, não guarda nada, ele dá, e é por isso que é representado por um ponto minúsculo, ao passo que o círculo é vasto porque recebe e contém as riquezas do espírito.
 
Vós direis: «Mas então, o espírito perde tudo!»
 
Não, porque ele vive no interior da matéria que recebeu a sua riqueza; portanto, não perde nada. Esta lei aplica-se também aos seres que sabem dar verdadeiramente.
 
Quem dá não perde nada, pois passa a viver em todos aqueles que beneficiaram das suas dádivas:  o seu espírito está neles. Por isso, todos os que julgam ter-se aproveitado de alguém, na realidade são habitados por aquele que lhes deu: é ele que se manifesta através deles.
 

Em muitas religiões, Deus é comparado a um fogo, mas não se sabe grande coisa sobre esse fogo, exceto que o seu poder, a sua intensidade, é impossível de suportar. É o fogo do Espírito puro: em contacto com ele, todas as formas se dissolvem e desaparecem.  Todos aqueles que receberam o beijo desse fogo se fundiram com ele numa mesma chama.
 
Escreveu-se muito sobre as experiências dos místicos. Mas, muitas vezes, as explicações dadas eram complicadas, quando, na realidade, é tudo muito simples. A experiência dos místicos é a experiência do fogo, do fogo sagrado. Um ser que acendeu em si próprio esse fogo divino alimenta-o diariamente, lançando nele pedaços da sua natureza inferior, exatamente como se lança lenha para a lareira.
 
Observai um fogo a arder: todos aqueles pedaços de madeira morta que até ali estavam separados, dispersos, e eram inúteis, são reunidos pelo fogo numa mesma luz, num mesmo calor, e tornam-se incandescentes até serem idênticos a ele.
 
Do mesmo modo, sacrificando a sua natureza inferior ao fogo do espírito, o místico conhece o que é Deus, o fogo divino, pois torna-se semelhante a Ele. 


É agradável e útil ter bons amigos, mas é preciso reconhecer que os inimigos também têm a sua utilidade. Se estudardes bem a questão, compreendereis até que, em certos casos, são eles os vossos verdadeiros amigos, pois são impiedosos, não vos poupam nada, farão notar tudo o que em vós não está bem.
 
Vós direis: «Mas, muitas vezes, eles exageram!» Sim, é verdade, mas isso não faz mal, eles são como microscópios, e os microscópios, muitas vezes, são indispensáveis. Os cientistas usam-nos todos os dias, pois eles permitem-lhes ver detalhes que, de outro modo, passariam despercebidos.
 
Portanto, se desejais mesmo aperfeiçoar-vos, em vez de terdes aversão aos vossos inimigos, deveis admitir a sua utilidade. São eles que vos obrigam a trabalhar, a corrigir-vos, a encontrar soluções para os problemas que vos colocam. Assim, graças a eles, tornais-vos mais sábios e reforçais-vos.
 
 
 
O respeito verdadeiro, respeito que devemos cultivar em relação aos seres, não deve limitar-se ao respeito pelos humanos, pois, para além do homem, e acima dele, existem imensas entidades a que ele não dá importância; muitas vezes, até nem acredita na sua existência, escuda-se no "respeito pelo ser humano" para se justificar de não respeitar nada, nem sequer o Criador.
 
Na realidade, nós não podemos respeitar verdadeiramente os humanos enquanto não tivermos consideração por um mundo que nos ultrapassa. De outro modo, apesar da nossa boa vontade, arriscar-nos-emos a prejudicá-los, porque haverá em nós propósitos que suprimirão o respeito.
 
Só quando temos um sentimento sagrado por alguma coisa, ou antes, por um Ser infinitamente grande, o Criador, é que podemos respeitar realmente os humanos.
 

 
Seja na sua vida profissional, seja na sua vida familiar, há pessoas que têm tendência para se impor sem sequer se aperceberem de como essa atitude as desgasta. E aqueles que têm sempre alguém à perna, ordenando: «Faz isto! Não faças aquilo!», também acham muito cansativo. Eles suportariam melhor a situação se conhecessem os métodos graças aos quais poderiam transformar essas correntes emissivas.
 
Como é que podem transformá-las? Adotando conscientemente uma atitude de passividade: não reagirem exteriormente, mas fazerem interiormente, um trabalho pelo pensamento, até sentirem no plexo solar, que essas energias brutas que a outra pessoa está a derramar neles se tornam uma corrente de energias construtivas, vivificadoras. Aprender a aguentar é uma arte. 
 
Já pensastes por que é que os homens vivem menos tempo do que as mulheres? É porque eles têm sempre necessidade de se impor, ao passo que as mulheres estão mais habituadas a aguentar, a suportar e, muitas vezes, mesmo inconscientemente, adotando uma atitude passiva, elas reforçam-se. 
 
http://lotusdourado7.blogspot.com

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