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domingo, 29 de dezembro de 2019

ENERGIA SEXUAL E YOGA


Somente os que trazem em si, de vidas anteriores, um sistema nervoso com força necessária para suportar a alta tensão progressivamente crescente (gerada pela ininterrupta continência), sem se despedaçar sob o esforço, alcançam a meta em apenas uma vida. Só podemos avançar nas possibilidades que o corpo e o sistema nervoso permitem.
Só podemos abrir os centros superiores se lhes dermos oportunidade de emanar o poder criador, através da atividade criativa, algo para o qual temos inclinação.

Paciência é o estado da eternidade. Quando pensamos em tempo crucificamos nosso ser, perdemos a força e a coragem de espírito.
 
As pessoas anseiam por amor, não por gratificação puramente física. Com experiências assim seguem-se desapontamentos, um vácuo imenso, uma amarga ressaca ou solidão glacial e, no caso da mulher, uma sensação desesperada de exploração e aviltamento.

O excesso sexual leva à perda de potência, o caráter torna-se fraco e incapaz de resistência, é-se destruído pelas influências do mundo exterior e mais cedo ou mais tarde a pessoa decai em irresolução, trevas e medo.

A união sexual cria um vínculo profundo entre o homem e a mulher. Ambos absorvem a parte do ser invisível do outro, cuja radiação aí permanece muito tempo. Pessoas que persistem em relacionamento sexual com um parceiro que lhes é desajustado gradativamente mudam sua natureza, seu caráter, e adquirem certas qualidades do outro.

A mácula da parte invisível do ser humano não resulta apenas da cópula com seres inferiores, mas também quando se copula com um grande número de parceiros. Sua radiação torna-se impura, perdem o caráter humano individual, devido à grande mistura de irradiações.
 
Os atributos da energia sexual – se o homem não despende este potencial vivificante e gerador, mas o retém no próprio corpo – de uma parte, podem reabastecer seu corpo de vida, aumentar sua vitalidade interna, mantê-lo na flor da juventude, e de outra parte, aumentar sua vitalidade, despertar, estimular e ativar seus mais altos centros nervosos e cerebrais (chakras) e despertá-los de sua prévia condição latente.

Há duas espécies de pessoas na terra: os viventes que já são 'seres humanos', e os mortos, que são simplesmente 'homens' e 'mulheres'. Para os mortos, só há sexo e nada mais. Mesmo o outro grande instinto, o de conservação, para eles existe exclusivamente como servo da sensualidade e do sexo. Comem, bebem e viciam-se em gulodices, somente de modo a serem tão sadios quanto o possam, visando a espremer a última gota de sexualidade do corpo. Obtêm seu pão com manteiga; ganham dinheiro, triunfam numa carreira; comunicam-se com os demais, mas tudo que dizem, mencionam, escrevem e fazem tem apenas uma motivação: o impulso sexual. Para eles, a suprema ambição e orgulho é alcançar o auge da potência sexual e do sucesso amoroso. Uma vez que o uso abusivo enfraquece seus corpos, são deixados com nada além de sua infinita vacuidade, e enquanto o corpo enfraquece, veem-se imersos em escuridão e velhice cada vez mais profundas.

Trilhar o caminho do yoga não significa que devamos abraçar uma vida abstêmia. No início, devemos aprender a viver sadiamente. Isto inclui alimentos e bebidas saudáveis e certamente uma vida erótica sadia. Como se pode renunciar à vida sexual, se não se sabe ainda o que a vida sexual (sadia) significa?

Somente os que trazem em si, de encarnações anteriores, um sistema nervoso com força necessária para suportar o último e mais difícil ciclo da senda e a alta frequência da tensão progressivamente crescente, sem se despedaçar sob o esforço, alcançam esta meta suprema em apenas uma vida. Por maior que seja nosso propósito de progredir, só podemos avançar nas possibilidades que o corpo e o sistema nervoso permitem, quando amadurecidos ao máximos. Não se deve esperar atingir o nível de um homem-Deus a curto prazo.
 
Experimentamos a energia divina, no primeiro nível (primeiro chakra), como impulso e desejo sexual. No segundo nível experimentamos como fome e sede. No terceiro, como força de vontade. No quarto, no centro cardíaco, como sentimentos e emoções. No quinto, como conceito de tempo e espaço. No sexto, como intuição e amor universal. No sétimo, como autoconhecimento.

O parceiro sexual não é um objeto para ser usado e descartado, mas uma criatura viva, contendo uma alma humana. Isto é verídico mesmo para com as prostitutas. Certas pessoas tentam satisfazer seu desejo de felicidade e estabilidade mental, por meio do intercurso puramente físico. Mas as pessoas anseiam por amor, não por gratificação puramente física. É um equívoco perigoso buscar amor em sexualidade oca e tentar substituir o amor pela sexualidade. E a sexualidade imita o amor: compele à ternura e abraços, força os amantes à carícia recíproca, a amenizarem mutuamente seus sofrimentos através da sexualidade. O que se segue com experiências sexuais abusivas? Desapontamentos, uma amarga ressaca, acusações mútuas ou solidão glacial; e no caso da mulher, uma sensação desesperada de exploração e aviltamento. Ambos não deram amor verdadeiro, mas apenas esperaram recebê-lo.

A multidão de 'mal-amados', jovens ou adultos, só pode curar-se por meio do amor, e não por intercurso sexual humilhante ou na tentativa de libertá-los das inibições sexuais e persuadindo-os a levar vida sexual dissoluta, promíscua e indiscriminada.
 
Enquanto um indivíduo suspeita dos prazeres potenciais ainda não experimentados dentro da sexualidade, não pode nem deve renunciar à vida sexual. Viveria, então, na crença de ter omitido ou perdido algo; e este equívoco cada vez mais o atrairá para experiências sexuais. Somente quem se familiarizou integralmente com a sexualidade e provou-a totalmente, quer nesta existência quer em outra anterior, pode alcançar Deus.

Se a pessoa não tem habilidade para transformar a energia sexual, um sistema de vida de abstinência forçada pode redundar em nervosismo extremo, desarmonia, violência; em verdade, até mesmo em casamento rompido, porque a energia sexual ainda não está apta para encontrar o caminho para os centros nervosos mais elevados.

Uma pessoa que não possa experimentar Deus com sua mente consciente, porque estas frequências seriam muito fortes para seus nervos, deveria levar uma vida sexual sadia, baseada na unidade e amor espirituais. Pela união sexual, duas pessoas podem proporcionar-se mutuamente muito amor e felicidade, mesmo que seja uma felicidade transitória. De modo algum isto os degrada, e em verdade, ajuda-os a construir um relacionamento íntimo e partilhar de uma experiência verdadeira e sublime. A natureza explora seu anelo por amor a fim de criar outras gerações.
 
Se um homem atraiçoa a força criadora por viver dissolutamente, por excesso sexual e abuso como meio de prazer, também lhe morre a sexualidade. Perde a potência, torna-se um caráter fraco e incapaz de resistência; é despedaçado pelas influências do mundo externo e se torna presa do medo.

O homem atraiçoa seu princípio criador quando usa a razão para dirigir os pensamentos continuamente para os órgãos sexuais; quando estimula os sentidos e as glândulas sexuais com alimentos e bebidas excitantes e com ajuda mental, literatura, filmes e peças teatrais pornográficas e que desperdiça sua energia sexual em excessos e abusos. E certamente o alcoolismo e outros tóxicos vão de mãos dadas com tais hábitos. As pessoas que vivem assim, e também os que dissipam o poder criador com masturbações excessivas, mais cedo ou mais tarde decaem em irresolução, aniquilamento espiritual, trevas e medo (a masturbação ocasional do adolescente não tem, necessariamente, esta consequência perniciosa; referimo-nos aqui apenas à masturbação perversamente excessiva).

O resultado do abuso sexual é a debilitação da vontade, constante sensação de apreensão, astenia física e mental, resistência diminuída, inatividade e incapacidade para a vida.

O homem primitivo está contente com qualquer parceira do sexo oposto que responda fisicamente a seu gosto simples. Não liga qualquer importância a uma união espiritual interior, vez que ele mesmo ainda não é espiritual, desperto e consciente. Porém o homem de consciência mais evoluída, de individualidade mais pronunciada, pode experimentar a alegria real do amor e da verdadeira gratificação – física e espiritual – somente com determinada parceira, com quem se harmonize espiritualmente, e com a qual retribua amor genuíno com amor.

Deve-se renunciar à abstinência e levar uma vida sexual baseada em amor verdadeiro, se tormentos intoleráveis tiverem que ser combatidos. Isso não é desgraça nem pecado. Desta maneira, muito progresso pode ser feito, se bem que mais devagar.

Elisabeth Haich 

http://yoga-ensinamentos.blogspot.com

 

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