A SABEDORIA DO TAO I
A virtude das Águas
nas águas que banham as dez mil criaturas,
e ocupam as fendas e os pântanos,
onde ninguém gostaria de estar.
Por tal motivo, as águas se comparam ao Caminho!
A virtude de uma casa é a sua localização.
A virtude da mente é estar em silêncio e em paz.
A boa sociedade é aquela que busca a virtude.
O bom governo é aquele que busca a ordem.
A virtude do artista é sua habilidade para a arte.
A virtude do movimento é ser executado
no preciso momento.
Mas o sábio é virtuoso sem nunca combater,
e assim nunca pode ser combatido.
onde ninguém gostaria de estar.
Por tal motivo, as águas se comparam ao Caminho!
A virtude de uma casa é a sua localização.
A virtude da mente é estar em silêncio e em paz.
A boa sociedade é aquela que busca a virtude.
O bom governo é aquele que busca a ordem.
A virtude do artista é sua habilidade para a arte.
A virtude do movimento é ser executado
no preciso momento.
Mas o sábio é virtuoso sem nunca combater,
e assim nunca pode ser combatido.
A diminuição do brilho
O Céu e a Terra são resilientes.
Sua resiliência advém do fato
de não haverem gerado a si mesmos.
E, como tampouco vivem para si mesmos,
possuem longa duração.
Dessa forma o sábio se coloca no último lugar
para chegar a frente de todos.
Trata a si mesmo como um estrangeiro,
diminui o brilho do próprio ego,
e assim, sem nada desejar,
conquista a perfeição que jamais havia buscado.
A fórmula do vazio
O Céu e a Terra não agem como nós,
eles seguem a ordem natural
lidando com todas as coisas como nós lidamos
com os cães de palha nos rituais [1].
Assim também os sábios, ao lidar com as pessoas,
não se preocupam em ser benevolentes,
mas antes em permitir que a natureza dos homens
se mova livremente.
Não poderíamos comparar o espaço entre o Céu
lidando com todas as coisas como nós lidamos
com os cães de palha nos rituais [1].
Assim também os sábios, ao lidar com as pessoas,
não se preocupam em ser benevolentes,
mas antes em permitir que a natureza dos homens
se mova livremente.
Não poderíamos comparar o espaço entre o Céu
e a Terra a um par de pulmões gigantescos?
Esvaziam, mas sem se exaurir.
Enchem novamente…
Quanto mais trabalham, mais respiram,
Esvaziam, mas sem se exaurir.
Enchem novamente…
Quanto mais trabalham, mais respiram,
sem jamais cansar.
Mas quem muito fala, se esgota rapidamente.
Devemos calar e cuidar de nosso interior.
Devemos mantê-lo liberto e vazio, como a natureza.
A fonte sem origem
O Caminho é como o vazio de um vaso.
Ao utilizá-lo, devemos nos guardar de todo excesso.
Oh, e como é vasto, profundo como um abismo!
É como se fosse o Ancestral de todas as coisas.
Deixemos que as rodas percorram
os velhos sulcos da estrada.
Devemos cegar nossas adagas,
desfazer os nós e diminuir o brilho
para que nos harmonizemos com a escuridão alheia.
Oh, como é puro e tranquilo o Caminho,
pode ser que continue para além do Céu!
Não sei de quem possa ser filho,
pode ser anterior ao próprio Imperador de Jade [2].
Mas quem muito fala, se esgota rapidamente.
Devemos calar e cuidar de nosso interior.
Devemos mantê-lo liberto e vazio, como a natureza.
A fonte sem origem
O Caminho é como o vazio de um vaso.
Ao utilizá-lo, devemos nos guardar de todo excesso.
Oh, e como é vasto, profundo como um abismo!
É como se fosse o Ancestral de todas as coisas.
Deixemos que as rodas percorram
os velhos sulcos da estrada.
Devemos cegar nossas adagas,
desfazer os nós e diminuir o brilho
para que nos harmonizemos com a escuridão alheia.
Oh, como é puro e tranquilo o Caminho,
pode ser que continue para além do Céu!
Não sei de quem possa ser filho,
pode ser anterior ao próprio Imperador de Jade [2].
O lago da tranquilidade
Ao não exaltar aqueles que são importantes
evitamos estimular a rivalidade entre os medíocres.
Ao não ostentar as joias raras
evitamos que sejam alvo de ladrões.
Ocultar aquilo que excita o desejo dos homens
faz com que eles permaneçam sem perturbações.
Dessa forma, o sábio governa os homens
mergulhando suas mentes e seus corpos
na Tranquilidade; preenchendo os últimos
e esvaziando os primeiros.
Ele alivia o povo da angústia do conhecimento vazio
e das garras do desejo desenfreado.
Mas aqueles que alcançaram ao Conhecimento de Si,
ensina a via da não-ação;
pois que quando nos abstemos de intervir
reina suprema a ordem universal.
e esvaziando os primeiros.
Ele alivia o povo da angústia do conhecimento vazio
e das garras do desejo desenfreado.
Mas aqueles que alcançaram ao Conhecimento de Si,
ensina a via da não-ação;
pois que quando nos abstemos de intervir
reina suprema a ordem universal.
A harmonia dos opostos
Todos neste mundo reconhecem a beleza do que é Belo
e, desta forma, reconhecem também a feiura.
Todos neste mundo reconhecem a habilidade dos Habilidosos
e, desta forma, desejam desenvolver tal habilidade.
Da mesma forma, a existência e a não-existência
geram uma a outra.
E assim o longo e o curto se delimitam entre si,
o alto e o baixo surgem de seu próprio contraste,
as notas musicais se harmonizam na própria melodia,
e aquele que veio antes demarca o que veio após.
Com este conhecimento,
o sábio executa suas tarefas sem agir
e ensina sem nada dizer.
Todas as coisas fluem sem timidez.
Elas crescem, e nenhuma interfere no fluxo natural.
Sem expectativas nem orgulho,
elas realizam o que devem realizar.
É a sua falta de apego ao mérito da realização
que faz com que sua energia jamais as abandone.
A fonte de tudo
O Caminho é vazio e inesgotável,
profundo como um abismo.
É como se fosse o ancestral das dez mil criaturas.
Suavizai o corte
Desfazei os nós
Diminuí o brilho.
Deixai que as rodas percorram os velhos sulcos.
Devemos considerar nosso brilho
a fim de que nos harmonizemos com a escuridão dos outros.
Como é puro e tranquilo o Caminho!
Não sei de quem possa ser filho
pois parece ser anterior ao Soberano do Céu.
É como se fosse o ancestral das dez mil criaturas.
Suavizai o corte
Desfazei os nós
Diminuí o brilho.
Deixai que as rodas percorram os velhos sulcos.
Devemos considerar nosso brilho
a fim de que nos harmonizemos com a escuridão dos outros.
Como é puro e tranquilo o Caminho!
Não sei de quem possa ser filho
pois parece ser anterior ao Soberano do Céu.
Retirado do Tao Te Ching
NOTA:
1] Segundo Murillo Nunes de Azevedo, os “cães de palha” eram usados em
rituais antigos como sacrifício, e destroçados impiedosamente. Não se
sabe se isto é uma referência a alguma espécie de artesanato, ou a
animais vivos (e sacrificados). Aleister Crowley preferiu usar o termo
“talismãs usados”.
2] Segundo Aoi Kuwan (autora do blog Magia Oriental), “o Imperador de Jade, na tradição taoista da China, é o Soberano do Céu, amplamente conhecido como Imperador Celeste. Ele também é chamado de Yuhuang, Yudi, Yuhuand Dadi, Puro Augusto Imperador de Jade e Avô Celestial, dentre outros diversos nomes que abrangem praticamente tudo. Isso porque o Imperador de Jade governa o céu e toda a existência abaixo dele”.
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