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segunda-feira, 11 de março de 2019

OS TRES BIÓTIPOS TERRESTRES


 
No ambiente terrestre se encontram misturados os três biótipos, vivendo cada um no seu nível, o do subconsciente, o do consciente ou o do superconsciente. Cada um desses biótipos reage contra o outro conforme sua natureza. Cada um entende, julga e age conforme sua forma mental.

Trata-se de três tipos e níveis de sensibilidade e compreensão: a sensória, a racional, a espiritual.

O homem do subconsciente está completamente escravo dos seus impulsos instintivos, sem controle.

O homem do consciente é dono dos seus instintos, que ele controla com a razão, da qual é escravo, porque não possui outro meio com que se dirigir, com ele pesquisando no desconhecido.

O homem do superconsciente é dono dos instintos e da razão, que domina e controla, orientado pelo seu conhecimento. É como se tratasse de três dimensões sucessivas no desenvolvimento da sensibilização, correspondentes à linha, superfície, volume, uma dimensão acima da outra.

É lógico que o ser do plano superior seja mais completo do que o do plano inferior, e que, quem está em cima, olhando para baixo julgue os outros mancos e falhos. Assim, o que representa o mais poderoso argumento para um ser superior, pode passar completamente desapercebido para um inferior. Pertence ao primeiro a tarefa de descer até ao segundo, porque quem sabe mais pode entender quem sabe menos, e não ao contrário.

Para que os mais adiantados possam comunicar-se com os mais atrasados, fazendo-se compreender por estes, impõe-se a necessidade de os primeiros traduzirem e adaptarem a sua linguagem à forma mental dos segundos. Tal descida é uma necessidade imposta pela natureza das coisas.

É por isso que a cada passo encontramos esse fenômeno nas religiões, cuja tarefa é exatamente a de levar até ao nível dos mais involuídos os princípios superiores, que de outro modo eles nunca saberiam atingir.

Quem fala, se quer ser compreendido, tem que falar a linguagem dos ouvintes. Isto de fato é o que acontece em nosso mundo, quando se trata de convencer as massas populares. Daí a, necessidade do uso das imagens e das representações do rito nas religiões.

O instinto do involuído é o de reduzir tudo dentro dos limites da sua forma mental. O que não cabe dentro da sua cabeça, para ele passa despercebido, e é como inexistente. Mas com a evolução a vida se torna uma revelação contínua de uma realidade sempre mais vasta. Uma progressiva sensibilização permite penetrar numa parte cada vez maior das vibrações do universo.

O campo dominado pela consciência vai-se cada vez mais ampliando com a evolução, como se foi comprimindo com a involução até chegar à pedra. É assim que onde o evoluído percebe um mundo imenso, o involuído fica cego e surdo, nada percebendo. Onde um cientista, um pensador, um artista é arrebatado por pensamentos e emoções profundas, e impelido às mais enérgicas reações, um homem comum fica inerte adormece pelo tédio.

Há coisas preciosas à porta da sua casa, maravilhas estão batendo para entrar, e ele não responde e retorna as misérias do seu mundo pequeno, porque só sabe entender estas.

Eis a necessidade, para os seres dos planos superiores, de reduzir o seu patrimônio mental aos limites dos planos inferiores, sem o que não é possível comunicação e os ensinamentos não são recebidos.

O subconsciente, o consciente e o superconsciente são como três andares do mesmo edifício e o ser pode morar no inferior, no médio ou no superior, andares que correspondem aos diferentes níveis de evolução.

Quem mora no inferior não pode conhecer o que há no superior, até que entre no novo apartamento, subindo a escada que o leva até lá. Mas quem mora no apartamento superior se lembra do que há nos inferiores, onde ele morou no passado.

Pode assim acontecer que o homem racional, do nível do consciente, no seu comportamento siga os instintos animais que a ele voltam do subconsciente, isto é, do andar inferior onde ele residiu no passado.

Isto significa momentâneo retrocesso a posições evolutivas atrasadas.


Pietro Ubaldi - Princípios de uma Nova Ética
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