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sábado, 20 de março de 2021

VIVENDO INTENSAMENTE
 Momentos com Osho

Quando você não compara, quando não compete, quando não é ambicioso, quando não quer ser alguém que não é, acumula muita energia — porque toda essa energia que estava sendo gasta na competição e no conflito não é mais desperdiçada. Você passa a ser um reservatório. Dessa energia vem a criatividade. A criatividade não tem nada a ver com competição, ela tem a ver com energia transbordante. William Blake está certo ao dizer: “Energia é a eterna alegria.” Quando você transborda de energia, fica incandescente e chamejante de tanta energia, a própria energia vira criatividade. Você começa a crescer, mas agora esse crescimento tem uma conotação completamente diferente. Ela não tem objetivo algum — tem uma fonte, mas não um objetivo. Agora você não está pensando em quem vai ser, não está perseguindo um certo objetivo, um certo plano. Você é como um grande rio que, por meio de sua força impetuosa, chega ao oceano.

Nenhum rio está em busca do oceano, mas os rios chegam ao oceano. E nenhum rio compete com os outros, mas todos chegam ao oceano. Os rios chegam ao oceano graças à água transbordante. Essa mesma energia é suficiente para levá-lo ao oceano. Você pode se tornar um oceano de criatividade se estiver satisfeito. Assim, a criatividade brota em você, cresce em você — não por um ideal, mas só porque você tem mais do que o suficiente e precisa compartilhá-la. Precisa cantar uma canção, porque o coração está tão repleto e transbordante que você tem que vertê-lo em canções. Não pode conter a energia, por isso o transbordamento acontece. Esse transbordamento é a criatividade”.


Você morrerá se ficar segurando sua respiração, ficará sufocado e sem vitalidade. O mesmo acontece com o amor. Ele precisa ser renovado a cada momento.

Sempre que alguém se apaixona é como se parasse de respirar, a vida vai perdendo o significado para essas pessoas: a mente se torna tão dominadora que passa a controlar até mesmo o coração, que fica possessivo por influência da mente.

Lembre-se de amar a existência e deixar que seu amor seja como a respiração. Inspire e expire, permita que o amor entre e saia de seus pulmões. Aos poucos, a cada respiração, você vai criando a mágica do amor. Aos poucos, a cada respiração você vai criando a mágica do amor.

Esta será a sua meditação: quando expirar, sinta-se espalhando seu amor pela existência: quando inspirar é a existência que derrama seu amor em você.

Com a repetição, você perceberá que a qualidade de sua respiração ficará completamente diferente de tudo que você jamais conheceu. É por isso que na Índia, nós a chamamos de prana, “vida”, e não apenas de respiração. Não se trata somente de oxigênio, é algo mais: a verdadeira essência da vida, o eu divino. Se nós a convidarmos a entrar ela virá, lentamente, junto com a respiração.

Sentado , em silêncio, respirando amor, você se surpreenderá ao sentir uma espécie de dança interna.

O amor não precisa de nenhuma referência – eis a beleza do amor e a liberdade do amor. O ódio é uma servidão. O ódio é aprisionamento – imposto a você por você mesmo…

Ame, e esta terra se torna o paraíso novamente. E a imensa beleza do amor é que ele não tem nenhuma referência. O amor surge de você absolutamente sem nenhuma razão. Trata-se da felicidade saindo pelos poros, trata-se do seu compartilhar a partir do seu coração. É o compartilhar da canção do seu ser. E o compartilhar é uma alegria tão grande – por isso você compartilha! Compartilha por compartilhar, sem nenhum outro motivo.

A mente pensa em termos de separação, divisão, análise. Por intermédio da mente, a vida se fragmenta. A vida, em si mesma, não é dividida; a vida, em si mesma, é uma unidade. A vida, em si mesma, permanece indivisível, mas a mente pensa em termos de fragmentos; portanto, tudo o que a mente afirma, com certeza é falso. Aquela árvore, o céu lá no alto, a Terra, você e todas as coisas estão numa profunda unidade. A árvore parece estar separada de você, mas não está; não pode estar. O Sol está muito distante, mas você não pode existir aqui se o Sol morrer. Imediatamente, você cessará de existir aqui. Sem o Sol ali – a cem milhões de milhas de distância -, você não pode existir aqui. Se o Sol deixasse de existir, nunca seríamos capazes de saber que ele não mais existiria, pois não haveria ninguém para saber. Somos parte de seus raios.

Todo o universo é uma unidade cósmica. Você não está isolado; não é como uma ilha. Você está ligado; está enraizado no oceano da existência, como uma onda.

A menos que isso seja sentido profundamente, ninguém poderá entrar em samadhi, ninguém poderá entrar no êxtase total da existência; pois se você se considera separado, não pode se fundir; se você se considera separado, não pode se entregar. Se você pensa que não está separado, a entrega torna-se fácil; ela acontece. Se sentir que é um com a vida, pode confiar nela. Então não haverá medo. Você poderá morrer nela, alegremente, extaticamente. Então não haverá morte.

O medo da morte surge porque você pensa que está separado. Então você começa a lutar, começa a se proteger. Começa a se ver como um inimigo, em conflito. Você pensa em termos de conquistar, de ser vitorioso. Mas então será derrotado; sua derrota é certa.

Você é uma parte do todo, mas continua a lutar com o todo. É por isso que, por toda parte, você observa que todo mundo é um fracasso: derrotados, frustrados. (…) Por que isso ocorre? Porque você não está separado do todo. Considero irreligioso o homem que pensa que está separado da vida, e considero religioso o homem que sabe que é uma parte orgânica da vida. Digo uma parte orgânica, não uma parte mecânica, pois a parte mecânica pode ser arrancada; a parte orgânica não pode ser extirpada. Ela não é realmente uma parte – está em profunda unidade com o todo.

A partir do momento em que você compreende isso, não há mais medo. Desde que você aceite e se torne consciente da profunda unidade, a unidade orgânica, oceânica, aceitará todas as coisas. Você saberá que tudo é um, que a existência é uma. Ela se manifesta em diferentes formas, em milhões de formas, mas só as formas são diferentes. A substância, a essência, permanece uma.

Se você temer a morte, temerá também a meditação. Mas se amar a meditação, não temerá a morte. Se entrar na meditação, sem temor, sem medo, tornar-se-á imortal, pois não haverá mais nenhuma morte para você. Você já estará morto, portanto, como poderá morrer novamente? Aquele que entra em meditação, já morreu. Agora você não pode morrer novamente; a morte não pode destruí-lo. Você já se rendeu; você não é mais. A morte entrará numa casa vazia. Você não será encontrado nela.

Apenas o ego morre, não você. Sua vida é eterna, mas o ego é transitório. O ego é somente um fenômeno criado, formado. Você o criou. Ele é necessário, tem alguma utilidade. Na sociedade, você precisa de um ego; mas na vida, na existência, esse mesmo ego torna-se uma barreira.

Sannyas significa ir além da sociedade, pois quer dizer entregar o ego. Na sociedade, o ego é necessário. Você precisa ter um ponto de referência para indicar quem você é. No sannyas esse ponto de referência não é necessário. Não há necessidade de dizer quem você é; você pode simplesmente ser. Você é, isso é tudo. Não há necessidade de contar a ninguém quem você é. Esse “quem” é uma necessidade social. A existência nunca lhe pergunta quem você é.

Quando você abandona o ego, está pronto a tornar-se um com o todo. Há, na verdade, duas maneiras de se dizer a mesma coisa: ou se concebe toda a existência como uma, ou se concebe que não há nenhum ego em você. É a mesma coisa, o resultado será o mesmo. Você virá para uma unidade oceânica. E essa unidade, uma vez conhecida, nunca mais será perdida.

Destrua todo sentimento de separação. Torne-se apenas uma gota – uma gota de água que caiu no oceano e tornou-se uma com ele. E não tema a morte, porque, na verdade, não há morte para você. Aquele que teme é um fenômeno falso, uma entidade falsa – uma entidade criada pelo sentimento de separação. Em meditação, lembre-se, você está retornando à fonte, saltando para a fonte. Está se movendo do ego para uma existência sem ego.

Na meditação, esteja pronto para morrer. Se você puder morrer em meditação, obterá a vida eterna. Tornar-se-á imortal.



Você precisará buscar o seu próprio caminho. É difícil buscá-lo; muitos erros são possíveis. Mas nada se obtém sem erros; portanto, seja suficientemente corajoso para errar. Você poderá enveredar-se por caminhos errados, mas é preferível andar por caminhos errados do que permanecer absolutamente parado, pois pelo menos você aprenderá a caminhar, aprenderá o que é um caminho errado. Isso também é bom, pois a exclusão será útil. Você andará por um caminho e descobrirá o que está errado. Andará por outro caminho e descobrirá o que está errado. Desse modo, sabendo o que está errado, você chegará a compreender o que está certo.
 
Portanto, não tenha medo de errar, de percorrer caminhos errados. Aqueles que têm muito medo de cometer erros e de percorrer caminhos errados ficam paralisados. Permanecem onde estão; jamais se movem.

Seja corajoso e busque o seu caminho. Jamais imite o caminho de alguém. A imitação não o levará à liberdade. Não se trata de seguir um caminho ou outro; trata-se de buscar. Seja um buscador e não um seguidor. E conheça bem a diferença.
 
 
 
 
Entregue tudo para o todo. E veja: essa existência infinita segue perfeitamente. A energia que cuida de milhões de estrelas também pode cuidar de você. Não precisa carregar esse fardo na sua cabeça, pode confiar. E basta algumas poucas experiências de confiança e então nunca mais será pego na velha armadilha de novo, porque você irá saber que as coisas estão sendo bem cuidadas.
 
Você terá que criar um tipo diferente de espaço. Um espaço diferente será necessário. Tal espaço se chama confiança, entrega, relaxamento, fé, amor, ou como quer que você queira chamá-lo. Uma vez que esse espaço seja criado, você começa a se movimentar num plano totalmente diferente. Entra numa nova dimensão: é a dimensão sem morte, é a dimensão sem medo.
 
E então viverá totalmente, audaciosamente, e qualquer coisa que você faça, você estará totalmente nela, completamente nela. Cada ato se tornará um caso de paixão e muito criativo, não apenas nas coisas que você cria do lado de fora, mas em alguma coisa que integra você também internamente.
 
https://oshoemportugues.wordpress.com

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