As escolhas mais decisivas para o curso da vida partem do centro do ser, da nossa alma. Mas, embora seja ela que determine os rumos básicos que temos de seguir, a personalidade, o eu externo, também possui certo poder de decisão.
Como personalidade, usamos o
livre-arbítrio e, por meio dele, aprendemos a escolher. É pelo exercício
de inumeráveis escolhas que vamos aprendendo a abandonar o que
prejudica a evolução, até o momento em que começamos a perceber a voz da
alma e a sermos atraídos por ela.
A capacidade de decisão da
personalidade varia segundo os graus evolutivos que vamos atingindo,
varia de acordo com nossa receptividade ao mundo da alma, um mundo
espiritual.
Essa capacidade de decisão é bastante forte e
dominante enquanto nos deixamos conduzir pelos aspectos materiais do
nosso ser: o físico, o emocional e o mental.
Redimensiona-se
gradualmente, todavia, à medida que optamos pela evolução, crescimento
superior. A partir dessa opção, a vontade da alma vai prevalecendo nas
nossas escolhas. Passamos a aceitar razoavelmente essa orientação que
vem de dentro de nós. Passamos a permitir que conduza nossos atos.
Quando transferimos nossas decisões para a alma, dela começam a vir
oportunidades para evoluirmos. A personalidade então vai-se tornando
mais flexível e obediente e, por fim, compreendemos qual é a tarefa que
nos cabe como um ser neste planeta.
Para cumprir essa tarefa
necessitamos de indicações do nosso interior, provindas da alma, que
conhece as Leis Maiores, Evolutivas, e o nosso destino. Assim, quando
nos entregamos à vontade da alma, quando é ela que nos guia os atos,
consuma-se o que está previsto para nossa vida sobre a Terra.
Um período de purificações e ajustes antecede a vida regida pela vontade
da alma. Desse período pode fazer parte o que se costuma chamar de
“fase do arrependimento”.
No sentido espiritual, arrependimento é a
predisposição para reconhecer erros e imediatamente agir de modo a
equilibrá-los. Não é apenas lamentação e não deve ser confundido com a
tendência de chorar pela dor que causamos ou de pedir desculpas sem que
nada se transforme em nós.
O arrependimento verdadeiro é um
impulso para sanar as desarmonias que causamos no passado. Se nos
arrependemos dessa maneira, isto é, se passamos a agir equilibradamente,
preparamo-nos de fato para novas etapas da vida.
Importante
saber que quando estamos sendo guiados pela alma, amplia-se mais e mais a
nossa capacidade de servir, de ajudar os semelhantes. Vemos dentro de
cada ser uma essência espiritual. Sabemos que todos vêm de uma única
fonte criadora, e que o amor é a primeira lei do sistema solar. Assim, a
todos tratamos naturalmente com amor.
O amor é a capacidade de
coesão, de união. Se não existisse, prevaleceriam no universo as forças
contrárias à unidade, e este se desintegraria.
Pela lei do
amor, todo ser tem seu lugar no universo, onde melhor pode desenvolver
sua aptidão, sua forma de doar-se. Mas ninguém é capaz de reconhecer
esse lugar usando apenas a mente ou o desejo de servir. Só no profundo
do ser sabemos onde está.
O fundamental é buscar nosso ser
interior como prioridade na vida. É a partir disso que nossos dias se
vão tornando puro serviço da alma, em benefício de qualquer pessoa que
precise de auxílio.
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