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segunda-feira, 8 de junho de 2020

Y  O  G  A     É     U  N  I  à O
 
A união faz a força - YouTube
 
Em geral, a palavra Yoga é traduzida como “união”, mas uma união necessita de duas coisas a serem unidas. Neste caso, o que se unirá a quê? Assim, consideramos Yoga significando, aqui, a experiência Yogi. A extraordinária experiência alcançada através do controle das ondas mentais chama-se Yoga.

Chittam é a soma total da mente. Para ter uma imagem completa do que Patanjali quer dizer com a palavra “mente”, você deve saber que dentro do chittam há diferentes níveis. A mente básica é chamada ahamkara, ou o ego, o sentimento do “Eu”. Isto faz surgir o intelecto ou faculdade de discernimento que é chamada buddhi. Outro nível é chamado manas, a parte da mente que deseja, que sente atração pelas coisas exteriores através dos sentidos.

Por exemplo, você está tranquilamente sentado apreciando a paz da solidão, quando um cheiro agradável vem da cozinha. No momento em que manas percebe, “Estou sentindo um cheiro agradável vindo de algum lugar”, buddhi raciocina, “Que cheiro é este? Acho que é queijo. Que bom! De que tipo? Suíço? Sim, é queijo suíço.” Assim, uma vez que buddhi decida, “Sim, é um delicioso pedaço de queijo suíço, como aquele saboreado na Suíça ano passado”, ahamkara diz, “Oh, então é isto? Então devo comer um pedaço agora.” Estas três coisas acontecem uma de cada vez, mas tão rápido que raramente as distinguimos.

Estas alterações dão origem ao desejo de comer o queijo. Criou-se o desejo, e a não ser que o satisfaça indo até à cozinha e comendo o queijo, sua mente não retornará à condição original de paz. Está criado o desejo, consequentemente a vontade de satisfazê-lo, e, uma vez que o satisfaça, você estará de volta à sua original situação de “paz”. Esta é a condição natural da mente. Mas estes chitta vrittis, ou as alterações da substância mental, perturbam esta paz.

Todas as alterações mentais têm origem nas diferenças recebidas do mundo exterior. Por exemplo, imagine-se não tendo visto seu pai desde que você nasceu e que ele retorne quando você tem dez anos. Ele bate à porta. Abrindo-a, você vê um rosto estranho. Corre para sua mãe, dizendo: “Mamãe, há um estranho lá fora.” Sua mãe vai à porta e vê o marido que esteve longo tempo ausente. Com toda alegria ela o recebe e apresenta-o como seu pai. Você diz: “Oh, meu pai!” Poucos minutos antes, era um estranho; agora, tornou-se seu pai. Transformou-se em seu pai? Não; é a mesma pessoa. Você criou a idéia do “estranho” depois transformou-a em “papai”, só isto.

O mundo exterior é todo baseado em seus pensamentos e atitudes mentais. O mundo inteiro é apenas sua própria projeção. Seus valores podem mudar na fração de um segundo. Hoje você pode não querer mais ver alguém que foi seu querido amor de ontem. Se nos lembrarmos disto, não sofreremos tanto com as coisas que nos rodeiam.

É por isto que o Yoga não se incomoda muito em mudar o mundo exterior. Há um ditado sânscrito que diz: “Mana eva manushyanam karanam bandha mokshayoho.” “O homem é aquilo que pensa; servidão ou libertação estão em sua mente.” Sentir-se aprisionado é estar aprisionado. Sentir-se liberto é estar liberto. As coisas lá fora nem o aprisionam nem o libertam; somente sua atitude perante elas faz isto.

É por isto que sempre que falo a prisioneiros, digo: “Todos vocês sentem-se prisioneiros e esperam ansiosamente transpor estes muros. Mas olhem para os guardas. Não são parecidos com vocês? Eles também estão entre estes muros. Mesmo que possam sair à noite, todas as manhãs vocês os vêem aqui de volta. Eles adoram entrar aqui; vocês adorariam sair. A clausura é a mesma. Para eles não é uma prisão; para vocês é. Por que? Há alguma mudança nestes muros? Não, vocês sentem que é uma prisão; eles sentem que é um lugar para trabalhar e ganhar seu salário. É a atitude mental. Se, ao invés de aprisionamento, pensarem neste lugar como um reformatório que lhes dá uma oportunidade de mudarem sua atitude diante da vida, de reformarem e purificarem a si mesmos, adorarão estar aqui até que se sintam purificados. Mesmo que lhes digam: ‘Seu tempo acabou; podem ir’, poderão dizer: ‘Ainda não estou purificado, senhor. Quero ficar aqui por mais algum tempo.’” De fato, muitos destes prisioneiros continuaram a levar uma vida yogi mesmo após deixar a prisão, e até mesmo foram gratos por sua vida na prisão. Isto significa que eles compreenderam bem o que lhes foi dito.
 
Assim, se puder ter controle sobre suas formas de pensamento e conseguir modificá-las como quiser, você não será escravizado pelo mundo exterior. Não há nada errado com o mundo. Você pode transformá- lo num céu ou num inferno de acordo com sua vontade. É por isto que o Yoga é todo baseado no chitta vritti nirodhah. Se você tem controle de sua mente, você tem controle de tudo. Assim, nada neste mundo poderá aprisioná-lo.

The Yoga Sutras of Patanjali
Website: www.jaivida.com - E-mail: yoga@jaivida.com 
 
Um notável observador; claro, que observa sem julgamentos, é um grande yogi, a meu ver, pois está bem claro, pelo menos para mim, que nada pode ser 'controlado' se não houver, primeiramente, uma profunda observação, que certamente deverá começar por aquele que observa. “Conhece-te a ti mesmo e conhecerás os deuses e o universo” é um aforismo grego que está inscrito na entrada do templo de Delfos, na Grécia. Não sei onde li que "Conhecer a si mesmo é o começo de toda sabedoria". É uma profunda verdade e só pode acontecer através da observação constante e intensa a partir de cada um em direção a si mesmo. 

Página colhida do blog: https://pierrechristoph.blogspot.com
 

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