VOCÊ ESTÁ SATISFEITO
DO MODO COMO AMA ?
DO MODO COMO AMA ?
"As vezes abrir os olhos pode ser
a coisa mais dolorosa que você tem que fazer".
a coisa mais dolorosa que você tem que fazer".
Certa
vez li, não lembro o autor nem tampouco o título do livro, sobre um
diálogo entre duas pessoas enamoradas, no qual o personagem masculino
falava: "Você está sugerindo que eu me vá, mas para onde vou é muito
distante, talvez nem retorne; creio que não me ama, está querendo
afastar-me de sua vida". O personagem feminino, que a meu ver, parecia ser bem mais experiente, respondeu-lhe: "Eu
o amo, mas procuro viver na unicidade, mesmo que me custe afastá-lo
de mim. Que adianta você permanecer aqui, se tantas dúvidas o perseguem;
não seria recomendável voltar e resolver aquilo que o incomoda?"
Olhamos para
os fatos da vida através da nossa ótica pessoal, ou seja, através da
nossa experiência, dos nossos sentimentos, dos nossos conceitos, da
nossa religião... é uma lente muito espessa e nos impede de compreender
corretamente as circunstâncias da vida e os sentimentos de cada um.
Anthony
de Mello nos presenteou com um grande legado sobre a vida. Cito aqui
algo relacionado com o assunto em desenvolvimento, que encontrei no site
https://tudopositivo.wordpress.com: "Somos
capazes de ser livres da dependência. É o que os místicos nos disseram.
Porém, não estou declarando que o “eu”, o eu condicionado, não retorne
às vezes aos seus padrões habituais, pois assim fomos condicionados. Mas
surge a questão de saber se é concebível viver uma vida em que alguém
está sozinho, mas que não dependa emocionalmente de ninguém. Todos
nós dependemos uns dos outros para todos os tipos de coisas, não ?
Dependemos do açougueiro, do padeiro… Isso está bem! Organizamos uma
sociedade desta maneira e atribuímos diferentes funções a pessoas
diferentes para o bem-estar de todos, para que possamos funcionar melhor
e viver de forma mais eficaz – pelo menos esperamos que sim. Mas
dependendo psicologicamente de outra pessoa – o que isso implica? Isso
significa depender de outro ser humano para minha felicidade. Pense
nisso. Esteja ciente disso ou não; mas se não estiver estará exigindo
que os outros contribuam para a sua felicidade; então haverá outro
aspecto: medo, medo de perder, medo de ser alienado, medo de ser
rejeitado, controle mútuo. O amor perfeito expulsa o medo. Onde há amor
não há exigências, não há expectativas, não há dependência. Eu não exijo
que você me faça feliz; Minha felicidade não está em você. Se você me
deixasse, eu não sentiria pena de mim mesmo; gosto muito da sua
companhia, mas não me apego. Eu
desfruto sem me apegar. O que eu realmente gosto não é você; É algo
maior que você e eu. É algo que descobri, uma espécie de sinfonia, uma
espécie de orquestra que toca uma melodia em sua presença, mas quando
você sai a orquestra não para. E quando me encontro com outra pessoa a
orquestra interpreta outra melodia, que também é agradável. E quando
estou só a melodia continua; tem um ótimo repertório e nunca para de
tocar. Isso é o despertar... Ele,
o amor, sempre esteve lá, diretamente à nossa frente nas escrituras,
embora nunca quiséssemos vê-lo porque estávamos imersos no que nossa
cultura chama de amor, com suas canções e poemas de amor; isso não é
amor, é o oposto do amor. Isso é desejo, controle e posse. Isso é
manipulação, medo e ansiedade; isso não é amor. Disseram-nos que a
felicidade é uma pele macia, um lugar para férias. Não são essas coisas,
mas temos maneiras sutis de fazer com que nossa felicidade dependa
dessas coisas, tanto dentro quanto fora de nós. Dizemos: “Recuso-me a
ser feliz até que minha neurose desapareça”. Tenho boas notícias: você
pode ser feliz agora com neurose. Você quer notícias ainda melhores? Há
apenas uma razão pela qual você não está experimentando o que na Índia
chamamos de anand: felicidade. Há apenas uma razão pela qual você não
está feliz neste momento: porque está pensando ou se concentrando no que
não tem. Caso contrário ficaria feliz. Você está se concentrando no que
você não tem. Mas agora você tem tudo que precisa para ser feliz. Jesus
falou do bom senso com os leigos, com os famintos, com os pobres; Ele
estava dando boas notícias: aceite, é seu. Mas quem escuta? Ninguém está
interessado; as pessoas preferem permanecer dormindo. (Anthony de Mello, texto extraído do livro “Desperta”)
É
muito importante analisarmos como amamos porque uma linha tênue
intercala-se entre amor e paixão e a paixão é sedenta, cega, egoísta. "Creio que não me ama, está querendo afastar-me de sua vida". É dessa forma que a maioria ama, "Isso é desejo, controle e posse. Isso é manipulação, medo e ansiedade; isso não é amor". O amor é a doce melodia da compreensão, da harmonia, da incondicionalidade. "Eu o amo, mas procuro viver na unicidade, mesmo que me custe afastá-lo de mim".
Osho escancara uma porta onde podemos observar dois horizontes:
“Se houver paixão no amor, o amor se tornará o inferno. Se existir
apego no amor, o amor será uma prisão. Se o amor não tiver paixão ele se
tornará o paraíso. Se o amor não tiver apego então o amor, em si mesmo é
divino. O amor tem feito pessoas caírem e também tem feito pessoas
elevarem-se. Depende do que você tem feito com o amor. O amor é um
fenômeno muito misterioso. É uma porta, de um lado está o sofrimento, do
outro lado está o êxtase; de um lado está o inferno, do outro lado o
paraíso; de um lado o sansara, a roda da vida e da morte, do outro lado
está a libertação. O amor é uma porta.” Qual desses horizontes será o nosso foco?
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