SABEDORIAS DO CAMINHO INFINITO
Última Parte
A verdade espiritual não é válida para o que é humano, mas para o Espírito e para seu universo. O estado humano é como uma hipnose, e só quando esta ilusão se desfaz é que temos a vida em Deus. Só podemos alcançar a compreensão da perfeição, da totalidade, e da unidade "em Deus".
Só atingimos nosso alvo quando abandonamos todos os conceitos de Verdade, e isso só se dá com a Graça.
Despindo todos os conceitos sobre Vida, Verdade e Amor, estaremos "em Deus".
A
vida além do túmulo não tem relação alguma com a imortalidade; seria
apenas a sobrevivência da personalidade. E esta personalidade morre —
ela deve morrer, quer deste como do outro lado do túmulo — para que a
imortalidade possa ser atingida. O Eu imortal é sempre presente, mesmo
que esteja revestido pela personalidade, e é revelado e vivido só na
proporção em que a personalidade, ou o ego humano, desaparece.
Nós
continuamos preocupados com o nosso bem pessoal — segurança, saúde ou
paz de espírito — e isso é o que deve "morrer todos os dias", para que
possamos "renascer pelo Espírito", com a conscientização da imortalidade
aqui e agora.
A prece não é uma atividade da mente humana.
Todas
as tentativas de contatar Deus através da mente ou do intelecto
falharam, e sempre falharão. Deus só pode ser conhecido pela Alma,
através das faculdades da Alma.
A oração que brota do intelecto só pode dar frutos na medida de nossa crença naquele tipo de prece.
A fé em um "Deus desconhecido" só traz a harmonia de uma crença cega. Deus deve ser conhecido e compreendido através da Alma.
Para
um estudante adiantado: "Tu já chegaste ao lugar de onde se conhece
toda a verdade que pode ser conhecida, compreendida ou humanamente
aceita. Deves agora atingir um ponto mais alto para que a Verdade te se
revele pelos meios espirituais — sem os meios de comunicação humanos".
Por
que Almas avançadas, e mesmo praticantes e mestres, experimentam ainda
doenças e outros problemas? A consciência mortal ou material que ainda
reste neles, em qualquer nível, se manifesta. Não há consciência sem
expressão, e mesmo o menor resquício de consciência humana que restar se
expressará como a humana dicotomia de bem e mal. Esta é a lei. Ambos
ali ficam, lado a lado, e, à medida que se desenvolve a consciência
espiritual, cada vez mais é desarraigado o sentido material. Mesmo a
Ressurreição nos traz um sentido material do corpo, com todas as marcas
do erro humano. A pura espiritualidade é revelada na Ascensão.
Pelo
caminho espiritual, muitos chegam a lugares áridos — desertos,
inóspitos — e crêem que foram abandonados por Deus. E, com freqüência,
parece mesmo que o Cristo os abandonou. E é nesse momento que o buscador
espiritual deve se lembrar daquilo que ainda não alcançou, que aquilo
que pensava ser a plena realização da Verdade, o Cristo ou Deus, não era
ainda a plenitude do Espírito. Esta experiência de deserto revela que
ele deve continuar no seu esforço, pois que a Luz, quando se mostrar em
sua plenitude, lhe dirá "nunca te deixarei, nem te abandonarei".
Lembremos de que tais discórdias e desarmonias são aparentes, só têm
sentido humano. A visão espiritual vê através — vê a Realidade.
A fé não diz respeito ao passado ou ao futuro. A fé é uma atividade que ocorre no presente — agora, só agora!
A
fé é uma atividade da consciência, assim como a integridade. A fé está
sempre presente em nós, mesmo que, como a integridade, possa estar
adormecida. O conhecimento e a aceitação da onipresença da fé como
atividade da consciência individual, permite o início de seu fluxo rumo
aos efeitos visíveis.
A fé é uma qualidade de Deus, não do homem; mas, como qualidade divina, está presente em toda sua plenitude.
Não espere que o poder de Deus atue no sonho, mas, antes, que desfaça o sonho.
Não
busque o contato com Deus para que Ele ajuste, mude ou sane o sonho. A
conscientização ou compreensão de Deus desfaz o sonho.
Perceber que estamos agindo em sonho é o começo do despertar.
A
verdadeira não resistência é a capacidade de não esperar que Deus atue
no sonho. Isto não significa que devamos viver sem Deus mas, ao
contrário, que tenhamos nossa vida eternamente em Deus.
Se abster de procurar a ajuda de Deus é viver na realidade.
Não mais buscar a Deus, nem mais procurar Sua ajuda é acordar do sonho para a realidade.
Sempre que houver um sentido de necessidade de Deus, estaremos agindo em sonho.
Deus
não é um poder no sentido de poder sobre o mal, sobre o pecado, a
doença e a morte. Deus não é poder em qualquer sentido que envolva luta,
isto é, superação e destruição.
Deus é vida. Deus é amor. Deus É. Nada, fora disso, é. Só Deus É.
Não
esteja preocupado com seu relacionamento com as pessoas. Mantenha,
conscientemente, sua relação com Deus, e isso cuidará de tudo o mais.
Mantenha a percepção de sua relação com Deus sagrada e secreta. Esta
relação, mantida no segredo e no silêncio, aparece externamente como
relacionamentos humanos harmoniosos. Deus é a ligação entre você e seus
irmãos e irmãs das famílias humana, animal, vegetal e mineral. Quando o
pensamento divaga sobre pessoas, lugares ou coisas, estamos agindo em
sonho. Quando nosso pensamento converge para a contemplação espiritual,
cada pessoa, lugar ou coisa se torna deleite espiritual.
As
coisas que percebemos com os cinco sentidos são objetos da mente, não
têm relação com a Verdade. Todas as aparências são objeto dos sentidos —
não de Deus, ou da Verdade. Tudo o que é testemunhado objetivamente
deve ser entendido como imagem mental ou como projeção da mente — nunca
como realidade espiritual. A realidade é imanente à formação de ideias
pelos sentidos, mas só é percebida pela consciência espiritual. O mundo
dos sentidos — a experiência humana — ocorre no tempo e no espaço, e
isso em si já exclui que seja de natureza espiritual.
O
universo do Espírito, da Verdade, de Deus, é uma atividade na
eternidade. Assim entendido, nascimento, doença, ou morte nunca
ocorreram. Em qualquer caso, quando defrontados com aparências de vida
humana — mesmo bons seres humanos ou condições —, lembremos de que isto
não é a verdade, mas uma imagem mental no pensamento, sem realidade,
lei, substância, causa ou efeito. "Olhemos", pois, mais profundamente
dentro da consciência e observemos aquilo que é —eternidade —, mesmo
naquilo que se mostra como passado, presente ou futuro.
Se algo ocorre no tempo e no espaço, não o aceite pelo valor da aparência, mas busque mais profundamente no reino da Alma.
Joel Goldsmith
http://supraconsciencia.blogspot.com
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