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sábado, 22 de fevereiro de 2020

MEDITAÇÃO E A VIDA OCULTA

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O cérebro é submetido a um grande esforço com a meditação sobre verdades espirituais e abstratas, e o neófito, em seu entusiasmo, deve tomar muito cuidado para não causar-lhe danos. Uma dor leve ou um entorpecimento constituem avisos de que se está chegando a um ponto perigoso de extenuação, no qual podem ocorrer danos permanentes. A esses sinais, a meditação deve ser interrompida ou mudar de forma. A forma que produziu dor deve ser examinada e experimentada com muito cuidado; a ausência de dor constitui um indício de que um exercício é seguro.

O cérebro deve ser visto como um instrumento delicado e muito valioso que, devido a seu contato com o trabalho mundano, torna-se embrutecido, como uma faca sem corte, necessitando ser constantemente afiado. Isso é conseguido através da meditação, do controle do pensamento, da fuga deliberada do tipo de pensamento que diminui a consciência espiritual, de uma vida calma e ordenada e de uma alimentação correta. Todos os alimentos feitos com carne sujam a corrente sanguínea e entorpecem o cérebro. Eles também fazem aumentar a tendência para embrutecer pensamentos e sentimentos. Frutas frescas e vegetais purificam o sangue e vitalizam o corpo e o cérebro.

A vida e a forma são os dois pilares do portão que leva à morada do Uno Supremo. Entre ambos, ligando-os, está o Caminho, que deve ser visto concretamente como uma estrada ao longo da qual todos os pés devem passar. Até mesmo os deuses mais altos – as Sete Inteligências Superiores nas quais os sete raios estão perfeitamente manifestados – trilharam essa estrada. Mesmo o Uno Supremo (a Divindade Solar de nosso sistema) conheceu suas alegrias e misérias há muito, muito tempo, em universos agora transformados em poeira.

Embora atualmente o descontentamento divino seja sentido por muitas almas, seu significado e importância ainda não foram compreendidos. O homem confunde essa ânsia inexprimível de seu interior com prazer sensual, com satisfação física, e procura curar esse sofrimento corrosivo mergulhando mais profundamente no abuso e no desregramento. Ele não a reconhece como o sinal de que está superando os prazeres que antes o escravizaram, os brinquedos da infância de sua alma.

A história da evolução humana (através de centenas de encarnações) pode ser descrita em termos de amor. O homem passa do estado animal e selvagem de união material e desejo para o estado relativamente civilizado, no qual a mente ingressa na experiência do amor. Nesse estágio, a necessidade de união física ainda existe. Além desse estado é que a primeira iluminação espiritual começa a se manifestar na consciência pessoal, e um amor mais profundo e elevado é percebido, mas não totalmente expresso. A necessidade de união física diminui, mas a necessidade de companheirismo permanece. Mais além, situa-se o estado de puro amor espiritual, baseado no reconhecimento da unidade, no amor pela Vida em si. Nesse estágio, não há necessidade de contato nem de companheirismo, mas de solidão, para que a existência seja completa.

O método que um Mestre de Sabedoria usa para ensinar seus alunos variará de acordo com o temperamento e caráter de cada um. Num a “vontade de vencer” predominará; em outro o amor e a compaixão; outro ainda usará o pensamento e a razão; outro, a veneração e o culto; cada aluno encontrando por si mesmo seu próprio caminho rumo à consciência do Mestre.

O amor é, na verdade, um fogo. O amor egoísta desperta no homem a chama da paixão e do desejo. O amor universal desperta a chama do gênio, do heroísmo; ele brota da visão do Eu Uno que há em todos nós, visão essa que, uma vez alcançada, inspira o amor por tudo o que vive.

Na evolução, os espíritos da natureza obtêm a individualidade como anjos, e o animal obtém a individualidade como ser humano.

No Ocidente o crescimento da alma é perturbado pelo ruído. No Oriente, onde se conhece o valor do silêncio e o poder da paz, a vida silenciosa ainda pode ser vivida. No Ocidente, cada alma deve criar o silêncio para si mesma e aprender a viver no silêncio. O ruído perturba a harmonia, essencial à beleza da alma.
 

Geoffrey Hodson 

http://yoga-ensinamentos.blogspot.com

 

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