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segunda-feira, 2 de setembro de 2019

SOBRE O CIÚME



O ciúme é uma das áreas mais predominantes da ignorância psicológica sobre si mesmo, sobre os outros e, mais particularmente, sobre o relacionamento.
 
As pessoas acham que sabem o que é amor, mas não sabem. E sua falta de compreensão sobre o amor cria o ciúme. O “amor” é descrito pelas pessoas como um determinado tipo de monopólio, de possessividade, mas não compreendem um simples fato da vida: no momento em que possuírem um ser vivo, terão provocado sua morte.


A vida não pode ser possuída. Não se pode tê-la no punho. Aquele que quiser tê-la, terá que manter as mãos abertas.

Mas a coisa tem caminhado por uma trilha errada por séculos, e acabou por se tornar tão arraigada no ser humano que ele não consegue separar o amor do ciúme. Eles se tornaram quase uma energia única. Por exemplo, uma mulher sente ciúme se o amante procura outra mulher. Ela fica perturbada com isso agora, mas eu gostaria de dizer a ela que, se não sentir ciúme, vai ter muito mais problemas, isto é, vai achar que não ama mais o amante, porque, se o amasse, deveria ter sentido ciúme.

O ciúme e o amor ficaram muito misturados.

Na verdade, eles são polos opostos. Uma mente que.não pode ser ciumenta não pode ser amorosa, e vice-versa: uma mente que é amorosa não pode ser ciumenta."

Osho em O livro do homem
http://ventosdepaz.blogspot.com


Quando você observa um sentimento, esse sentimento chega a um fim. Mas mesmo que o sentimento chegue a um fim, se houver um observador, um espectador, um censor, um pensador que permanece separado do sentimento, então existe ainda uma contradição. Assim é muito importante compreender como olhamos para o sentimento. Tome, por exemplo, um sentimento muito comum: ciúme. Todos nós sabemos o que é ser ciumento. Ora, como você olha para seu ciúme? Quando você olha para esse sentimento, você é o observador do ciúme como alguma coisa separada de você mesmo. Você tenta mudar o ciúme, modificá-lo, e tenta explicar por que você está justificando ser ciumento, e por aí vai. Assim existe um ser, um censor, uma entidade apartada do ciúme que o observa. Num momento o ciúme pode desaparecer, mas ele volta novamente, e ele volta porque você não vê realmente aquele ciúme como parte de você. O que estou dizendo é que no momento em que você dá um nome, uma marca para aquele sentimento, você o colocou na moldura do velho, e o velho é o observador, a entidade separada que é feita de palavras, ideias, opiniões sobre o que é certo e o que é errado. Mas se você não nomeia esse sentimento – o que exige tremenda atenção, muita compreensão imediata – então descobrirá que não existe observador, nem pensador, nem centro de onde você está julgando, e que você não é diferente do sentimento. Não existe “você” que o sente.

J. Krishnamurti, The Book of Life 

http://legacy.jkrishnamurti.org

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