Translate

segunda-feira, 20 de maio de 2019

A VIDA NÃO TEM QUALQUER OBJETIVO


A vida não tem qualquer objetivo, a vida não está indo para lugar algum. A vida está simplesmente aqui! Ela nunca foi criada. Esqueça essa ideia de criação. Isso cria muitas perguntas estúpidas na mente. Ela nunca foi criada, ela sempre esteve aqui e ela sempre estará aqui. Com formas diferentes, de maneiras diferentes, a dança continuará. Ela é eterna. "Ais dhammo sanantano" - assim é a lei última.
 
Não há qualquer propósito e essa é a beleza da vida. Se houvesse alguns propósitos, então a vida não seria tão bonita, então haveria uma motivação, então ela seria como um negócio, então ela seria muito séria. Olhe para as rosas, para as flores de lótus, para os lírios. Qual o propósito? O lótus de manhã cedo, o sol nascendo, o cuco começando a cantar...Qual o propósito? Isso não é intrinsecamente lindo? Todas as coisas precisam de propósitos fora de si mesmas?
 
A vida é intrinsecamente linda. Ela não tem qualquer propósito extrínseco. Ela não é propositada. Ela é exatamente como uma canção de um pássaro na escuridão da noite, ou o som da água, ou o som do vento passando através dos pinheiros...
 
O homem é voltado para objetivos. E porque a sua mente é voltada para objetivos, ela cria perguntas como esta: "Qual o objetivo da vida? Deve haver algum objetivo." Mas se alguém disser, "esse é o objetivo da vida", então você irá perguntar: "Qual o objetivo desse objetivo? Por que nós devemos alcançá-lo? A que propósito ele irá servir?" E se alguma outra pessoa disser "Esse é o objetivo desse objetivo", as mesmas perguntas irão surgir novamente e você vai voltar ao mesmo ponto, "ad infinitum".
 
Você me pergunta: "Você poderia nos dizer qual é o propósito da criação?"
 
O mundo nunca foi criado. A palavra "criação" não é correta. O mundo sempre esteve aqui, ele é eterno. Não existe criador. Deus não é o criador do mundo. Deus é a própria energia criativa da existência. É mais criatividade do que um criador. Ele não é o poeta, mas sim a poesia; não o dançarino, mas a dança; não a flor, mas a fragrância.
 
Você me pergunta: "Por que a vida existe?"
 
Essas perguntas parecem muito filosóficas, e podem torturá-lo muito, mas elas são absurdas. É como perguntar "Qual o sabor da cor verde?" Isso é irrelevante. A cor verde não tem qualquer sabor. Cor e sabor não estão relacionados absolutamente. "Por que a vida existe?" Veja que as palavras "vida" e "existência" significam a mesma coisa. Isso é tautologia. Você está perguntando: "Por que a vida é vida?" Assim fica mais claro para você. Mas quando você pergunta "Por que a vida existe?", as palavras enganam você.
 
Você está perguntando "Por que a vida é vida?". Você está perguntando "Por que uma rosa é uma rosa?" Você ficaria satisfeito se uma rosa fosse uma margarida? Então você poderia perguntar "Por que uma margarida é uma margarida?" De que maneira você fica mais satisfeito?
 
Se a vida não existir, você ficará mais satisfeito? Simplesmente imagine você mesmo sem o corpo, sem a mente, um fantasma perguntando "Por que a vida não existe? O que aconteceu com a vida? Por que ela desapareceu?". Essas perguntas sempre irão persistir e perseguir você.
 
A vida é um mistério. Não existe qualquer porquê, qualquer propósito, qualquer razão. Ela está simplesmente aqui. Aproveite-a ou abandone-a, mas ela está simplesmente aqui. E estando ela aqui, por que não aproveitá-la? Por que desperdiçar seu tempo filosofando? Por que não dançar, cantar, amar e meditar? Por que não se aprofundar mais e mais nessa coisa chamada "vida"? Talvez no centro mais profundo você irá saber a resposta. Mas a resposta vem de uma tal maneira que ela não pode ser expressada. É como um homem mudo que experimenta açúcar. É doce, ele sabe que é doce, mas ele não consegue falar.
 
Os Budas sabem, mas eles não conseguem dizer. E os idiotas não sabem e seguem falando, seguem dando respostas a você. Os idiotas são muito espertos nesse sentido de encontrar, de fabricar, de manufaturar respostas. Faça qualquer pergunta e eles terão uma resposta para você.
 

Osho
https://www.facebook.com 


 
A partir do momento que você tem um objetivo você se torna tenso; você se torna concentrado no objetivo. A partir do momento que você tem qualquer objetivo, você está separado do todo. Ter um objetivo particular é a raiz de todo ego. Não ter um objetivo particular é ser um com o todo e ser um com o todo somente é possível se você estiver fluindo sem objetivo.

Uma pessoa Zen é um andarilho, sem meta, sem objetivo, sem nenhum futuro. Ele vive momento a momento sem nenhuma mente; exatamente como a folha seca, ele se torna disponível aos ventos. Ele diz aos ventos: “Levem-me aonde vocês quiserem”. Se ele sobe com os ventos, alto no céu, ele não se sente superior a outros que estão deitados no chão. Se ele cai no chão, ele não se sente inferior aos outros que estão subindo com o vento ao alto do céu. Ele não pode falhar. Ele jamais pode ser frustrado. Quando não há nenhum objetivo, como você pode falhar? E quando você não está indo a nenhum lugar em particular, como você pode ficar frustrado? Expectativa traz frustração. Ambições trazem fracassos.

 
“Ah, this”, p.13
https://oshoemportugues.wordpress.com
 
 

Nenhum comentário:

Postar um comentário