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terça-feira, 2 de abril de 2019

A PEGADA 
DA IMPERMANÊNCIA

 
A familiarização com a morte e impermanência é fundamental e muito benéfica. Através dela, se percebe que esta vida não dura e há o abandono das preocupações voltadas para esta vida*. Essa meditação é o principal incentivo para ações que asseguram boas condições em vidas futuras.
Sem a lembrança da morte, ficaremos nos preparando para uma longa permanência nesta vida: as preocupações do dia-a-dia com comida, roupas etc. Busca por bem-estar e fama, o tempo todo pensando nisso. E não faremos nada voltado para as vidas futuras.
Por exemplo, nós mesmos, se fôssemos alguém que viaja bastante, parando uma noite em uma pousada na estrada, além dos preparativos para continuar a viagem no dia seguinte, não iríamos ficar planejando e se preparando para uma longa estada ali. 

Se lembrarmos da morte e impermanência, com a exceção dos atos que asseguram as condições das próximas vidas, não ficaremos preocupados com preparativos para esta vida. Por isso, o Buda Baghavan disse:
Entre todas as percepções, a percepção da impermanência é a suprema.


Entre todas as pegadas, a pegada do elefante é a suprema.
O elefante tem um corpo enorme, por isso, diferentemente dos outros animais, deixa uma marca grande. Perceber a impermanência faz com que atiremos longe as preocupações mundanas.
Através de uma intensa lembrança sobre a necessidade de assegurar felicidade em vidas futuras, que provoca o abandono de ações negativas, a adoção de ações positivas e a prática do Darma sublime, a meditação sobre a morte e impermanência deixa uma pegada imensa.


* “Preocupações voltadas para esta vida” se referem aos planos e ações que consideram o bem-estar apenas nesta vida, desconsiderando a morte, a continuidade da mente e os efeitos cármicos. “Assegurar boas condições em vidas futuras” se refere a garantir que não renasceremos em reinos inferiores, ou em condições em que não é possível praticar o darma — situação que é a mais provável, caso não haja esse tipo de atitude.


Geshe Lhundup Sopa (Tibete 1923) - Trechos Budistas 
http://darma.info
 

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