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quarta-feira, 8 de agosto de 2018

NÃO ENCONTRARÁS


Segura o manto de seus favores,
Pois ele logo desaparecerá.
Se o retesa como a um arco,
Ele escapará como flecha.
Vê quantas formas ele assume,
Quantos truques ele inventa.
Se está presente em forma,
Então há de sumir pela alma.

Se o procuras no alto céu,
ele brilha como a lua no lago;
entras na água para capturá-lo
e de novo ele foge para o céu.

Se o procuras no espaço vazio
lá está, no lugar de sempre;
caminhas para este lugar
e de novo ele foge para o vazio.

Como a flecha que sai do arco,
Como o pássaro que voa da tua imaginação,
O absoluto há de fugir sempre
Do que é incerto.

“Escapo daqui e ali,
Para que minha beleza
Não se prenda a isso ou aquilo.
Como o vento, sei voar,
E por amor à rosa, sou como a brisa;
Também a rosa há de escapar do outono.”

Vê como se eclipsa este ser:
Até seu nome se desfaz
Ao sentir tua ânsia de pronunciá-lo.

Ele te escapará à menor tentativa
De fixar sua forma numa imagem:
A pintura sumirá da tela,
Os signos fugirão de teu coração.

 

Rumi
http://www.gnosisonline.org

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