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sábado, 2 de dezembro de 2017

-REVENDO ANTIGAS POSTAGENS-

O MEDO DA LIBERDADE


Olhe uma rosa... Ela é bela, mas não existe liberdade alguma de florescer ou não florescer. Não existe problema, não existe escolha. A flor não pode dizer, ‘Eu não quero florescer’, ou ‘Eu me recuso’. É por isso que a natureza é tão silenciosa ...

Com o surgimento do homem, pela primeira vez aparece a liberdade. O homem tem a liberdade de ser ou não ser. Por outro lado, surge a angústia, o medo de que ele possa ou não ser capaz, medo do que vai acontecer.

Existe um tremor profundo.

Todo momento é um momento em suspense.   

Nada é seguro ou certo, nada é previsível com o homem: tudo é imprevisível. Nós conversamos a respeito da liberdade, mas ninguém gosta de liberdade. Nós falamos sobre liberdade, mas criamos escravidão.

Toda liberdade nossa é apenas uma troca de escravidão. Nós seguimos mudando de uma escravidão para outra, de um cativeiro para outro. Ninguém gosta de liberdade porque liberdade cria medo.

Com a liberdade você tem que decidir e escolher. Nós preferimos pedir a alguém ou a alguma coisa para nos dizer o que fazer – à sociedade, ao guru, às escrituras, à tradição, aos pais.

Alguém deve nos dizer o que fazer: alguém deve mostrar o caminho, para que possamos seguir – mas nós não conseguimos nos mover por nós mesmos.

A liberdade existe, mas existe o medo.

Você não caminha no inexplorado, no desconhecido. Você prefere seguir num caminho bem marcado com pegadas. Você caminha atrás de alguém; não segue sozinho. Se você se mover como um indivíduo, sozinho, haverá liberdade.

Então, a todo momento, você terá que decidir, a todo momento estará criando a sua alma. E ninguém mais será responsável: somente você será o responsável final.

Você se apaixona e começa a pensar em casamento.

O amor é uma liberdade; o casamento é uma escravidão. Mas é difícil encontrar uma pessoa que se apaixona e não pense imediatamente em casamento. Existe o medo porque o amor é uma liberdade. O casamento é uma coisa segura; nele não existe medo.

O casamento é uma instituição – morta; o amor é um evento – vivo. Ele se move; ele pode mudar. O casamento nunca se move, nunca muda. Por causa disso o casamento tem uma certeza, uma segurança.

Em toda situação – exatamente como no amor –, quando encontramos liberdade, nós a transformamos em escravidão. E quanto mais cedo melhor! Assim nós podemos relaxar.

Por isso, toda história de amor termina em casamento. “Eles se casaram e viveram felizes para sempre.”

Ninguém está feliz, mas é bom terminar a história ali porque em seguida vai começar o inferno. Por isso toda história termina no momento mais bonito. E qual é esse momento? É quando a liberdade se torna escravidão!

E isso não é apenas com o amor: isso é com tudo. Toda instituição tende a ser uma coisa feia porque ela é apenas um corpo morto de algo que um dia foi vivo.

Mas com uma coisa viva, a incerteza provavelmente estará presente.

‘Vivo’ quer dizer que pode mover, pode mudar, pode ser diferente. Eu amo você; no próximo momento eu posso não amar. Mas se eu sou o seu marido, ou sua esposa, você pode ter a certeza de que no próximo momento eu também serei seu marido, ou sua esposa. Isso é uma instituição.

Coisas mortas são muito permanentes; coisas vivas são momentâneas, mutáveis, estão num fluxo.

O homem tem medo de liberdade, mas a liberdade é a única coisa que faz de você um homem. Assim, nós somos suicidas – ao destruir nossa liberdade. E com essa destruição nós estamos destruindo toda nossa possibilidade de ser. Então você acha que ter é bom porque ter significa acumular coisas mortas.   

Você pode continuar acumulando; não existe um fim para isso. E quanto mais acumula mais seguro você fica.

O homem tem que caminhar conscientemente. Com isso eu quero dizer que você tem que estar consciente de sua liberdade e também consciente de seu medo da liberdade.

À medida em que sua consciência cresce, a sua liberdade cresce. Elas são correlacionadas.

“Seja mais livre e você será mais consciente; seja mais consciente e você será mais livre."



Osho
Fonte:http://www.humaniversidade.com.br



Esse é um assunto bastante particular, então faça seu próprio comentário. Reflita a respeito, pois, talvez, ao fazê-lo, consiga ser livre ou prisioneiro da liberdade. Meu marido dizia que a "liberdade é como uma borboleta de asas incandescentes, se a tocarmos queimaremos as mãos". As palavras de Osho tem o poder de sacudir estruturas que, durante muito tempo formaram os alicerces de nossa vida. E você como se sente diante de tudo isso? KyraKally

 

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