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segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

A FELICIDADE
 NÃO CONHECE RAZÃO

  

A verdadeira felicidade não tem uma razão, está para além de explicações, não depende de circunstâncias externas. Não é a satisfação de algum desejo ou obtenção de um objetivo. Essas são satisfações de curta vida, que podem ser transformadas pelos acontecimentos externos. Então, podemos perguntar: Como pode ser isso, de onde vem essa felicidade? Logicamente, algo parece errado, se a pessoa se apega a uma explicação convencional da personalidade humana. Se o homem nada mais é do que uma máquina fisiológica, com certas necessidades fisiológicas e psicológicas que devem ser satisfeitas para que ele se mantenha "feliz", então de onde vem a bem-aventurança, que não é baseada na satisfação de nenhuma dessas necessidades?

A resposta só pode ser que temos julgado erroneamente nossos "eus" e que a natureza inata do eu é verdadeira felicidade (Infelicidade mostra, portanto, não tanto a ausência de felicidade como o fato de que perdemos nossa verdadeira identidade, e com isso perdemos nosso caminho na vida). Ora, isso deve ser assim, porque sem o eu o homem é um mero computador — um aparelho sensório com centro de processamento de dados e biofeedback. E um computador, por mais sofisticado que seja, permanece entidade mecânica que só pode reagir mecanicamente a estímulos externos ou internos.

O homem tem, naturalmente, uma boa quantidade dessa feição-computador em si próprio, mas também é muito mais, e só por isso podemos falar dele como ser "espiritual". Por outro lado, fosse ele simples e exclusivamente programado (condicionado) como entidade, teria o senso estético, a capacidade de apreciar a música, de sentir a beleza da natureza, dos grandes trabalhos de arte ou de uma partida de xadrez jogada com perícia? A inteligência verdadeira seria possível, a capacidade de descobrir o "novo", que fica para além de qualquer programação ou condicionamento, e, acima de tudo, poderia ele sentir a bem-aventurança que vem quando o cérebro está absolutamente tranquilo? Na verdade, é o "ruído" contínuo do nosso cérebro-computador que obscurece a compreensão da nossa verdadeira identidade com tudo quanto dela vem.

 
Robert Powell
Fonte:pensarcompulsivo 
 
 
"Aquele que resolveu suas dúvidas, 
e cuja mente está absorvida no Eu, 
não mais precisa buscar por meios de liberação. 
Vendo, ouvindo, tocando, respirando, comendo, 
ele vive contente no mundo. (...) 
Compreendendo que o Eu está para além da ação,
 faço o que quer que precise ser feito, 
a qualquer tempo, e vivo contente". 
( Ashtavakra Gita )
 

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