O AMOR ESTÁ ALÉM
DA LIMITADA CONSCIÊNCIA
A mente com suas respostas emocionais,
com todas
as coisas que o pensamento agregou, é nossa consciência.
Essa
consciência, com todo o seu conteúdo, é a consciência de todos os seres
humanos, modificada, não inteiramente similar, diferente em suas
nuances e sutilezas, mas as raízes de sua existência são basicamente
comuns a todos nós.
Os cientistas e os psicólogos estão examinando essa consciência e os gurus estão brincando com ela para seus próprios fins.Os que são sérios estão examinando a consciência como um conceito, como um processo laboratorial — as respostas do cérebro, ondas alfas, etc. — como algo fora deles próprios.
Mas nós não estamos interessados em teorias, conceitos e ideias a respeito da consciência; nós estamos interessados em suas atividades na nossa vida diária. Ao entender essas atividades,
as respostas diárias, os conflitos, nós temos um INSIGHT na
natureza e estrutura de nossa consciência. Como indicamos,
a realidade
básica dessa consciência é comum a todos nós.
Não é a sua ou a minha
consciência particular. Nós a
herdamos e a estamos modificando aqui e
ali, porém,
seu movimento básico é comum a toda a humanidade.
Essa consciência é a nossa mente com toda a sua complexidade de
pensamento — as emoções, as respostas sensoriais,
o conhecimento
acumulado, o sofrimento, a dor, a ansiedade,
a violência. Tudo isso é a
nossa consciência.
O cérebro é antigo e está condicionado por séculos de
evolução, por todo tipo de experiência, pelas acumulações recentes do
conhecimento expandido. Tudo isso é a consciência em ação, em todos os
momentos de nossa vida — a relação entre os seres humanos com todos os
prazeres, dores, confusão dos sentidos contraditórios e a gratificação
do desejo com dua dor.
Esse é o movimento de nossa vida. Nós estamos perguntando,
e isso deve ser enfrentado como um desafio, se esse
movimento ancestral pode ter um fim — pois isso se tornou uma atividade
mecânica, uma forma tradicional de viver. No fim existe
um começo e só
então não existirá nem fim nem começo.
A consciência parece ser um assunto muito complexo, mas essa realidade é
muito simples. O pensamento agregou todo o conteúdo de nossa
consciência — sua segurança, sua incerteza, suas esperanças e seus
medos, a depressão e a euforia, o ideal e a ilusão. Uma vez que isso é
apreendido — que o pensamento é responsável por todo o conteúdo da nossa
consciência —, a questão inevitável surge: pode o pensamento ser
detido?
Muitas tentativas, religiosas ou mecânicas, foram feitas no sentido de pôr fim ao pensamento. A própria exigência de acabar com o pensamento é parte do movimento do pensamento. A própria busca por uma super consciência é ainda a medida do pensamento. os deuses, os rituais, toda a ilusão emocional das igrejas, templos e mesquitas com suas maravilhosas arquiteturas, é ainda o movimento do pensamento. Deus é alçado aos céus pelo pensamento.
O pensamento não criou a natureza. Ela é real. A cadeira é real e feita
pelo pensamento; todas as coisas que a tecnologia gerou são reais.
Ilusão é tudo aquilo que se afasta da realidade dos fatos (aquilo que
está realmente acontecendo agora), mas podem se tornar uma realidade
porque vivemos das ilusões.
O cachorro não é feito pelo pensamento, mas o que queremos que ele seja é
o movimento do pensamento. O pensamento é medida. O pensamento é tempo.
A totalidade disso é a nossa consciência. A mente, o cérebro e os
sentidos são parte dela. Perguntamos: pode esse movimento chegar a um
fim?
O pensamento é a raiz de todo nosso sofrimento, de toda a nossa feiura. O que estamos pedindo é o fim disso — as coisas que o pensamento agregou —, não o fim do pensamento em si mesmo, mas o fim de nossa ansiedade, pesar, dor, poder e violência.
Com o fim disso, o pensamento encontra seu lugar próprio e limitado — o conhecimento e a memória
que
precisamos ter no dia-a-dia.
Quando os conteúdos da consciência, que foram agregados pelo pensamento, não estão mais ativos, então existe um vasto espaço e assim há a liberação da imensa energia, que estava limitada pela consciência. O amor está além dessa consciência.
Krishnamurti
Quando experimentarmos realmente o amor, então todo esse jogo de palavras não terá mais sentido. Por esta razão o sábio não precisa ler mais, não precisa buscar mais, não precisa aprender mais, apenas vive em união com o amor. Precisamos amar para compreender e viver em união com todos. KyraKally
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