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quarta-feira, 14 de agosto de 2024

 A OBEDIÊNCIA COMO CAMINHO PARA 
A LIBERTAÇÃO DO SER

A contaminação e a desordem psíquica no mundo agravam-se dia a dia, e para conviver com essa situação sem se prejudicar é necessário preservar a harmonia, cultivando a fé e o pensamento elevado.

À medida que os problemas nas grandes cidades forem aumentando, surgirão novas oportunidades de cura, principalmente de curas internas, espirituais, que ocorrerão no silêncio do ser.

Porém, a maioria dos seres humanos passa a vida sem perceber e, muitas vezes, sem ao menos perguntar sobre o motivo real de sua presença na Terra. Prende-se à superficialidade do cotidiano e deixa de enxergar os valores da existência.

Essa ignorância, além de constituir-se em uma hibernação para a chispa de luz oculta no âmago do ser, impede que os fluidos vitais e as correntes energéticas oriundas de núcleos profundos circulem livremente. A abertura à transformação e às leis evolutivas são chaves para reverter essa situação.

A adesão de cada indivíduo ao trabalho evolutivo – aquele traçado por Deus para nós – será tanto mais sincera e estável quanto mais ele tomar consciência do papel que tem a desempenhar. Todos os que despertaram espiritualmente compartilham do mesmo impulso de crescimento.

Entretanto, também os que chegam a ingressar no caminho espiritual trazem consigo uma série de hábitos, tendências e idiossincrasias que no decorrer das épocas se foram impregnando em seus corpos. Por influência das forças do ego, tendem a querer afirmar seus pontos de vista, a assumir as tarefas do trabalho evolutivo com excessivo sentido de posse, como se dissessem respeito à própria realização, desvirtuando assim as oportunidades que lhes são oferecidas. Ao longo do caminho são levados, de modo às vezes abrupto, às vezes gradual, a libertarem-se desses condicionamentos há muito arraigados.

Um instrumento importante nesse processo de libertação, mas em geral relegado a segundo plano, é a obediência. No passado, quando se aderia ao caminho evolutivo, tinha-se a possibilidade de estar fisicamente próximo a alguém de elevado desenvolvimento espiritual, a quem se podia prestar conscienciosa obediência. Desse modo, com maior segurança, o egotismo – o sentimento exagerado da própria personalidade – era transcendido.

Mas na presente fase planetária, raros são os casos em que se pode estar junto de um ser liberto das leis materiais em sua consciência-visão. Hoje, os grandes seres trabalham nos níveis internos da vida e é infrutífero procurar obter a verdadeira instrução a partir dos homens: ela não pertence a ninguém, embora, misteriosamente, encontre-se no interior de cada um de nós. Será, pois, na luz desses níveis internos que o discípulo encontrará o Instrutor a quem espontaneamente seguir.

Por isso, mais do que nunca é necessário equilíbrio: ao mesmo tempo que toda a orientação segura provém do interior e se deve prestar total obediência à fonte interna de sabedoria, o indivíduo precisa estar suficientemente desapegado de si e de suas percepções para distinguir o falso do verdadeiro, pois mesmo um impulso interno genuíno pode ser desvirtuado por tendências subconscientes.

À obediência devem estar aliados, portanto, a entrega à realidade superior, o desapego e o discernimento.

José Trigueirinho Netto
https://www.otempo.com.br

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