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sábado, 19 de fevereiro de 2022

 ABRINDO-SE PRA O DESCONHECIDO


Relaxe e solte o seu corpo... Observe sua mente... Tudo aquilo que você está trazendo do passado nesse momento: Emoções... Pensamentos...

Observe que está carregando constantemente velhos padrões de pensamentos, sentimentos e comportamentos... Sempre que sentir que algo está ficando estagnado, que alguma coisa está começando a estagnar, faça seja lá o que for para quebrar isso, para ir além disso, mas nunca se entregue a estagnação.

Não permita que sua vida fique estagnada. Sua vida deve continuar sempre como um rio, fluindo... Se vc puder se lembrar disso, então, um dia, o rio chegará ao oceano. Não existe nenhuma outra barreira. As barreiras vêm de dentro de nós, porque estar estagnado parece ser mais confortável, mais seguro.

As pessoas estão sempre com medo do desconhecido, do não familiar, do estranho... As pessoas gostariam de se tornar um pequeno lago, então permaneceriam num mesmo lugar. Isso parece confortável, mas é suicida. Na verdade, o rio não sabe onde está a meta. Ele só sabe fluir, a meta é desconhecida. O oceano pode estar lá ou pode não estar. Ninguém pode garantir isso, mas o rio confia e continua se movendo.

E um dia a confiança é sempre correspondida. Na vida também é a mesma coisa. Nunca se sabe qual é a meta, mas se você tiver confiança, irá se movendo... Sem medo, audacioso, corajoso... Do contrário ficará velho, estagnado, se fechará em si mesmo... E assim não haverá nenhum oceano, nenhuma expansão.

Perceba que muitas pessoas continuam se prendendo às misérias, às doenças, a mil e um tipo de loucura, porque estão familiarizadas com isso. Pelo menos é algo conhecido com o qual viveram por muito tempo. O crescimento é sempre um jogo arriscado. A pessoa tem que perder aquilo que conhece em troca de algo que ainda não conhece. Tem que perder aquilo que está em suas mãos em troca de algo que ainda não está. Na vida real não há segurança, nenhuma promessa, nenhuma garantia E esta é sua beleza. É por isso que há tanta emoção.
 
A vida é insegura, o que significa que a vida é livre. O amanhã é belo porque o amanhã é total liberdade. Não sei o que irá acontecer, se estarei respirando, se estarei vivo... Daí haver beleza. Cada momento determinará o seu renascimento. Por isso não ouça o velho... Mova-se, flua, entre na correnteza. E ajude o novo a acontecer... Apenas uma pequena ajuda e as possibilidades serão imensas. A expansão da consciência é o propósito da vida.
 
O rio deve tornar-se um oceano. O limitado deve mover-se em direção ao ilimitado. O finito deve se perder no infinito.  
 
Osho
https://blogdoosho.blogspot.com  

Do conhecido para o desconhecido

Como é esta transição da negação do conhecido para o surgimento do desconhecido? Como a pessoa nega? A pessoa nega o conhecido, não em grandes incidentes dramáticos, mas em pequenos incidentes? Eu nego quando estou me barbeando e lembro do bom tempo passado na Suíça? A pessoa nega a lembrança de um tempo agradável? Ela cresce consciente disto, e nega isto? Isso não é dramático, não é espetacular, ninguém sabe disto. Entretanto esta constante negação de coisas pequenas, as pequenas limpezas, pequenas varridas, não só uma grande faxina , é essencial. É essencial negar o pensamento como lembrança, agradável ou desagradável, a cada minuto do dia em que ele surge. A pessoa não faz isto por algum motivo, não a fim de entrar no extraordinário estado do desconhecido. Você vive em Rishi Valley e pensa em Bombaim ou Roma. Isto cria um conflito, torna a mente estúpida, uma coisa dividida. Você consegue ver isto e apagar? Consegue continuar apagando não porque você quer entrar no desconhecido? Você nunca pode saber o que é o desconhecido porque, no momento em que o reconhece como o desconhecido, você está de volta ao conhecido.

J. Krishnamurti
On Education Talk to Teachers
 

Superar fronteiras e tocar o desconhecido

A travessia, a nado, de grandes extensões, a escalada dos mais altos picos e cordilheiras, o mergulho em grandes profundidades, e o salto de imensas alturas exemplificam a vontade íntima do ser humano de transcender seus próprios limites. Com essas proezas ele tenta superar fronteiras e tocar o desconhecido.
 
No caminho interior, aquele voltado para sua alma, a pessoa não mais deve empreender esforços ou canalizar suas energias externamente; trata-se de recolher-se e de preparar-se para viver um grande momento. São as fronteiras internas que devem ser cruzadas, são os elevados cumes da consciência que devem ser alcançados, e é a profundidade do ser interior que deve ser tocada. Toda e qualquer ação externa deverá ser fruto desse contato interior, desse mergulho no desconhecido, o cosmos revelando-se à consciência do homem, e este reconhecendo o seu destino infinito.

Sagrados são os estados de tranquilidade e de impassibilidade, e bem poucos os conhecem. Para alcançá-los, o homem precisa não ter raízes que o mantenham preso, ou vínculos que o façam reagir diante dos confrontos externos. Liberto dos laços, ele se acerca do recolhimento com mais liberdade; sabe, porém, que a prova consiste em manter-se sereno também quando se move e quando é movido pela vida.

Aquele que está unido ao Único – que chamamos de Deus – vê, em tudo o que recebe, uma advertência que o faz lembrar-se de que há um correto destino para cada coisa e de que tudo passa e flui sem jamais se deter. O que lhe é doado apenas completa o movimento de um contínuo fluir. Assim, uma pessoa pode permanecer inabalável diante dos fatos da vida. Nada retendo, não está ao sabor das ondas do consciente coletivo; sabe qual é o seu lugar, e este não é afetado pela turbulência externa.

Aquele que desatou os laços que o prendiam ao mundo dos homens pode percorrer os céus e a terra, pois traz a liberdade em seu interior. Não há vida liberta que não seja fruto do contato com níveis espirituais. Assim como não há vento sem ar, não há liberdade sem verdade e não há verdade sem que a essência da vida seja conhecida.

Aquele que busca conhecimento deve descobrir primeiro o que está dentro de si mesmo para depois ocupar-se do que o rodeia. Enquanto a razão não se curvar à sabedoria, o homem estará como um cego andando em um deserto, padecendo sobre as quentes areias que ele mesmo escolheu como caminho.

De nada vale querer chegar aos mundos internos, espirituais, pelos caminhos dos homens. Estes levam apenas aos confins da Terra, enquanto os caminhos que conduzem aos mundos sutis são trilhas em que os olhos não veem o solo onde pisam os pés. Sem fé, não é possível percorrê-los.
 
É inútil clamar pelo Encontro Interno usando palavras do mundo; o reino interno é revelado àqueles que nada pedem. Encontrar esse estado de consciência não é como encontrar os valores dos homens. Os que quiserem entrar pelo seu portal terão que saber curvar o que há de miserável em si mesmos diante da grandiosidade do Espírito. Mas isso não é logrado pelos que se vangloriam dos próprios feitos.

O Espírito, como energia, não leva em conta o que está guardado nos depósitos e cofres, mas o que vai pelos corações e pelo íntimo dos indivíduos. A energia espiritual penetra os pensamentos e os desejos, e conhece o grau de pureza que há neles.
 
José Trigueirinho Netto
https://www.otempo.com.br

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