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sábado, 12 de fevereiro de 2022

AME OS ENSINAMENTOS, 
COMPREENDA-OS E TRANSFORME-SE

É QUASE inútil alguém enveredar pela vida espiritual se não compreendeu até que ponto a natureza inferior do homem é coriácea, rebelde, e como o trabalho a fazer sobre ela exige vigilância, humildade, perseverança. Há imensas pessoas que descobrem um ensinamento espiritual e creem que vão transformar-se rapidamente. Mas não, o domínio da vida psíquica é muito mais difícil do que elas imaginam! Existe, realmente, em cada ser humano, a capacidade de renovação, de regeneração, de divinização, mas é um processo muito lento e aquilo que cada um pode realizar nesta existência depende do trabalho já começado nas encarnações anteriores.
 
Para aquele que não tem consciência das dificuldades que, inevitavelmente, encontra na vida espiritual, é impossível progredir. Então, ele sofre e também faz sofrer os outros. Empenhar-se na vida espiritual exige que, primeiro, se esteja lúcido em relação a si próprio.

NINGUÉM deve desculpar-se com as suas insuficiências físicas ou psíquicas para viver uma vida medíocre. Mesmo o ser mais desvalido tem a possibilidade de alcançar um estado de consciência superior que lhe permitirá trabalhar para o bem da humanidade. Algumas pessoas dirão: ‘Mas isso não é possível! Eu não tenho conhecimentos, não sou sábio nem poderoso. O que posso fazer para o bem de milhões e milhões de homens?’.

Evidentemente, não ireis realizar de um dia para o outro o Reino de Deus na Terra. Mas, a partir do momento em que pensais nele, em que o desejais, orientais as vossas forças e as vossas energias nessa direção. Esse trabalho produzirá efeitos, em primeiro lugar sobre vós mesmos: elevar-vos-eis, tornar-vos-eis mais nobres. E, como nada fica sem consequências, de um modo ou de outro acabareis por influenciar favoravelmente os seres que vos rodeiam. Em todo o caso, aos olhos do Céu nunca podereis justificar-vos por não fazer nada.


SE FUGIRDES de certos esforços, de certos trabalhos que vos são impostos pela vida, nunca conseguireis progredir. Algumas pessoas já não suportam a sua família, ou o seu trabalho, e abandonam-nos... Outras fogem a todas as responsabilidades... Pois bem, fugir não é recomendado. Se o destino vos colocou em certas condições, é porque há razões para isso.
 
Para fazerem face às dificuldades e aos obstáculos da vida quotidiana, as pessoas têm de se reforçar. Vede como os desportistas se treinam, como os alpinistas medem esforços com a montanha e os navegadores com o oceano, enfrentando as intempéries e os maiores perigos… Procurai fazer como eles. Não fisicamente, é claro, pois nem toda a gente está preparada para essas proezas, mas treinai-vos para resistir psiquicamente. É evidente que, se chegar um momento em que a situação se torne insustentável, afastai-vos. Mas, logo que possível, enfrentai-a de novo... Até vos tornardes suficientemente sólidos e fortes para conseguirdes completar a vossa tarefa.


O FOGO é o meio mais poderoso para entrar em contato com o mundo espiritual, pois ele representa a fronteira entre o visível e o invisível, entre o plano físico e o plano etérico. Por isso, antes de começarem um trabalho com uma certa importância, os Iniciados, os magos, têm o hábito de acender uma chama, tal como os padres antes de dizerem missa, pois a missa também é uma cerimônia mágica.
 
Onde o fogo participa, há resultados. Por isso, vós também deveis aprender a utilizar o fogo. Quando sentis dificuldades interiores, desgostos, tristezas, desânimos, tentações, escrevei num papel o vosso desejo de recuperar a calma, a força, a clareza, acendei uma vela e pedi ao Anjo do Fogo que vos purifique de todos esses miasmas; depois, queimai o papel. Por que haveis de viver a vida inteira com sofrimentos e limitações? O fogo pode ajudar-vos a sair dessa situação, pois ele introduz-vos nas regiões sutis, onde o vosso pensamento e a vossa voz serão captados.
 
PARA criar uma ligação com um objeto ou um ser, é preciso colocar-se nas mesmas condições de vibração que ele. É uma lei física, e o princípio da rádio está baseado nesta lei. Os Iniciados, que a tinham descoberto muito antes dos físicos contemporâneos, sabiam que esta lei é válida não só no plano físico, mas também nos planos psíquico e espiritual. Pela concentração, pela recitação de fórmulas, pelo uso de certas vestes ou mesmo de máscaras, o Iniciado egípcio, por exemplo, conseguia identificar-se com o deus Osíris, com o deus Hórus etc. Por um momento, ele tornava-se a encarnação dessa divindade, porque conseguia vibrar exatamente no mesmo comprimento de onda, e essa entidade manifestava-se através dele... Mas não é necessário usar vestes ou máscaras específicas. Se aprenderdes a viver e a trabalhar segundo as regras da Ciência Iniciática, vibrareis em sintonia com as entidades celestes – os Anjos, os Arcanjos, as Divindades –, recebereis as suas mensagens e elas dar-vos-ão o seu amor e a sua luz.


A ECONOMIA tornou-se a grande preocupação dos humanos. No interesse da economia, eles sentem-se obrigados a correr, a viver uma vida agitada, porque é preciso produzir cada vez mais para vender cada vez mais e comprar cada vez mais... E todos os que não são considerados suficientemente ‘rentáveis’ são eliminados.
 
Mas que economia é esta, na qual se acha normal sacrificar os humanos? Ela torna-se cada vez mais florescente, isso é verdade, mas, com isso, os humanos estragam o seu sistema nervoso, e não é só o seu sistema nervoso que sofre, mas também o seu coração, o seu estômago, os seus pulmões, pois toda essa atividade, toda essa produção e todo esse consumo acelerados geram uma poluição que envenena a atmosfera, os mares, as florestas, a água, a terra, os alimentos etc. Aonde é que está a inteligência? Aonde é que está a razão? Uma ‘economia’ que esbanja, que desperdiça, que suja, que destrói, será a verdadeira economia?"

CERTAS revelações dos Evangelhos podem ser consideradas perigosas, pois o sentido das palavras de Jesus não é fácil de compreender para aqueles que não têm o verdadeiro saber iniciático. ‘Vós sois o sal da terra’, ‘Vós sois a luz do mundo’, ‘Vós sois deuses’, ‘Sede perfeitos como o vosso Pai Celeste é perfeito’… Como compreender estas palavras, que dão uma imagem tão sublime do ser humano?
 
 
 
 Estas revelações estão escritas, foram impressas ao longo de séculos, e cabia à Igreja explicá-las, a fim de preparar os humanos para esta tomada de consciência. Mas a Igreja considerou que explicar aos humanos que podem alcançar a perfeição do seu Pai Celeste não é prudente, que havia o risco de eles se tornarem uns monstros de orgulho… Como se eles não tivessem encontrado outras maneiras de se tornarem orgulhosos! Quando, por não lhes terem explicado em que princípios devem basear a sua fé, eles acabam por assumirem-se como descrentes ou ateus e dizem que já não têm qualquer necessidade de Deus, como é que isso se chama: humildade ou orgulho?
 

 
HOUVE muitos crentes e mesmo místicos que, em certos períodos da sua vida, se sentiram abandonados por Deus. Como se tivesse sido Ele a mudar em relação a eles! Eles julgavam-se estáveis, imutáveis, na sua fé, no seu amor, e, portanto, Deus é que é caprichoso!
 
Nos textos sagrados, Deus é designado como ‘o Fiel’, ‘o Verídico’, e por muito que os crentes repitam estas palavras, estão sempre a perguntar-se por que é que Deus não olha para eles, não os escuta, por que é que Ele os abandona. Mas Deus não os abandona, eles é que O abandonam! De que modo? Em vez de se esforçarem por se manter acima da zona das nuvens – os pensamentos e os sentimentos egoístas, mesquinhos –, deixam-se arrastar, descem, e evidentemente, abaixo das nuvens há sombra e está frio. Eles devem permanecer acima das nuvens, onde não há frio nem escuridão, pois é lá que habita o Senhor e que, um dia, nós poderemos habitar com Ele.

ANTES de emitir uma crítica em relação a alguém, começai por lançar um olhar lúcido sobre vós mesmos. Por quê? Porque só se tem o direito de criticar uma fraqueza nos outros se se conseguiu vencê-la em si próprio. Sempre que fazeis um juízo negativo sobre alguém, vós próprios sois julgados. Por quem? Pela vossa consciência, pelo vosso tribunal interior. Há uma voz que se ergue em vós para vos perguntar : ‘E tu, que te pronuncias nesses termos, tens a certeza de que, de um modo ou de outro, não tens esse mesmo defeito?... Por que é que hás de juntar a essa fraqueza, de que tu próprio já és culpado, a falta de indulgência, a falta de amor? Não sentes que no teu coração, na tua alma, estás a perder algo de precioso?’ É este o castigo infligido a quem julga os outros sem ter o direito de o fazer: há luzes que o deixam. E se alguns disserem que nunca ouviram esta voz, é porque fizeram tudo para se tornar surdos às suas censuras e aos seus conselhos. Se estiverem mais atentos, ouvi-los-ão.
 
 
QUANDO o Sol está encoberto por nuvens, não desapareceu, continua a espalhar a sua luz e o seu calor. Se as nuvens se dissiparem, ou se nós pudermos elevar-nos na atmosfera a uma altura suficiente, constataremos que ele continua lá. Na nossa vida interior, ocorre um fenômeno análogo.
 
 
 Tal como o Sol, Deus está sempre presente, Ele é imutável, e envia a sua luz (a sua sabedoria) e o seu calor (o seu amor) a todas as criaturas. Mas se, por causa de pensamentos, sentimentos e desejos desarmoniosos, egoístas, maldosos, essas criaturas deixarem que se formem nuvens nelas, serão privadas dessa luz e desse calor. Então, em vez de se queixarem de que Deus não existe ou de que Ele as abandonou, devem compreender que, se se sentem na escuridão e ao frio, são as únicas responsáveis por isso e devem fazer tudo para se elevar acima das nuvens.
 
 
O SOL não é apenas o astro físico que brilha no céu e que, ao longo do ano, rege os dias e as estações. Ele é a inteligência, com a sua luz; é o amor, um impulso para tudo o que é bom, construtivo; e é a vida, a vida espiritual. O Sol subentende, pois, toda uma ciência, e essa ciência é que é a panaceia universal. Por isso, não é suficiente estar em contato com o Sol físico: o importante é contatar, mais acima, esses três princípios que são a luz, o calor e a vida.
 
A verdadeira panaceia universal, essa bebida capaz de curar todos os males, não é fabricada por qualquer alquimista. Para alguém a possuir, tem de prepará-la por si mesmo, aprendendo a nutrir-se com os alimentos mais puros. E esses alimentos não se limitam àquilo que ingerimos para manter o corpo físico, são também sentimentos, para alimentarmos o corpo astral, o coração; e pensamentos, para alimentarmos o corpo mental, o intelecto. Preparar a panaceia universal é esforçar-se por nutrir o seu corpo físico, o seu coração e o seu intelecto com um alimento cujos elementos se aproximam da vida, do calor e da luz do Sol. 
 
Omraam Mikhaël Aïvanhov
http://www.tomsimoes.com

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